Depois do futebol profissional, a várzea barra Bruno. É impedido de jogar torneio amador. Empresas se juntam e o proíbem de atuar
O assassinato de Eliza Samudio não foi esquecido. E a inscrição de Bruno em um torneio amador foi cancelada. As empresas promotoras se juntaram e o goleiro acabou barrado. A rejeição não passa
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Afirmamos que o atleta não disputará a Super Copa Pioneer Netshoes. Ainda que o regulamento permita a inscrição de jogadores no decorrer do campeonato, ressaltamos que em nenhum momento o jogador foi autorizado a disputar a competição, sem nenhuma inscrição oficial aprovada ao time responsável.
"Decisão essa tomada com unanimidade pela organização e corpo diretivo da competição, e que se faz necessária sobretudo em prol de todas as mulheres que compõem a Super Copa Pioneer Netshoes, desde profissionais, voluntárias e torcedoras."
"Estamos juntos nesta decisão."
Dessa forma, as empresas Pionner e a Netshoes proibiram o goleiro Bruno de disputar um torneio de várzea em São Paulo.
Em 2013, o goleiro foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio, mãe de seu filho Bruninho.
Bruno iria defender o Orion, um time do Jardim Noronha.
A repercussão foi enorme de sua 'contratação' nas redes sociais.
E extremamente negativa.
As empresas trataram de travar a possibilidade da participação do goleiro, que jogou no Atlético Mineiro, Corinthians e Flamengo.
Em junho de 2010, quando ela foi morta, Bruno era capitão do Flamengo e estava acertando sua ida para o Milan, da Itália.
E estava sendo observado para a Seleção Brasileira.
Desde que houve a possibilidade de trabalhar, ainda em regime semiaberto, depois no aberto, a rejeição a Bruno tem sido constante.
Patrocinadores e associações femininas pressionam e os clubes não suportaram a pressão.
Boa Esporte, Poços de Caldas, Rio Branco, Atlético Carioca tiveram de voltar atrás na contratação.
Bruno já tem 38 anos.
E desistiu de jogar profissionalmente.
Acreditou que poderia atuar na várzea, onde receberia cachê.
Mas nem isso.
O futebol segue punindo o assassinato de Eliza Samudio...
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