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Cosme Rímoli - Blogs

Depois da demissão de Lisca Doido, após só oito jogos, o problemático Santos analisa Luxa. Sonha com Sampaoli, Bielsa e Beccacece

O Santos continua na sua rotina absurda. Elenco fraco e cobrança fortíssima. Lisca suportou 12 jogos.  É o sexto treinador em um ano e sete meses de Andres Rueda como presidente. Situação inaceitável

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Luxemburgo tem fortes defensores no Santos. Mas há os sonhos: Sampaoli e Bielsa
Luxemburgo tem fortes defensores no Santos. Mas há os sonhos: Sampaoli e Bielsa

São Paulo, Brasil

"Tenho gostado muito. É um grande parceiro. A proximidade é muito grande.

"Uma pessoa superinteligente.

"Estamos fazendo uma boa dupla.


"Estamos pensando em 2023.

"A relação está fantástica.


"Ele vai ficar pelo menos mais um ano e meio comigo, que é meu mandato."

(Andres Rueda, presidente do Santos, dia 1º de setembro, em entrevista à TV Gazeta.)


O Santos FC informa que Lisca não é mais o técnico do time profissional. Em comum acordo, diretoria e treinador decidiram encerrar o vínculo. Rueda e Lisca anunciaram a decisão juntos pro elenco e na sequência o treinador se despediu pessoalmente dos atletas.

(Nota oficial do Santos Futebol Clube, hoje, dia 12 de setembro.)

Onze dias depois da promessa do presidente Rueda, garantindo que Lisca Doido seria o treinador do Santos até o final de 2023, ele é demitido sumariamente.

'Em comum acordo' é uma maneira 'elegante' que o clube usou para tentar o impossível: preservar a imagem do técnico despachado depois de apenas oito partidas. Sim, oito partidas apenas.

Bastaram duas vitórias, três empates e três derrotas. 

As derrotas seguidas para Goiás e Ceará pesaram.

Mas Lisca Doido não resistiu por conta da total falta de evolução do time. Pelo contrário, motivador que é, depois que passou a empolgação dos jogadores, faltou a parte tática.

O técnico não conseguiu fazer com que a estratégia ousada, muitas vezes escalando o time no 4-3-3, desse certo. 

Lisca trabalhava sob pressão desde que chegou. Ele sabia que não poderia seguir o caminho de Fábio Carille, que percebeu a fragilidade técnica do elenco e apostou em uma equipe fechada, retrancada. 

Seu sucessor, o argentino Fábian Bustos, também tentou o mesmo caminho. E foi para a rua.

Conselheiros que não cansam de pressionar o Comitê Gestor, que realmente manda no Santos, insistem que, sejam os atletas que forem, o clube tem de atacar, jogar aberto. 

"Esse é o DNA do Santos", repete Rueda, como um mantra, que precisa ser repetido a cada entrevista. Como se no clube ainda estivessem Coutinho, Pelé e Pepe.

O Santos deve quase R$ 500 milhões. Muito dinheiro para um clube do litoral paulista que não conta com nenhuma estrela no seu futebol. A possibilidade de contratação é limitada. Mesmo assim, conselheiros e as organizadas cobram a diretoria por títulos, grandes atuações do time. Situação irreal.

E os dirigentes oferecem "a cabeça" dos treinadores para amenizar cobranças e até ameaças físicas.

Lisca Doido foi o sexto treinador em um ano e sete meses de Andres Rueda como presidente. 

Ele não conseguiu segurar Cuca, que foi contratado pela antiga diretoria. O argentino Ariel Holan ficou dois meses no cargo. 12 partidas. Fernando Diniz ficou 27 partidas, até ser mandado embora.

Fábio Carille também resistiu apenas a 27 partidas.

Fábian Bustos conseguiu ficar um confronto a mais: 28.

E agora, Lisca Doido, oito jogos!

A péssima situação para o Santos é que a diretoria não consegue projetar a filosofia de treinador que deseja trabalhar. Há quase nada em comum entre Cuca, Holan, Diniz, Carille, Bustos e Lisca Doido.

Agora, a pressão na Vila Belmiro é também sem lógica.

Há os eternos defensores de Vanderlei Luxemburgo.

O sucesso de Felipão no Athletico, aos 73 anos, faz com que o polêmico treinador de 70 anos seja levado em consideração.

Há membros do Conselho Gestor que são capazes até de brigar pela volta do técnico, que já teve três passagens pela Vila Belmiro.

Existem outros nomes sendo analisados.

Há dois sonhos: ambos argentinos.

Jorge Sampaoli e Marcelo Bielsa.

O Santos ocupa a 10ª posição no Brasileiro.

Portanto na zona de Sul-Americana.

Está a oito da zona do rebaixamento.

A nove daqueles que estão na zona da Libertadores.

Apesar do entusiasmo de Rueda, os membros do Comitê Gestor exigiram a demissão de Lisca. Porque tinham medo dele não classificar o time nem para a Sul-Americana e fletar com o rebaixamento.

O Santos se tornou muito problemático.

Endividado.

Com elenco fraco e cobrança fortíssima.

Um dos piores para qualquer treinador neste país...

(Outro nome que surgiu nas últimas horas: Sebatian Becaccece.

O argentino, ex-auxiliar de Jorge Sampaoli, deixou o Defensa y Justicia...)

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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