São Paulo, Brasil Foi um lance rápído. Mas decisivo. Logo na estreia do VAR no Campeonato Paulista, um erro crasso, crucial, que influenciou no resultado da primeira partida das quartas-de-final. Thiago Duarte Peixoto era o responsável pelas imagens. E ele traiu o árbitro Raphael Claus. Murilo Henrique interceptou passe de Antônio Carlos com a mão. Lance claro. Mas que Thiago Duarte Peixoto se calou. Não chamou Claus para ver o lance, como seria sua obrigação. O toque foi providencial. O jogador tirou vantagem da irregularidade, levou a bola à frente e bateu com toda a força, com a defesa palmeirense aberta. Fernando Prass não conseguiu segurar. Rebateu. E Cleo Silva marcou. 1 a 0, Novorintino, aos 38 minutos do primeiro tempo. “Eu estava de frente para a jogada, sem ninguém tapando. Eles complicam algo que não é para complicar. O VAR vem para ajudar. Qual o motivo de ele não ter ido lá ver o monitor dele? Se complica à toa. Ou não né. Ficamos sem saber o que pensar. Tivemos três palestras sobre o VAR. Em lances de dúvida o árbitro tem toda a autonomia para ir lá verificar. No vestiário fomos informados que pegou na mão. Fui falar com ele (Raphaeu Claus) e ele disse que não, que parecia que tinha pego, que tinha uma câmera que parecia que não pegou. O VAR teria que mostrar essa câmera", reclamava, com toda razão, Fernando Prass. Foi lastimável, afinal, ao contrário do que aconteceu em 2018, na tumultuada final contra o Corinthians, desta vez havia árbitro de vídeo. Na segunda etapa, Fernando Prass evitou a derrota palmeirense. O mesmo Antônio Carlos cortou cruzamento de Danielzinho, aos dez minutos. Com a mão. Claus desta vez fez questão de ver o lance no VAR. E deu o legítimo pênalti. O veterano goleiro fez excelente defesa na cobrança de Murilo Henrique. Mostrou reflexo e confiança. Foi sua 14ª defesa de penalidade no Palmeiras. O lance mudou o jogo. Tirou a confiança do Novorizontino. E empolgou o Palmeiras. Felipão fez o óbvio. Colocou Arthur no lugar de Borja, que perdeu dois gols vergonhosos no primeiro tempo. O atacante, que tem treinado muito melhor que o colombiano, fez sua estreia. E mostrou o faro de artilheiro. Lucas Lima, que havia entrado no lugar de Ricardo Goulart, serviu Marcos Rocha. O lateral cruzou com perfeição, Felipe Pires, errou a bola. Ela sobrou para Arthur que estufou as redes. 1 a 1. A igualdade até seria justa, em um jogo equilibrado. O Novorizontino travou o maior talento palmeirense. Na segunda etapa, Felipão acertou nas trocas. Lucas Lima foi melhor que Ricardo Goulart. E Arthur bem acima que Borja. A decisão para a semifinal ficou para terça-feira. Na arena palmeirense. Mas é impossível não detalhar o erro absurdo do VAR. Inacreditável. O erro aconteceu justo contra o time que está rompido com a FPF. Abriu a brecha para a forte cobrança no twitter oficial do Palmeiras. "Pra que o VAR da Federação Paulista de Futebol? Para o Palmeiras não existe!", foi publicado. Com autorização do presidente Mauricio Galiotte. O mesmo que chamou o torneio de 'Paulistinha' em 2018. E que o presidente Reinaldo Carneiro Bastos nunca perdoou. Mas não há como negar. O erro do VAR sabotou o Palmeiras... (Depois de mais de uma hora, o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista resolveu falar. E mostrou uma mistura de amadorismo com incompetência no uso do VAR. "A gente vê como é complexo o negócio. A primeira dúvida que eu tive, até por ser um processo novo, eu fiquei imaginando que esse lance poderia ter não sido checado, porque na mesma jogada teve a situação de um possível impedimento.Poderia ter passado. Aí do campo eu percebi que o Claus, pela comunicação, parecia estar apontando para o local que teria tido essa possível infração. Na sala, eles checaram, passaram por todas as imagens, inclusive pela imagem que aparece na televisão com o comentarista abordando a possível infração. Para eles, porém, não era claro.Eles buscaram mais imagens. Em outras duas imagens eles concluíram de forma clara que a bola não toca no braço, mas sim na barriga, perto da costela. Aí não há infração." Uma absurda a explicação. Negação da realidade. Ou simplesmente houve o erro absurdo. Infantil...) (E o Palmeiras não deixou por menos. A resposta foi firme. Também no seu twitter oficial. "Federação Paulista defende o indefensável. É a mesma postura do Paulistinha do ano passado...")