Corinthians já tem substituto se Carille decidir ir para Arábia
Diretoria diz que decisão de ir ou não para o Al-Hilal da Arábia é de Carille. Não haverá aumento. Se ele sair, Osmar Loss, seu auxiliar, assume o time
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
A direção do Corinthians não tem o que fazer.
Está nas mãos de Fábio Carille continuar ou não no Parque São Jorge.
Andrés Sanchez avisou que o clube não tem nem como sonhar em cobrir a proposta do Al-Hilal, da Arábia Saudita. A oferta é algo assombroso. De acordo com conselheiros importantes, da situação e da oposição, a proposta bate nos R$ 13 milhões anuais. E seria de duas temporadas. Ou seja, R$ 26 milhões.
Algo como um milhão e oitenta mil a cada 30 dias. Ele tem contrato com o Corinthians até dezembro de 2019. E recebe R$ 300 mil mensais. A proposta é mais do que o triplo.
A multa para sua saída é baixa para os padrões da Arábia Saudita, dois salários. R$ 600 mil.
Andrés já avisou que não tem o que fazer se Carille decidir sair. E que manterá a estrutura atual. Não contratará treinador algum 'de fora'. Deverá tentar repetir a fórmula que deu certo com o próprio Carille.
Osmar Loss, que fez excelente trabalho na base e se tornou auxiliar do treinador, seria promovido a técnico principal. Ele tem excelente relação com os jogadores. E até melhor relação com Andrés do que o próprio Carille.
O técnico corintiano já recusou proposta do Atlético Mineiro e travou sondagem do Flamengo. Ele disse publicamente que não trocaria o Corinthians por uma equipe brasileira. E que cumpriria seu contrato até 2019.
Mas não contava com essa proposta inesperada.
Carille está na Venezuela com o time, que hoje enfrenta o Deportivo Lara, pela Libertadores.
"Eu viajei pra cá e não falei com meus empresários, Tenho recebido muitas propostas e recusado todas. Essa que aconteceu nas últimas horas eles não falaram ainda, mas me conhecendo, eles me chamarão para conversar na segunda-feira", disfarçou, em entrevista à TV Globo.
É evidente que sabe de todos os detalhes da proposta. Em março de 2017, ele fechou contrato com o empresário Paulo Pitombeira. Ele não queria se desgastar negociando reformas de contrato com o Corinthians. E também queria um intermediário caso surgissem convites de outras equipes.
A esperança corintiana é que, segundo a imprensa árabe, o Al-Hilal, teria quatro alvos. O treinador do Sporting, Jorge Jesus, seria um deles. E ele já deixou certo que não seguirá no clube português. A saída saiu pela decepção da não classificação para a Liga dos Campeões. Mais as agressões de cerca de 40 vândalos que invadiram o clube e agrediram os jogadores e o próprio treinador.
Carille está desde 2009 no Corinthians. Foi auxiliar de Tite, Mano Menezes, Oswaldo de Oliveira, Cristóvão. Assumiu o cargo de treinador efetivo em janeiro de 2017. Desde então, venceu os dois Paulistas e o Brasileiro.
O técnico vive um momento complicado. Tem um elenco com poucas peças de reposição. Por causa do estádio, a diretoria não tem dinheiro para grandes contratações. Perdeu peças fundamentais do time campeão brasileiro de 2017. Jô e Arana. Maycon já foi vendido para o Shakhtar Donetsk. Rodriguinho e Fagner também podem sair nesta janela do meio de ano.
Carille tem plena consciência que será difícil vencer outra vez o Brasileiro este ano. Por conta do elenco pequeno. Suas apostas são nos torneios com menos jogos: a Libertadores e a Copa do Brasil.
Andrés Sanchez não o consultou quando trouxe : Matheus Matias, Marllon, Thiaguinho e Bruno Xavier como reforços. Carille havia pedido Henrique Dourado e Gustavo Scarpa no início do ano.
A situação deverá se resolver nas próximas horas.
Dependerá se o Al-Hilal confirmar que Carille é prioridade.
E a proposta não é apenas uma consulta, uma sondagem.
Os dirigentes corintianos acreditam que, se for para valer, ele sai.
Mas não haverá medo, tensão.
Osmar Loss assumiria imediatamente sua vaga.
Seriam R$ 26 milhões até junho de 2020.
Contra R$ 5,7 milhões até dezembro de 2019.
O Corinthians não dará qualquer aumento.
A decisão está nas mãos de Carille...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.