Cruzeiro: mais humilhação. Torcida invade concentração e cobra time
Portão da Toca da Raposa ll foi derrubado. E torcedores cobraram os jogadores pela vexatória campanha na Série B. Sem saída, atletas como Fábio, se explicaram e prometeram reagir. A Polícia expulsou os invasores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Lastimável o que acaba de acontecer na Toca da Raposa ll.
Membros da Máfia Azul, a principal torcida organizada do Cruzeiro, derrubaram um dos portões da concentração.
E queriam cobrar o presidente Sérgio Santos Rodrigues, pela péssima campanha do clube na Segunda Divisão, 16º colocado, a dois pontos da zona de rebaixamento para a Terceira Divisão. Em 12 partidas, 11 pontos. Há seis jogos sem conseguir uma vitória sequer.
No sábado, o Cruzeiro perdeu, em Belo Horizonte, por 3 a 0 para do Avaí.
Os torcedores não encontrar o presidente cruzeirense. Mas sim os jogadores, que treinavam para a partida contra o Remo, no Pará, na terça-feira.
E, surpresos com a invasão, eles não tiveram saída a não ser se explicar aos violentos membros das organizadas. Todos, sem máscara, em plena pandemia.
O goleiro Fábio e o atacante Marcelo Moreno se dispuseram a dar explicações e prometer que o clube reagiria. Eduardo Brock, Giovanni e Marcinho também foram cercados pelos torcedores.

Foi surreal, com os atletas profissionais se justificando como se estivessem para membros de uma organizada, que acabavam de arrombar o portão da concentração.
Por sorte, não houve nada de pior, como agressões.
O Cruzeiro falhou de forma absurda na segurança de seus jogadores.
Em 2019, a mesma Máfia Azul havia invadido a concentração do clube.
A Polícia Militar foi chamada e os membros da Máfia Azul deixaram a concentração.
O Cruzeiro deve mais de R$ 1 bilhão.
Tem sérios problemas para pagar o salário do fraquíssimo time que montou para disputar a Segunda Divisão. O treinador Mozart não para de pedir reforços.
A perspectiva de voltar à Série A é cada vez mais remota.
E o medo é justificável de queda para a Série C.
Mas não será com arrombamentos, com cobranças de membros de torcida organizada que o Cruzeiro voltará a ganhar.
Situação vergonhosa.
E muito perigosa.
A diretoria cruzeirense precisa ser muito mais responsável.
Proteger seus atletas.
E a torcida organizada precisa ter limites.
Arrombar portão da concentração é crime.

Para piorar os dezenas de torcedores sem máscara colocaram em risco os jogadores. O Cruzeiro já teve sete atletas com Covid-19: Vitor Eudes, Vinícius, Ramon, Weverton, Raúl Cáceres, Marco Antônio e Stênio.
O gigante Cruzeiro não merecia tanta humilhação...