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De lavadores de banheiros a pais da grande estrela no Mané Garrincha. A volta triunfal da família de Endrick a Brasília

A final de hoje, da Supercopa do Brasil, tem um grande ingrediente. Endrick fará sua primeira final no estádio em que seus pais limpavam banheiros, há 16 anos

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Endrick comemora o Brasileiro com seu orgulhoso pai, Douglas. A volta, por cima, a Brasília
Endrick comemora o Brasileiro com seu orgulhoso pai, Douglas. A volta, por cima, a Brasília Endrick comemora o Brasileiro com seu orgulhoso pai, Douglas. A volta, por cima, a Brasília

Brasília, Brasil

A partida de hoje, entre Flamengo e Palmeiras, será mais do que especial para a família Moreira Sousa.

E que vai além da final da Supercopa do Brasil.

A ligação entre Endrick e o estádio Mané Garrincha é umbilical.

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Literalmente. 

Foi nele que seu pai, Douglas, conheceu sua mãe, Cintia.

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Ambos, muito pobres, trabalhavam no setor de limpeza.

Eles se apaixonaram, e Cintia chegou a trabalhar grávida do jogador, limpando banheiros do estádio.

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16 anos depois, os dois estarão em um dos camarotes, acompanhando, com orgulho, o filho no gramado, que vai disputar a primeira final como profissional.

E a primeira no estádio de R$ 1,8 bilhão.

A volta a Brasília não poderia ser mais empolgante para o casal.

E para Endrick, que nasceu em Taguatinga, cidade-satélite da capital do país.

Quando menino, ele jogava no Brasília Fut Academy, uma escolinha especializada em formar, e vender, garotos promissores. Ela tinha um acordo com o São Paulo. Endrick foi dois anos seguidos fazer testes no CT de Cotia, que pertence ao clube, que era então presidido por Leco. E, estranhamente, mesmo com um potencial impressionante, foi dispensado, porque o pai de Endrick pedia um trabalho para ficar perto do filho, de 10 para 11 anos.

Foi o que o Palmeiras ofereceu.

Endrick teve uma carreira fenomenal na base. Despertou a atenção de clubes como Real Madrid, Barcelona, PSG, Manchester City. Ele acreditava que iria atuar no Barcelona, mas justo o rival, o Real Madrid, ofereceu R$ 400 milhões, e a transação foi fechada.

O Palmeiras terá Endrick por apenas mais um ano e meio, antes que ele se vá.

Será sua primeira final como peça fundamental do Palmeiras.

Apesar do seu talento, ele não começou bem esta primeira temporada como titular. Nos três primeiros jogos, pelo Campeonato Paulista, ficou claro que Endrick está fora de posição, sacrificado.

Desde que começou, ele rende muito mais em atuação no lado esquerdo do campo, e não preso, no meio, como referência, várias vezes de costas para o gol.

Só que, como Abel Ferreira está apostando no 4-3-3 ao atacar, o setor preferido de Endrick fica reservado a Dudu. Enquanto o direito é de Rony. 

O ideal seria uma revolução na movimentação, com Dudu passando para a direita, Endrick ficando com a esquerda e Rony de referência, no meio.

Abel tem estudado o que fazer para que seu promissor atacante e artilheiro se sinta mais à vontade em campo.

A transição definitiva de júnior para profissional não é fácil, por mais que o garoto tenha personalidade e futebol.

A emoção, no ano passado, dos pais de Endrick, depois de ele assinar o primeiro contrato profissional
A emoção, no ano passado, dos pais de Endrick, depois de ele assinar o primeiro contrato profissional A emoção, no ano passado, dos pais de Endrick, depois de ele assinar o primeiro contrato profissional

Ainda mais com tanta expectativa em torno de Endrick.

Ele não marcou ainda nenhum gol em 2023.

E terá pela frente uma zaga mais do que experiente, David Luiz e Léo Pereira.

O time titular foi poupado desde o empate contra o São Paulo, no domingo. Não atuou diante do Ituano. Abel aproveitou esses dias para treinos táticos. E a movimentação de Endrick foi uma das maiores preocupações do treinador.

Contra o excelente meio-campo do Flamengo, formado por Thiago Maia, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta, não seria surpresa absoluta se Abel deixasse Endrick para o segundo tempo. Colocando Raphael Veiga adiantado, como "falso nove", para o Palmeiras ter os volantes Joilson, Gabriel Menino, Zé Rafael no meio-campo. Com Rony e Dudu pelos lados do campo.

Mas as notícias daqui de Brasília dão conta de que, na maior parte dos treinos do Palmeiras, Endrick estava no time.

De qualquer maneira, Abel quer um melhor rendimento do atacante de 16 anos. Mesmo em menor número, a torcida entusiasmada palmeirense deu seu apoio ao menino que "voltava para casa", ontem. Em plena tempestade, os torcedores cantaram em frente ao hotel do Palmeiras.

Para o bem ou para o mal, Endrick será um dos principais personagens da decisão de hoje.

No estádio em que seus pais limpavam banheiros, ele será tratado como uma das maiores promessas do futebol brasileiro neste século 21.

O jogador mais caro, vendido na história deste país.

E chegou a hora de mostrar seu valor.

No estádio que, literalmente, o viu nascer...

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