Corinthians ironiza derrota, cabeças de galinhas e gritos de ‘olé', vê ‘vingança’ do Palmeiras inútil e avisa: ‘Os campeões paulistas somos nós’
Time de Abel Ferreira teve a objetividade e a competência ofensiva que faltaram nas partidas finais do Paulista, venceu por 2 a 0 em Barueri em jogo decidido no 1º tempo e viu ótima atuação de Felipe Anderson, que jogou na posição dele
Cosme Rímoli|Do R7
“Aos 11 minutos do primeiro tempo, foi arremessado um copo vindo da torcida.”
“Aos 21 minutos do segundo tempo, caiu no gramado uma pipa vinda de fora do estádio.”
“Aos 22 minutos do segundo tempo, foi arremessado, próximo da meta (fora do campo de jogo) da equipe visitante, a cabeça de uma galinha, posteriormente retirada pelo gandula.”
“Aos 43 minutos do segundo tempo, foi retirado do campo de jogo (dentro da área penal da equipe visitante), pela arbitragem, a cabeça de outra galinha.”
“Ambas as cabeças foram arremessadas pela torcida.”
Essas palavras constaram no relatório do árbitro Rafael Klein.
A pipa tinha o emblema da cachaça 51, ironia em relação à Copa Rio, que o Palmeiras afirma ser Mundial.
Mas não é.
As cabeças de galinhas foram uma constrangedora resposta à cabeça de porco atirada no gramado da Neo Química Arena.
As provocações conseguiram ganhar espaço no clássico entre Palmeiras e Corinthians, pelo Brasileiro.
Foi o reencontro dos dois times que decidiram o título paulista há 17 dias.
Desta vez, sem troféu nenhum em jogo, o Palmeiras foi muito melhor.
Fez o que deveria ter feito na decisão do estadual, principalmente na primeira partida, no Allianz Parque.
Ontem, atuando em Barueri, muito melhor organizado taticamente, se impôs.
Teve dois alas ofensivos, Giay e Piquerez.
E trazendo Felipe Anderson mais consciente, produtivo, articulador.
Porque jogou na sua posição, finalmente, armando do meio para a direita, como se consagrou na Lazio.
Não na ponta esquerda, onde Abel Ferreira o improvisa.
O rendimento foi outro.
Raphael Veiga estava jogando muito mal e sua contusão propiciou a chance que Felipe Anderson precisava.
Impondo a marcação-pressão e muitas trocas de passes rápidas, com movimentação de seus atacantes, o Palmeiras chegou a dois gols uruguaios em 18 minutos.
Aos 8, em chute forte de Piquerez.
E, aos 18, em arremate de Martínez.
Com 2 a 0, o Palmeiras seguiu buscando o terceiro.
Facundo Torres balançou o travessão.
No segundo tempo, o Palmeiras diminuiu o ritmo, ampliou a marcação nas intermediárias.
E venceu, com justiça, a partida.
O ponto novo foi a estreia de Paulinho, atacante comprado junto ao Atlético Mineiro.
Ele teve de se recuperar de uma fratura na canela da perna direita.
A torcida se vingou do rival, que venceu o Paulista, gritando ‘olé' no final da partida.
“Fizemos o Paulistão praticamente sem reforços. Nosso melhor jogador no Paulistão [Maurício] se machucou e nunca mais jogou até hoje. São fatos. Entendo que as expectativas estão muito altas. Nem mesmo o (piloto de Fórmula 1) Max Verstappen consegue ganhar sempre agora”, disse Abel.
“As atualizações [da equipe] às vezes demoram para chegar ao ponto que cada um quer. Não vou alterar uma vírgula em relação às críticas que recebemos até agora. Ainda há muito trabalho a fazer. Ainda há muitas atualizações a fazer nessa máquina. Já fizemos algumas hoje”, dizia, satisfeito, Abel Ferreira.
A principal que fez foi permitir Felipe Anderson atuar como meia-direita.
Na avaliação de Abel, o Palmeiras deveria ter goleado o Corinthians ontem.
“Eu achei que nós, por exemplo, no jogo que fizemos contra o Corinthians em casa (na primeira fase do Paulistão), que não ganhamos no final, pois erramos um pênalti, na minha opinião jogamos tão bem ou talvez melhor do que hoje. A diferença foi que as bolas não entraram”, começou.
“Eu sei que as avaliações que vocês fazem são sempre em cima dos resultados, mas, na minha opinião, esse jogo foi também muito bem disputado. Infelizmente, as oportunidades que tivemos não conseguimos transformar em gols, como hoje... Poderíamos e deveríamos ter feito mais dois ou três gols, mas não conseguimos”, completou.
Do lado do Corinthians, o auxiliar e filho de Ramón Díaz, Emiliano, segue mostrando grande habilidade com palavras.
Principalmente quando seu time perde.
Seu time foi ridicularizado pela torcida palmeirense que gritou olé, do time de Abel Ferreira, a cada troca de passe no final da partida.
“Os ‘olés’ são normais, não é fácil. O que você mais quer é ganhar, é difícil, vamos ter uma revanche. Mas o último campeão paulista somos nós”, disparou.
Ridículo foi o árbitro Raphael Klein ter de tirar do gramado duas cabeças de galinhas.
Provocação tola.
Revanche à cabeça de porco atirada em Itaquera, no dia 4 de novembro de 2024.
Daquela vez, bastou o Corinthians pagar R$ 60 mil, multa imposta pelo STJD.
Não teve qualquer perda de mando de campo...
Veja também: Abel Ferreira revela bastidores de negociações por Naves
Após vencer o Corinthians, o técnico do Palmeiras falou sobre propostas para a saída do zagueiro Naves.