São Paulo, Brasil
Abel Ferreira e Hernán Crespo decidiram.
Com o aval das diretorias do Palmeiras e do São Paulo. Enfrentar os argentinos Defensa y Justicia e Racing, no Allianz Parque e no Morumbi, pela Libertadores, com reservas.
Perderam seus jogos, por 4 a 3 e 1 a 0.
Desperdiçaram três pontos preciosos.
O Palmeiras, em primeiro no Grupo A, colocou em risco a chance de ser o primeiro na classificação geral, que garante disputar todas as partidas decisivas dos mata-matas, em casa.
Ao perder para o Racing, o São Paulo tem gigantescas chances de terminar em segundo no Grupo E. O que o fará enfrentar primeiros colocados nas oitavas. Com o jogo decisivo fora do Morumbi.
Abriram mão de tudo isso por conta da decisão do Campeonato Paulista, que começa amanhã.
Abel Ferreira trocou o incômodo de detalhar a derrota evitável pelo calendário, que o obrigou a poupar seus atletas, por elogio ao elenco. Os reservas fizeram uma partida de igual para igual com o Defensa y Justicia.
"Tenho orgulho tremendo dos meus jogadores. Trocar toda a equipe e fazer três gols, com possibilidade de fazer o quarto nos pés do Lucas Lima... infelizmente não conseguimos fazer."
"(...) Fico feliz por ver jogadores como Luan, Rony, Marcos Rocha voltarem à grande forma. Jogadores como Luiz Adriano fazer um jogo extraordinário, como Willian que sempre que joga dá boa resposta, Scarpa mais um excelente jogo, Victor Luis que estava emprestado, não quiseram e está a dar resposta."
"É uma equipe que recuperou muito da sua confiança, e ver jogadores que ninguém conhecia como Danilo e Renan darem boa resposta. É um orgulho tremendo ser treinador dessa equipe porque minha função é essa, valorizar o clube, todos os jogadores, o futebol. Não vamos ganhar sempre e vamos lutar sempre enquanto for treinador do Palmeiras."
Hernán Crespo estava mais irritado. Ele sabia que a derrota para o Racing, que também usou reservas, prejudicava o time na Libertadores. Mas não poderia fazer nada. Até porque, ao contrário do que ocorreu no Palmeiras, a diretoria do São Paulo deixou claro desde que assumiu: vencer o Paulista era prioridade. Não pela importância do torneio. Mas para acabar com o jejum de nove anos sem títulos.
"Para mim, nada mudou", dizia tenso, em relação ao calendário, que tanto criticou. Suas palavras ditas há 15 dias seguem valendo.
"Estou muito preocupado com o calendário. Devemos jogar na próxima semana em menos de 48h e representamos a Federação Paulista, a Federação Brasileira. Isso é o que devem pensar, a Federação Paulista, no calendário. Seria realmente importante que a federação comece a pensar no seu representante, ou em um de seus representantes nesta Copa Libertadores."
"Seria muito interessante que a Federação Paulista, ou a Federação Brasileira, pensem em uma boa solução para os times que representam uma nação."
Ele e Abel Ferreira não se conformam com tanto descaso, que tirou tempo para a decisão do Paulista.
Ou seja, os jogos encavalados, com os clubes com partidas a cada 48 horas.
Cada um sabia que as derrotas de ontem eram absolutamente evitáveis.
Desde que tivessem como escalar seus titulares.
Mas o português e o argentino não tiveram como se defender.
O calendário brasileiro já é péssimo.
E ficou muito pior pela pandemia.
Por isso o que seria absurdo há anos aconteceu ontem.
Com Palmeiras e São Paulo priorizando o Paulista.
Deixando seus reservas para a Libertadores.
E o treinador que perder a decisão do Paulista já pode esperar.
Receberá cobrança, pressão, irritação.
Por uma situação inevitável.
Típica do futebol deste país...
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