Corinthians renasceu. Ramón Díaz achou o time. Vibrante, corajoso e confiante. Fortaleza foi humilhado. Romero é o grande jogador da reação

Mano Menezes fez um péssimo trabalho.

O Corinthians correu risco de rebaixamento no Campeonato Paulista.

Foi demitido.

António Oliveira assumiu e também não conseguiu dar estrutura tática.

Também acabou mandado embora.

Chegou Ramón Díaz.

A instabilidade era clara, a busca de um time, desesperada.

Os jogadores foram chegando em grupos de dois, três.

Aos soluços.

Só agora, no final de setembro, o treinador argentino descobriu uma equipe competitiva.

E confiável.

Por motivos importantes.

Chegaram oito reforços na janela do meio do ano.

Finalmente um técnico consegue tirar o máximo de seus jogadores.

E definiu esquema simples, mas competitivo, vibrante.

Com Romero, na melhor fase da carreira.

O mesmo jogador que no ano passado foi humilhado por Vanderlei Luxemburgo.

Encostado, teve paciência para não ir embora, e dar uma reviravolta impressionante.

Flutuando pelo meio-campo, ataque e ajudando muito na recomposição, o paraguaio se tornou referência.

Contra o Fortaleza, ontem, outra vez, desequilibrou o jogo.

Na vitória por 3 a 0, se encontrou no 4-4-2 montado com acerto por Ramón Díaz, dando estrutura tanto no ataque como na defesa.

Os setores, defesa, meio e ataque, atuaram de forma compacta, tirando o espaço sonhado pelo time cearense.

Vojvoda teve seu plano frustrado de usar as triangulações nas pontas e marcação avançada.

Nas costas das laterais, o Corinthians fez a festa.

“Precisávamos fechar a classificação contra um adversário difícil, sabíamos a dificuldade do Fortaleza. Tínhamos uma vantagem lá fora, mas precisávamos jogar assim desse jeito com o nosso torcedor”, comemorava Romero, que marcou seu 38º gol na Neo Química Arena.

Participou efetivamente do segundo, chutou forte, João Ricardo soltou nos pés de Coronado, que marcou 2 a 0.

A terceira vitória seguida corintiana teve também uma assistência sensacional de Memphis.

O holandês deu um drible desconcertante em Tinga e ofereceu o terceiro gol para Pedro Henrique, 3 a 0.

Ele explicou com toda simplicidade.

“Foi uma boa bola do Garro, ele me viu entrando. Meu controle foi ok, então pensei se deveria chutar, mas assim que cortei para a esquerda vi que o Pedro estava livre de frente no gol e dei a bola para ele”, disse, como se fosse algo muito fácil. Não é.

O Corinthians está irreconhecível, em relação ao time do primeiro semestre.

Mais encaixado, com muito mais força técnica.

E melhor treinador.

O resultado é uma improvável semifinal de Copa Sul-Americana, com 5 a 0, nas duas partidas contra o Fortaleza.

Semifinalista da Copa Sul-Americana.

Semifinalista da Copa do Brasil.

Só precisa se recuperar no Brasileiro, onde está na zona do rebaixamento.

Uma vitória no clássico contra o São Paulo, domingo, em Brasília, pode acabar com essa convivência com o Z4.

‘E é o que iremos buscar. Foco total no Brasileirão’, resume, o agora empolgado, Ramón Díaz.

O Corinthians renasceu...