Diego Alves garante vitória sofrida. E Jesus tem ataque de fúria
O Flamengo, desgastado pela vitória diante do Grêmio, e desconcentrado, sofreu para vencer o CSA, 1 a 0. Diego Alves salvou o time. E Jesus ficou possesso
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Chegou o dia do melhor time deste país precisar seu goleiro.
E Diego Alves foi sensacional.
O Flamengo sentiu demais o cansaço físico e emocional da vitória na semifinal da Libertadores contra o Grêmio. Além da falta de concentração, por jogar no Maracanã, diante de um time limitado, o CSA.
Mas o melhor público da temporada, 65.649 torcedores, ficou agoniado a postura simples mas efetiva da equipe nordestina.
O líder disparado do Brasileiro conseguiu marcar apenas um gol, em uma jogada lindíssima de Arrascaeta, mas sofreu demais com os contragolpes alagoanos.
Mas Apodi, Dawhan e Warley estiveram cara a cara com Diego Alves e o goleiro mostrou sua capacidade técnica, explosão muscular e fez três impressionantes defesas.
Graças ao arqueiro, o Flamengo conseguiu vencer o valente CSA por 1 a 0 e continua com dez pontos de vantagem diante do Flamengo.
Chegou a 67 pontos, com aproveitamento de 79,8% dos pontos que disputou em 28 partidas.
Faltam dez rodadas para o Brasileiro acabar.
E o clube que está na final da Libertadores e está cada vez mais próximo de conquistar o Brasileiro.
Ao final do jogo, o treinador português mostrava tensão, raiva.
Reclamou no meio de campo de Gabigol, egoísta demais neste jogo, desperdiçando várias chances, e cobrou também o jovem volante Vinícius.
A seriedade de Jorge Jesus serve como outra grande lição para os clubes brasileiros.
A ambição de conquistas do treinador é exemplar.
Jorge Jesus outra vez mostrou a veio da Europa. Ele não quis saber se seus jogadores conseguiram a façanha de leva o Flamengo à decisão da Libertadores, na quarta-feira passada, diante do Grêmio.
Ele só não colocou o espanhol Pablo Marí em campo hoje porque ele estava suspenso.
Os demais dez titulares absolutos começaram o jogo.
E a ordem do português era clara.
Impressar o CSA, abrir o placar o mais cedo possível e manter a concentração, a seriedade para continuar com dez pontos de distância do Palmeiras, que vencia o Avaí, em Florianópolis.
Foi assim que o time carioca fez.
Marcou um gol lindo, aos oito minutos de jogo.
Everton Ribeiro rasgou a defesa alagoana com a bola dominada, invadiu e serviu Arrascaeta na área. O uruguaio deu um drible desmoralizante em Alan Costa e estufou as redes de João Carlos.
Os torcedores flamenguistas entraram em êxtase. Afinal, se o time havia goleado impiedosamente o Grêmio por 5 a 0, a partida contra o CSA deveria ser mais fácil ainda.
Só que a realidade desmentiu a expectativa.
Argel Fucks tratou de montar uma armadilha previsível mas muito eficiente. Ele deixou seu time marcando em duas linhas fixas. Uma de cinco atletas na sua defesa, perto da grande área e outra na intermediária alagoana. E deixou sempre um velocista na frente, de preferência Apodi, para quando o time retomasse a bola, o lançasse, nas costas da defesa adiantada que Jorge Jesus gosta.
Lógico que o português havia avisado seu time sobre o que os alagoanos poderiam fazer.
Só que os jogadores do Flamengo caíram na tentação de acreditar que o jogo seria fácil demais. E perderam completamente a concentração, tentando se exibir em dribles e chutes forçados ao gol, principalmente Gabigol. Pior, dando espaço para os contra-ataques dos velocistas.
Além disso, o cansaço atingia Gerson, Arão, Arrascaeta e Everton Ribeiro. Além de Rafinha e Felipi Luís.
O Flamengo além de não ter o brilho do seu toque de bola e a movimentação constante do meio de campo para o ataque, ainda facilitava a situação para os contragolpes alagoanos.
Foi assim que Diego Alves brilhou, defendendo arremates de Apodi e Dawhan, no primeiro tempo.
Um motivo que precisa ser levado em consideração era a falta de entrosamento de Rodrigo Caio e Thuler.
No segundo tempo, Jorge Jesus cobrou e o time voltou um pouco melhor. Mas com enorme dificuldade em romper as linhas defensivas de Argel.
Quatro vezes que conseguiu, Gabigol, em noite pouquíssima inspirada e muito egoísta, desperdiçou, em arremates precipitados.
Em compensação, a zaga flamenguista permitiu que Warley desse um arremate fortíssimo, livre na área. Diego Alves salvou novamente o empate.
A ira de Jorge Jesus, ao final da partida, não esperou nem o time chegar no vestiário. No gramado mesmo ele cobrou Gabigol e o garoto Vinicius, que entrou nos minutos finais da partida, para segurar o 1 a 0, mas acabou dando espaço na intermediária para os alagoanos articularem.
No final, vitória sofrida, suada do Flamengo.
Líder absoluto do Brasileiro.
O time venceu o CSA e a ele mesmo.
Derrotou seu cansaço e a falta de concentração.
E foi cobrado publicamente.
A vantagem de dez pontos foi mantida.
O título brasileiro está mais do que encaminhado...
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