Depois do vexame contra o Bragantino, Crespo avisa ‘Vou ficar em 2026.’ Mas exigiu ‘carta branca’. Cansou dos 13 veteranos do São Paulo. Caros, que não jogam e não rendem. ‘Vamos tentar’
Após a constrangedora derrota do São Paulo, diante do Bragantino, na Vila Belmiro, Crespo afirmou, sem empolgação, que seguirá em 2026, como antecipou o blog. Não quer os midiáticos veteranos impostos pelo presidente Casares. Dos seis pontos que disputou no estádio santista, ganhou um
Cosme Rímoli|Do R7
“Eu vou ficar (em 2026).
“A gente vai ficar.
“Temos muito trabalho para fazer,
“Precisamos ver coisas que temos que melhorar.
“Tenho contrato e vamos tentar um ano mais.”
Foi assim, sem entusiasmo nenhum, de Crespo anunciou no começo da madrugada de hoje, que ficará no São Paulo no próximo ano.
Estava completamente desanimado com o desempenho do time, que perdeu para o Bragantino, por 1 a 0.
Hernán Crespo ficará, mas já avisou.
“Haverá mudanças, vamos acreditar e ter esperança. Talvez não serei eu o protagonista, pois se precisa de muitos anos.
“Vou chegar a ver o São Paulo grande pessoalmente? Não sei”, disse o treinador argentino, admitindo que vê inúmeras situações que precisa ser mudadas no Morumbi.
E os torcedores sabem disso.
“Ei, Casares.. Vai tomar no ...”
Esse foi o coro que a torcida do São Paulo mais entoou em 2026.
Julio Casares está disputando com Carlos Augusto Barros e Silva, o posto de presidente tricolor mais xingado da história.
Os palavrões ao dirigente voltaram com toda a força, ontem à noite na Vila Belmiro.
O motivo foi exatamente o estádio do Santos.
Casares trocou o direito de o São Paulo jogar no seu estádio, na sua casa, onde o time está mais do que acostumado, e rende muito mais, por dinheiro.
Há pelo menos três meses, o clube estava devendo direito de imagem aos jogadores. Pagou um. E prometeu prêmio por vaga na Libertadores. Isso mesmo o São Paulo não consegue pagar em dia e ainda promete premiação...
Enquanto a equipe jogava muito mal, apática, sem vibração e perdia diante do Bragantino, por 1 a 0, gol de Jhon Jhon, de pênalti, o Linkin Park fazia show, no mesmo horário, onde os atletas do São Paulo gostariam de estar, no Morumbi.
A direção não se preocupou com a perda esportiva e quis os R$ 2 milhões que arrecadará com o show. Foi a segunda partida na Vila Belmiro. A primeira foi o empate com o Flamengo, por conta do Imagine Dragons.
De seis pontos, o clube só ganhou um.
E está seriamente ameaçado de não se classificar para a pré-Libertadores. Está exatamente a cinco pontos do Fluminense, sétimo colocado. E o Atlético Mineiro já está a dois pontos do São Paulo.
Oasis fará dois shows e Dua Lipa um, ainda neste mês, no Morumbi.
A partida contra o Juventude será ainda Vila Belmiro. O último jogo de 2025, contra o Internacional, está marcado para o estádio do Santos. Pressionada a direção tentará fazer o jogo no Morumbi, mas não há a certeza que dará tempo para desmontar o palco do segundo show do Oasis.
Tudo isso porque o clube deverá chegar a mais de R$ 990 milhões em dívidas, no final deste ano.
Enquanto isso, dez jogadores não puderam atuar ontem. Estavam entregues ao departamento médico.
Na derrota contra o Bragantino, Lucas Moura foi substituído no intervalo. Motivo? Fraco rendimento.
O jogador de 33 anos, R$ 1,8 milhão por mês, fez apenas cinco gols no ano todo.
Oscar, de 34 anos, R$ 2,3 milhões, a cada 30 dias, marcou apenas dois gols em 2025.
Duas contratações midiáticas de Casares, que não perguntou a técnico nenhum se eles eram desejados. Sua vontade bastou.
Rafael tem 36 anos, Rafae Toloi, 35 anos, Arboleda, 34 anos, Cédric, 34 anos, Wendell, 32, Alisson, 32 anos, Rigoni, 32 anos, Calleri, 32 anos, Luciano, 32 anos, Dinenno, 31 anos e Luiz Gustavo, 38 anos.
13 veteranos.
Crespo tem contrato até dezembro de 2026.
Mas não havia convicção dele de seguir no São Paulo.
Porque ele propôs a Casares uma profunda reformulação no elenco, com a dispensa da esmagadora maioria dos veteranos.
Conseguiu a concordância do presidente, que ficou preocupado com o vazamento da informação.
Mas Crespo quer ter mais acesso às decisões de Casares.
O treinador pretende proteger a equipe em 2026, ao menos explicar todo o prejuízo técnico de jogar longe do Morumbi. E que conquistas de títulos ou vaga para a Libertadores ficam muito mais difíceis, quando o clube não prioriza o futebol. E sim o dinheiro de aluguel, como se o Morumbi fosse mera casa de shows.
A derrota de ontem irritou muito Hernán Crespo.
Pela falta de entrega, de vibração dos seus jogadores.
Sabino foi perguntado se o Morumbi faz falta ao time, já que foram duas partidas com a Vila Belmiro como ‘casa’. A resposta foi direta. Até demais.
“É nítido (que faz falta). Morumbi é nossa casa. Mas não podemos usar isso como muleta.”
Se Crespo conseguir fazer as mudanças que pretende, será ótimo para o time. Para o futebol do São Paulo.
Não para quem gosta de música.
Nem para que opta por não pagar jogadores em dia.
Muito menos para caros veteranos midiáticos.
Mas talvez Casares deixe de ser tão xingado.
E, todos no Morumbi, não tenham de ficar torcendo para aumentar o número de vagas para a Libertadores.
Com o clube tricampeão mundial sonhar em terminar o Brasileiro em oitavo lugar, em mais um ano de desilusão...