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Cosme Rímoli - Blogs

Corinthians legítimo tricampeão. O 30º título do 'dono' de São Paulo

O Corinthians jogou com muita personalidade e se impôs ao surpreendente São Paulo de Cuca. 2 a 1. Gol decisivo de Vagner Love. Tricampeão

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Corinthians, tricampeão paulista, depois de 80 anos. O maior de São Paulo
Corinthians, tricampeão paulista, depois de 80 anos. O maior de São Paulo

São Paulo, Brasil

44 minutos do segundo tempo.

Bola no pé direito de Sornoza.

Lançamento espetacular para o meio da área.


Com velocidade e precisão chega Vagner Love.

Nas costas de Arboleda.


O chute sai preciso de primeira.

A bola vai para o fundo das redes de Tiago Volpi.


2 a 1.

Festa espetacular no Itaquerão.

Muito choro de alegria dos mais de 46 mil torcedores.

46.481 corintianos, recorde da história do estádio.

As lágrimas selavam a comunhão da torcida com o time.

Depois de 80 anos, Corinthians tricampeão paulista.

Quarto tricampeonato na história.

30 vezes campeão de São Paulo.

Fábio Carille está fazendo história no Corinthians. Passou Mano Menezes
Fábio Carille está fazendo história no Corinthians. Passou Mano Menezes

Fábio Carille conquistou os títulos de 2017, 2018 e 2019. Além de ser campeão brasileiro de 2017.

Tem quatro títulos, passou um dos seus mentores, Mano Menezes.

"Não sei se sou bom técnico, mas sou abençoado. Campeonato difícil, oscilamos muito, mas alguma coisa a gente deve ter feito de bom para ser campeão", dizia, emocionado, Carille.

O treinador foi muito pressionado pela pouca aptidão de gols do time que montou. Com direito a 18 jogadores com quem nunca havia trabalhado. Montou a equipe durante o Paulista e a Copa do Brasil.

Nem o próprio presidente Andrés Sanchez o poupava.

No final, teve de aplaudir o treinador que nunca foi 'seu'.

Ele foi o comandante do histórico tricampeonato paulista.

"Sou um privilegiado.

Deus me abençoou, eu estava sentindo isso. Consegui o gol do título, mas não faria nada sem meus companheiros. Quero ganhar títulos pelo Corinthians, esse clube me dá essa possibilidade", comemorava o veterano Vagner Love, emocionado, pelo gol decisivo.

Vagner Love. O agradecimento aos céus pelo gol decisivo contra o São Paulo
Vagner Love. O agradecimento aos céus pelo gol decisivo contra o São Paulo

Aos 34 anos, festejava como um menino, correndo pelo gramado após o jogo encerrado.

O São Paulo de Cuca foi um adversário digno, lutou muito para ser campeão. Mas não conseguiu. Pelo menos chegou à decisão depois de 2012. 

O jejum continua.

Mas pelo menos há esperança.

Cuca tratou de consolar seus jogadores. O São Paulo chegar à final foi uma vitória
Cuca tratou de consolar seus jogadores. O São Paulo chegar à final foi uma vitória

Os jogadores não queriam receber as medalhas de vice campeão paulista.

Nem o troféu de vice.

Entraram correndo para o vestiário, depois de confirmada a derrota.

Sem qualquer erro da arbitragem.

Raphael Claus foi muito bem.

A revolta dos são paulinos era pura frustração.

Mas Raí entrou no vestiário e mandou que fossem receber.

Postura mais do que digna.

Não houve nada de justificasse o desprezo ao prêmio do vice.

A partida foi muito disputada. Os dois times chegaram à decisão com enorme cobrança interna. O Corinthians foi buscar Fábio Carille de volta da Arábia a peso de ouro. E o São Paulo não deixou por menos e pagou caro para que Cuca retornasse ao Morumbi, mesmo convalescente de uma operação cardíaca.

Depois de um campeonato modorrento, com uma primeira fase interminável e que levou à óbvia classificação dos quatro grandes para disputar a semifinal, chegaram para o jogo decisivo em Itaquera, o implacável Corinthians, time que primeiro formou sua defesa sólida e ainda não conseguiu ajustar o ataque e o surpreendente São Paulo, que se acertou quando Mancini apostou nos garotos, a mando de Cuca. 

A chance de o São Paulo quebrar o jejum de sete anos sem títulos foi perdida na semana passada, quando não se impôs diante do retrancado Corinthians.

Teve de engolir o 0 a 0.

No Itaquerão, tudo seria muito difícil. 

Carille mostrou que seria tudo ou nada.

Sem poder escalar Júnior Urso, contundido, ele não quis saber. Colocou Ramiro, mais ofensivo ao lado de Ralf. Colocou Sornoza na armação. E abriu Pedrinho na direita e Clayson na esquerda. Com Gustavo mais adiantado.

Fagner e Danilo Avelar estavam liberados para atacar.

4-2-3-1.

Já Cuca optou pelo conservadorismo.

Sabia que seu time precisava de consistência defensiva. Por isso escalou o vivido Jucilei para jogar com o garoto Luan. Prendeu ainda Igor Gomes, Everton e Everton Felipe. Apenas Antony tinha mais liberdade à frente.

O São Paulo, no 4-5-1 sonhava com contragolpes. 

Mas prendia Hudson e o irritadiço Bernardo.

O jogo se mostrava de muita marcação nas intermediárias. Com o Corinthians tendo a iniciativa, mas o São Paulo com ótima coordenação na recomposição, na luta para tirar o espaço dos donos da casa.

Foi a bola parada que mexeu no placar.

Um dos motivos para Carille não abrir o treinamento de ontem, como queriam os dirigentes, para agradar as torcidas organizadas.

Aos 31 minutos, Sornoza cobrou escanteio. Ralf ganhou fácil a disputa com Antony e cabeceou para o outro lado da pequena área. Danilo Avelar estava esperando a bola e a colocou para as redes do desesperado Tiago Volpi.

Corinthians 1 a 0, quinto gol do lateral esquerdo que era desprezado pela torcida.

Houve um erro claro de Arboleda, ele não saiu depois do toque de Ralf, o que deu legalidade à posição de Avelar. Se o equatoriano estivesse mais atento, o corintiano estaria impedido.

O São Paulo adiantou a sua marcação. Cuca não queria de jeito algum que o seu time fosse para o vestiário perdendo.

E deu muita sorte.

O time de Carille chegou a ser ingênuo.

Não soube matar as jogadas, deixar o tempo passar, quando a primeira etapa estava para terminar.

Com o time desarrumado, se sujeitou a uma jogada de velocidade que chegou nos pés da revelação do Campeonato Paulista, Antony, bater forte de fora da área, vencendo Cássio. 

1 a 1 aos 46 minutos.

O São Paulo voltou mais fechado.

O Corinthians seguiu tendo mais iniciativa.

Mas faltavam arremates, objetividade no ataque.

Sobravam erros de passes, previsíveis a uma equipe em formação.

As duas defesas levavam vantagens diante dos ataques.

Até que, aos 44 minutos do segundo tempo, a bola chegou nos pés de Sornoza.

E chegou ao predestinado Vagner Love.

2 a 1, Corinthians.

A torcida corintiana começou a gritar.

"Tricampeão, tricampeão, tricampeão."

Fagner comemorava um título tão sofrido como histórico
Fagner comemorava um título tão sofrido como histórico

Não havia mais tempo para nada.

O título fez justiça a quem procurou ganhar.

Pelo menos hoje, o Corinthians teve gana, coragem.

Méritos para Carille.

Ele montou o time com o campeonato em andamento.

E também para Cuca, que fez apenas sua terceira partida.

Por isso lamentava.

"O próprio Corinthians estava conformado com o empate, era uma falta na lateral esquerda, meu goleiro foi bater, jogando time para frente. E nós pegos no contra-ataque aos 43 do segundo tempo, coisas que daqui a dois, três anos, com esse time, não vai mais acontecer. Estávamos postados no campo de ataque, se estivéssemos numa retranca ferrenha não tomaríamos o gol. Não é o que buscamos.

O Corinthians usou três centroavantes, um deles fez o gol, a gente não tinha uma referência."

Com Alexandre Pato, Tchê Tchê e Vitor Bueno, Cuca sabe que o São Paulo tem tudo para melhorar.

Também não há como não admitir o óbvio.

O Corinthians se acostumou a colecionar títulos em São Paulo
O Corinthians se acostumou a colecionar títulos em São Paulo

O Corinthians está em um estágio acima.

O clube se acostumou a ganhar.

O 30º título não deixa dúvida.

Mostra quem é o 'dono' de São Paulo...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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