Deputado quer forçar uso de naming rights. Fere a democracia
Política lança projeto que obriga os veículos de comunicação a divulgarem os naming rights dos estádios. Desrespeito às empresas privadas
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil...
O deputado estadual do PSB de São Paulo, Rafa Zimbaldi, pode até se esforçar.
Buscar alianças com todos os partidos da Assembléia Legislativa.
Mas o seu desejo não será colocado em prática.
Ele quer obrigar as empresas de comunicação a citarem os nomes dos estádios de futebol pelos patrocinadores que adquirirem os naming rights.
Esse projeto seria o dos sonhos de Andrés Sanchez, que busca, em vão, uma empresa para batizar o Itaquerão. Mas não consegue.
E também do Palmeiras, que deseja ver sua casa chamada pelo multinacional de seguros que comprou seu naming rights por vinte anos.
Assim como a Fonte Nova, com seu acordo por dez anos com uma cervejaria.
O discurso é impressionante, firme.
"Ao esconder os naming rights, a mídia desestimula outras empresas privadas a investir. Sem os investimentos das grandes empresas privadas, as arenas passam a ficar em dificuldades, os clubes esportivos se enfraquecem, prejudicando torcedores, clubes e atletas", diz.
Só que, em um país democrático, o projeto não tem legalidade alguma.
As empresas de comunicação são privadas.
Não têm obrigação nenhuma de fazer caridade.
Se uma empresa quer seu nome divulgado em uma emissora de televisão, em um portal, em um jornal, em uma rádio, tem de pagar. Como todas as outras que fazem publicidade.
Cruel?
Mas respeita as normas de um país democrático.
O projeto viola o direito básico de empresas particulares que transmitem os jogos, os treinos como quiser.
Dirigentes e torcedores fanáticos podem se animar.
Mas a incompetência em buscar novos recursos não pode ser compensada em atropelar a democracia, onde impera a livre concorrência.
Não há amparo legal para uma reinvindicação desta ser posta em prática.
Talvez na Coréia do Norte, presidida pelo ditador Kim Jong-un.
No Brasil, não...
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