Corinthians sabia da disponibilidade de Willan. Mas não quis nem tentar retorno. Ele vive pior fase da carreira. Assinou com o Grêmio até o final de 26. Aposta de risco, de Mano Menezes
Meia de 37 anos está em profunda decadência técnica há dois anos. No Olympiacos, em 2024, fez apenas 11 jogos. E uma única assistência. Em 2025, pelo Fulham, 10 jogos, nenhum gol ou assistência. Entrou em campo pela última vez em maio. Há quatro meses

“Eu não quero voltar para o Brasil, nunca mais. Eu já tinha esse pensamento desde antes do Corinthians. Acabou acontecendo uma situação de voltar para o clube onde comecei porque eu quis e o Corinthians também, mas já pensava em continuar até o fim na Europa.
“Agora, pretendo encerrar (minha carreira) aqui fora, seja na Europa, nos Estados Unidos ou em outro lugar. Se puder ser na Inglaterra, seria perfeito. Pretendo jogar mais quatro ou cinco anos.”
Essas promessas foram feitas por Willian, quando voltou a jogar na Inglaterra, em 2022.
O jogador havia deixado o Corinthians por conta de ameaças de morte a ele e à sua família, por torcedores, indignados com o fraco futebol do clube paulista.
Só que o retorno de Willian não foi nada do que ele pensava.
Sua condição física não era a mesma. Não conseguia dar arrancadas, dribles, perdeu velocidade, explosão. Não foi nem sombra do atleta que chegou a valer 50 milhões de euros, cerca de R$ 317 milhões, em 2018, atuando pelo Chelsea.
A trajetória de Willian foi impressionante.
Passou três vezes pelo Corinthians, Shakhtar Donetsk (Ucrânia), Anzhi (Rússia), Chelsea, Arsenal, Fulham e Olympiacos.
Disputou as Copas de 2014 e 2018.
Pela Seleção, venceu a Copa América de 2019.
Ganhou a Liga Europa, foi bicampeão da Premier League, tetracampeão ucraniano.
A direção de futebol do Corinthians, quando tentou contratar Carlos Vinicius, soube pelo atacante, que Willian queria voltar ao Brasil.
E estava também sem clube algum.
O Fulham não quis renovar.
Mas não se interessou, pela enorme confusão que foi a saída do jogador em 2022. Os comandos das organizadas e muitos conselheiros ficaram decepcionados com sua saída. Ele não fez como Cássio, que também foi ameaçado de morte, mas ficou no clube.
Além disso, o Departamento de Análise de Desempenho do Corinthians não recomendava a contratação. As duas mais recentes temporadas de Willian foram péssimas.

Não à sua quarta passagem pelo Parque São Jorge.
Carlos Vinicius, que pedia R$ 1 milhão por mês, de acordo com dirigentes corintianos, foi descartado.
Ele acabou no Grêmio.
E indicou o seu ‘grande amigo’ Willian.
Mano Menezes se animou e pediu a contratação do ex-corintiano.
No seu planejamento, ele chega para atuar com Arthur, com o colombiano Cuellar e com o peruano Noriega.
Willian chegou em Porto Alegre com o status de estrela.
Ele não entra em campo desde maio.
São quatro meses.
Mas a sua carreira vitoriosa é destacada na imprensa gaúcha.
Não as duas assustadoras temporadas.
A aposta, de risco, é de Mano Menezes.
Graças ao treinador, o jogador assinou contrato até dezembro, de 2026, quando terá 39 anos...