Abel Ferreira desviou o foco da derrota para o Flamengo. E atacou a imprensa que o critica
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
"Sou eternamente grato ao futebol brasileiro, ao jogador brasileiro, aos meus atletas, ao Palmeiras e ao Galiotte, que foi um presidente que apostou em um treinador sem títulos.
"Infelizmente, estou a espera de ser despedido, ainda não fui."
Foi assim, irônico, tenso, amargurado, que Abel Ferreira chegou ao Maracanã.
Ele se referia à pergunta de um repórter do Sportv sobre a 'cultura de resultados' no país. Dizia sobre a demissão de Alberto Valentim do Cuiabá. Logo após o empate contra o Juventude, na primeira rodada do Brasileiro.
Mas o treinador português tem mostrado muito rancor pelas críticas pelos três vices seguidos e no mesmo ano, situação inédita na história palmeirense.
Depois da derrota diante do Flamengo, mais raiva de Abel.
Primeiro reconheceu que o time de Rogério Ceni foi melhor. Apenas no segundo tempo.
"O que eu sinto sinceramente é que eu acho que o português de Portugal é diferente do português do Brasil. Eu acabei minha conferência de imprensa contra o São Paulo a dar os parabéns ao São Paulo, à equipe técnica do São Paulo, aos jogadores do São Paulo, mas ninguém passou isso. Só pode ser má fé."
Sua reclamação era em relação às tevês.
Mas havia reclamação em relação à imprensa escrita.
Esperou a pergunta sobre as frases "estou à espera de ser despedido. Ainda não fui".
"Vocês aqui, ou alguma imprensa, porque não posso meter tudo no mesmo saco: há alguns que são sérios e verdadeiros, que passam a mensagem correta, tudo aquilo que eu digo, e eu disse que sou responsável por aquilo que eu digo, não pelo que os outros escrevem.
"Portanto, eu sei que para nós termos cliques na minha página, no meu blog, no meu programa de televisão, tenho que ser sensacionalista, tenho que ser dramático, mas vem tudo no contexto dessa pergunta: se tinha algo que eu estava chateado com as críticas ou tinha algo contra o futebol brasileiro e eu disse que não."
Abel Ferreira tem a liberdade de Mauricio Galiotte para falar o que quiser nas coletivas.
Foi ele quem reclamou do calendário brasileiro. Que destaca que não tem reforços.
E o treinador que decide qual time, do elenco milionário palmeirense, vai a campo. E com estratégia.
Deixou claro que gostaria que seus três vices com o Palmeiras fossem celebrados.
"Ainda ontem estava vendo um grande jogo (a final da Champions) e vi um dos melhores treinadores do mundo (Guardiola) ficar em segundo lugar e beijar a medalha porque sabe perfeitamente o trabalho que custa chegar às finais."
Técnico tem se mostrado cada vez mais tenso à beira do campo. Nervosismo passa ao time
Cesar Greco/PalmeirasO futebol português tem como seu ápice, o vice-campeonato da Eurocopa.
O Brasil é pentacampeão do mundo.
É normal que chegar às finais e não vencer não seja motivo de festa por aqui.
A verdade é que Abel Ferreira pode comprar briga com quem quiser.
Com a imprensa.
Mas ele precisa é fazer seu time ter mais repertório tático.
Tem um elenco caríssimo nas mãos.
E, queira ou não, será cobrado.
É o peso de ser treinador da Sociedade Esportiva Palmeiras...
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