Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs
Publicidade

Desentrosados e dominados pela ansiedade, reservas do Brasil têm derrota chocante, histórica, contra Camarões. 

Tite optou por poupar os titulares, para evitar perder jogadores por contusão. Escalou uma equipe que jamais atuou junta. Perdeu para Camarões. Mas ficou em primeiro no grupo. E enfrentará a Coreia do Sul nas oitavas

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Aboubakar se aproveitou de falha de Bremer. Cabeceou com talento para o fundo do gol de Ederson
Aboubakar se aproveitou de falha de Bremer. Cabeceou com talento para o fundo do gol de Ederson

Doha, Catar

Os reservas do Brasil pagaram pelo desentrosamento, pela ansiedade.

E tiveram uma derrota histórica.

Chocante.

Publicidade

A Seleção perdeu para Camarões, por 1 a 0, gol de Aboubakar, aos 45 minutos do segundo tempo.

Apesar do resultado vexatório, o time de Tite termina a fase de grupos em primeiro lugar.

Publicidade

E terá pela frente a Coreia do Sul nas oitavas.

Embora na prática nada tenha tenha mudados nos planos do Brasil, a cobrança pela derrota poderá impactar no clima da Seleção, aqui no Catar.

Publicidade

Tite pagou o preço do risco que expôs a Seleção.

Ele radicalizou e o Brasil não tinha entrosamento em nenhum setor do time: na defesa, no meio-campo, e no ataque.

A inesperada classificação da Coreia do Sul para as oitavas, como segunda colocada do grupo H, trouxe grande responsabilidade para os reservas de Tite.

Eles entraram no Lusail Stadium tendo de pelo menos empatar a partida, para garantir matematicamente a primeira colocação, sem pensar em Suíça e Sérvia.

O 'prêmio' seria a Coreia do Sul e não Portugal nas oitavas.

O treinador optou por manter o mesmo esquema tático dos titulares. Com Fabinho e Fred na marcação na intermediária. 

A partida tinha um significado especial para Rodrygo, jogador que vem encantando Tite. E que dá tranquilidade ao treinador, pensando em poupar Neymar das oitavas.

Para Camarões, que precisava desesperadamente da vitória, tinha a tensão da sobrevivência da Copa do Mundo. A necessidade era absoluta dos três pontos, sonhando com o empate entre Suíça e Sérvia.

Sem ter como concorrer tecnicamente, os africanos buscavam travar as intermediárias e descer em contragolpes em blocos, velozes. Explorando o lado direito da defesa brasileira, que trazia Daniel Alves, em uma homenagem de Tite ao jogador de 39 anos. Ele foi o capitão da Seleção hoje.

Nos primeiros 45 minutos, Rodrigo foi bem, armou, driblou, lançou. 

Mas outros dois atacantes se destacaram.

Antony foi muito bem. Com dribles curtos, ele foi abrindo espaços pela direita. Mostrava mais personalidade, firmeza do que Raphinha. È um jogador para Tite pensar muito a sério, na sequência da Copa do Mundo.

O outro foi Gabriel Martinelli. Ele obrigou o goleiro Epassy a duas ótimas defesas. A mais aguda delas, em uma cabeçada, depois de excelente lançamento de Fred. 

O time que jamais atuou junto tinha nas jogadas individuais sua principal arma. Daniel Alves e Alex Telles não apoiavam como os atacantes precisavam.

Pesava muito o desentrosamento contra um time mais fraco, mas que atuava junto há pelo menos três anos. 

Era uma roleta russa.

Com o Brasil tentando aspaços e Camarões buscava os contragolpes, nos espaços abertos nas intermediárias.

Foi em uma inversão de jogada Mbeumo cabeceou livre, cruzado, obrigou Ederson a uma defesa espetacular, aos 47 minutos do primeiro tempo.

O 0 a 0 não ajudava em nada Camarões e o técnico Rigobert Song tratou de adiantar suas linhas. Precisava arriscar, tentar vencer.

O Brasil errava na compactação. Os jogadores seguiam muito espaçados. Por atuarem juntos pela primeira vez na vida e em uma partida de Copa do Mundo.

A Seleção, no entanto, tinha a posse de bola, mas faltava penetração, Rodrygo caiu no segundo tempo. Gabriel Jesus seguia se colocando muito mal, enfiado entre os zagueiros africanos, nada produzindo de útil ao time.

Tite tinha a obrigação de mudar.

Tirou Fred, Rodrygo e Alex Telles, contundido. Entraram Everton Bruno Guimarães, Everton Ribeiro e o improvisado Marquinhos. Logo Gabriel Jesus também deixou o time, para a entrada de Pedro.

Mas faltava consciência tática para os reservas do Brasil atacarem.

Um não conhecia a movimentação do outro companheiro. 

E para piorar, a ansiedade dominava toda a equipe, que desejava mostrar serviço para Tite.

O jogo com o Brasil tentando marcar à força, sem consciência tática.

E abrindo espaços nos contragolpes.

Justo quando parecia que iria acabar em um melancólico 0 a 0, veio o golpe.

Em uma jogada pela direita, às costas de Marquinhos, Mbekeli cruzou com perfeição para Aboubakar cabecear, se aproveitando da péssima colocação de Bremer. 

1 a 0, Camarões, aos 45 minutos do segundo tempo.

Com a vitória da Suíça sobre a Sérvia por 3 a 2, o Brasil seguiu com a primeira colocação. Graças ao saldo de gols.

Mas a derrota tem um fortíssimo impacto no ambiente da Seleção.

E influenciar até na volta de Neymar aos gramados...

Veja as melhores fotos de Brasil e Camarões na Copa do Catar

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.