De melhor técnico brasileiro no Mundial a ‘burro’. Renato Gaúcho pede demissão. Surpreende o Fluminense. ‘Vou deixar o clube para os gênios da Internet.’ Cuca tem grande chance de assumir

Renato Gaúcho fez o Fluminense ser o melhor brasileiro no Mundial de Clubes.

Com seu elenco limitado, derrotou a Inter de Milão, vice da Champions League, e chegou à semifinal da competição.

Foi além dos bilionários Flamengo e Palmeiras.

A posição no torneio valeu R$ 331 milhões às Laranjeiras.

Conseguiu a classificação para a semifinal da Copa do Brasil, como favorito, diante do Vasco. E garantiu mais R$ 24 milhões ao Fluminense.

Total: R$ 355 milhões.

O clube está em oitavo no Brasileiro.

Mas nada disso valeu ontem à noite no Maracanã.

Cerca de 40 mil torcedores, dos 43 mil, que pagaram ingressos, eram do Fluminense.

E eles vaiaram muito Renato Gaúcho.

Não o perdoaram pelo empate, em 1 a 1, com o Lanús, que eliminou o clube da Sul-Americana.

Tudo começou no intervalo, quando Hércules, que teve excelente atuação no primeiro tempo, foi substituído.

E piorou de vez, quando Canobbio saiu, aos 31 minutos do segundo tempo.

A esta altura, o Lanús havia empatado a partida, com Aquino. Antes, Canobbio fez 1 a 0 ao Fluminense, repetindo o placar da primeira partida na Argentina.

Renato Gaúcho virou o ‘grande culpado’ pela eliminação.

Ouviu vaias e palavrões da própria torcida do Fluminense.

E decidido avisou aos dirigentes do clube carioca.

Pediu demissão de forma irrevogável.

Encerrou sua quinta passagem como treinador do clube.

“Eu nem deveria estar falando isso com vocês, quem vai se manifestar é o presidente. Mas essas perguntas todas, de alguns gênios da internet, que muita gente vai atrás desses gênios.

“Eu acabei, antes de vir para cá, de pedir demissão para o presidente. Então, a partir de agora, vai estar outro cara aqui, vocês vão fazer as mesmas perguntas para ele e eu quero ver as respostas que ele vai dar.

“Quero ver se ele vai colocar o time que o torcedor quer ou o time da cabeça dele. Sempre procurei fazer o melhor possível pelo clube, em todos os sentidos, em todas as competições.

“Infelizmente nós saímos hoje de uma competição, mas estamos muito bem no Campeonato Brasileiro e muito bem na Copa do Brasil. Se o Fluminense estivesse mal no Brasileiro, eu não estaria saindo.

“Como o Fluminense está bem, vou sair para descansar a cabeça e deixar alguns gênios da internet continuar falando de futebol, já que entendem para caramba.”

Renato Gaúcho não suportava mais os questionamentos nas coletivas, do repórteres que representam meios digitais. Alguns deles dedicados só ao Fluminense.

E, principalmente, as críticas nas redes sociais. Muitas delas repetindo cobranças duras de pessoas que se apresentam como influencers.

A gota d’água foi ser chamado insistentemente de ‘burro’. Pelos torcedores do Fluminense, que Renato sente como influenciáveis pelas opiniões na Internet.

“Estou bem vacinado no futebol. Sei da minha capacidade. O Guardiola, que eu considero o melhor treinador do mundo, se eu não me engano no início do ano, estava sendo chamado de burro.

“Então hoje em dia no futebol nada mais me surpreende. Nada, nada, nada, dentro e fora de campo. Justamente devido às redes sociais. Todo mundo é treinador, todo mundo pega a rede social e opina.

“Algumas pessoas vão atrás da pessoa que não entende nada. Não são todas, mas muitos da rede social não entendem nada de futebol. E aí quem paga o pato é o treinador, o jogador. O que a gente vai fazer?”

A bem da verdade, o Fluminense começou bem a partida. Mas, afobada, se desgastou fisicamente e deu muito espaço para o Lanús empatar e eliminar o clube brasileiro.

“Eu dei uma entrevista há uns dois meses e hoje estou repetindo: acabou o futebol. Acabou por causa das redes sociais. Tanto para o jogador quanto para o treinador. Hoje em dia é uma guerra de críticas. Quando ganha tem alguns elogios, quando perde ninguém é bom, todo mundo é ruim.

“O futebol está caminhando para um caminho que, infelizmente, todos nós, jornalistas, treinadores, jogadores e torcedores estão perdendo. O futebol está acabando. Está no finalzinho. Essa é uma opinião minha.”

A postura de Renato Gaúcho foi tão firme, que os dirigentes não tiveram outra saída a não a ser aceitar a demissão.

Ele ficou do dia 3 de abril até ontem, 23 de setembro.

Dá adeus à sua quinta passagem como treinador nas Laranjeiras.

Cuca era o nome que circulava ontem nos corredores do Maracanã.

Chance de assumir o Fluminense é grande.

Renato?

“Vou descansar. E deixar o futebol.

“Para os gênios da Internet”...

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