Fernando Diniz foi demitido. A derrota contra o Cuiabá foi a gota d'água
Ivan Storti/SantosSão Paulo, Brasil
31 jogos, 11 vitórias, oito empates e 12 derrotas.
44% de aproveitamento.
Eliminação da Libertadores, ainda na fase de grupos.
Eliminação da Sul-Americana, nas quartas-de-final, para o Libertad.
Time já perdeu a partida de ida para o Athletico Paranaense, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil.
Derrota lastimável ontem, contra o Cuiabá, deixou o time estagnado na 13ª posição, no Brasileiro. Podendo cair para 15º caso São Paulo e Juventude vençam seus jogos pela 19ª rodada.
Este é o cenário do fim do 'primeiro turno' do Brasileiro ao Santos.
A equipe jogando cada vez pior, espaçada, insegura na saída de bola, com marcação frouxa, tensa.
O time oscila, é instável, não passava confiança.
Fernando Diniz já estava cobrando os atletas aos palavrões, como fazia nos seus momentos finais no São Paulo.
A pressão pela demissão do treinador era imensa, como relatada pelo blog.
E a dispensa foi oficializada hoje à tarde.
Como o técnico se recusava a pedir demissão, foi demitido pelo Santos.
Conselheiros da situação e da oposição, chefes de torcidas organizadas, membros da diretoria estão por trás da decisão do presidente Andrés Rueda.
O dirigente ficou encurralado.
Diniz assinou contrato com o técnico até dezembro de 2022, com multa rescisória.
E mais do que isso, Rueda prometeu ao treinador que até o final de 2021 ele tivesse paciência, porque o clube passaria por uma reformulação para baratear o elenco, venderia jogadores importantes, porque o clube passa por enorme crise financeira. Deve mais de R$ 600 milhões.
Diniz aceitou, mas avisou ao dirigente que a situação não seria fácil. Prometeu que formaria outra equipe em plena temporada. E que não havia como garantir grandes resultados.
Rueda se conformou, só pediu empenho. E lançamento de garotos da base.
Só que tanto Diniz quanto Rueda menosprezaram a cobrança do Santos.
O clube mais conhecido no Exterior, bicampeão do mundo, formador de Pelé e Neymar, não aceitaria tão fácil campanha vexatórias. No Paulista, o time foi para a última rodada com chance de rebaixamento.
Tudo indica que no Brasileiro, o sufoco será o mesmo.
"O torcedor está no direito de protestar. Nenhum torcedor está contente, eu não estou contente com a ausência de resultados. Os protestos são normais, esperados, o torcedor está certo de estar revoltado", disse, Diniz, ontem, após a derrota contra o Cuiabá.
Mas o treinador se mostrou muito enganado ao acreditar que só são torcedores que estão revoltados. Conselheiros influentes não se conformam com a campanha santista e queriam a troca de treinador.
As organizadas santistas já organizavam protesto, exigindo sua saída.
Na entrevista de ontem, o técnico deixou escapar que os fracassos se explicam na falta de dinheiro do Santos, não no seu desempenho.
"O Santos precisa vender jogadores, teve que vender. Temos o Marinho machucado. Tínhamos um tripé quando cheguei.
"O Santos é um time imenso, precisa de jogadores protagonistas, então estamos trabalhando muito para suprir a ausência desses jogadores."
Diniz já se acostumou com pressão por demissão nos clubes onde passou. E o blog teve a informação nesta manhã.
O treinador avisou Rueda que não pediria demissão. Estava preparado para cobrança de organizadas, imprensa. O presidente que lide com os conselheiros e membros de sua diretoria, cansados de derrotas.
Carille está desempregado. Conselheiros já defendem o seu nome para o lugar de Diniz
Rodrigo Gazzanel/Agência CorinthiansMas Rueda não quis dar seu aval.
Se expor a uma crise política por Diniz.
E mandou o técnico embora.
Conselheiros já sugerem Fábio Carille como um bom nome, acostumado a trabalhar com elencos limitados no Corinthians.
Rueda resolveu enfrentar a crise.
E ofereceu a 'cabeça' de Diniz.
O técnico foi dispensado.
Após apenas 31 jogos.
Mais um fracasso na carreira...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.