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Corinthians escapa de goleada. Cruzeiro sai na frente na decisão

Mano sabia do ponto fraco do rival. E treinou seus jogadores a forçarem os cruzamentos. Vitória injusta por 1 a 0. Corinthians escapou de goleada

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Thiago Neves garantiu a vantagem do Cruzeiro. Só precisa empatar no Itaquerão.
Thiago Neves garantiu a vantagem do Cruzeiro. Só precisa empatar no Itaquerão.

São Paulo, Brasil

O Corinthians escapou de uma goleada, hoje, no Mineirão. Não que o Cruzeiro de Mano Menezes pressionasse, sufocasse, imprensasse o time de Jair Ventura na defesa.

Nada disso.

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Mas nas poucas vezes que os mineiros levantaram a bola com capricho na área, criaram chances reais de gol. A dupla Léo Santos e Henrique é assustadora. 

O placar de 1 a 0 para o Cruzeiro, gol de Thiago Neves, de cabeça, claro, foi um placar injusto, na primeira partida da decisão da Copa do Brasil.


Barcos, Henrique, Dedé tiveram toda a liberdade para cabecear diante de Cássio. O atacante e o zagueiro, livres, erraram de maneira imperdoável o toque para as redes. Mandaram fora. E já o volante obrigou o goleiro corintiano a fazer uma defesa brilhante, de puro reflexo. 

Mas a vitória magra dá a vantagem do empate aos mineiros, na partida da próxima quarta-feiras, no Itaquerão. Mas Jair Ventura sabe muito bem que não há motivo algum para reclamar do resultado em Belo Horizonte. Muito pelo contrário. Com a fraquíssima bola aérea defensiva que seu time tem, perder por um gol de diferença foi um presente dos céus.


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Não foi por acaso que a torcida corintiana vibrava muito ao final do jogo. Ela sabia que a derrota deveria ter sido muito pior. E que os paulistas seguem vivos na Copa do Brasil. É permitido sonhar.

Thiago Neves foi o grande jogador da partida. Enquanto teve fôlego, conseguiu ditar o ritmo do Cruzeiro. Do lado corintiano, mérito para Cássio, com ótimas defesas, apesar de sua insegura saída de bola. 

"Acho que o Corinthians sai vivo. É jogar em casa com a força da torcida para reverter o resultado. Um gol de vantagem para o Cruzeiro é uma vantagem pequena demais. Temos toda a possibilidade de virar essa decisão", garante, otimista, o goleiro corintiano. Só ele sabia o sufoco que passou. E da goleada que escapou. 

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Os cruzeirenses, pelo contrário, estavam inconformados.

Com razão.

"Essa vantagem é pequena, mas muito importante. Até pelas chances claras de gol o placar poderia ter sido maior. A gente criou, tentamos. O Cássio fez defesas fantásticas. Lá em São Paulo o jogo vai ser disputado e com muita pressão, vamos precisar usar essa vantagem lá", dizia Thiago Neves.

"O nosso volume foi muito bom no jogo. Tivemos várias oportunidades. Fizemos um gol, levamos uma vantagem boa lá. Lá eles não vão ficar assim, se deram um gol muito muito. Lá vão ter que propor o jogo, vai ser outra partida. O time foi muito bem hoje. Sentimento muito ruim de não jogar o segundo jogo também", lamentava Egídio que, suspenso, não estará na decisão.

"Criamos muito. A vitória poderia ser com mais gols. Só que é uma final, qualquer tipo de vantagem é importante. O time deles defendeu bem, tem muita qualidade. Mas foi bom fazer gol e levar essa vantagem para lá (Itaquera)", garantia Dedé.

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A partida foi exatamente como se esperava. 

Com Jair Ventura e Mano Menezes precavidos. Sobrecarregando as intermediárias. Na mesmíssima estratégia. 4-5-1 dos dois lados. Com o Corinthians sem um atacante de reverência, ao contrário do Cruzeiro, que mantinha Barcos como 'centroavante'.

Muita conversa, concentração. Mas as falhas nas bolas aéreas foram assustadoras
Muita conversa, concentração. Mas as falhas nas bolas aéreas foram assustadoras

A batalha por espaço no meio de campo foi ganha rapidamente pelos mineiros. Ariel Cabral e Henrique não davam a menor possibilidade para o único jogador com neurônios e experiência para poder infernizar a vida da zaga cruzeirense: Jadson. A marcação dos volantes cortou a artéria principal do Corinthians. 

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Isso porque Jair apostou todas as fichas na estratégia que parou o Flamengo no Maracanã. Nas duas linhas de marcadores a partir do meio-campo corintiano. A ordem era impedir, de qualquer maneira, o toque de bola cruzeirense. Principalmente na altura da grande área. Gabriel, Ralf, Matheus Vital (mais volante que meia), Clayson (mais volante do que atacante) e Romero (mais volante do que atacante) tratavam de marcar forte, fixos como jogadores de pebolim, na intermediária.

Mano havia também assistido ao jogo do Maracanã.

E tratou de treinar a bola aérea cruzeirense à exaustão.

Sabia a fragilidade de Léo Santos e Henrique juntos.

Além da baixa altura de Gabriel. 

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Nos cruzamentos, o Cruzeiro teve a chance de golear o Corinthians, tamanha a fragilidade e péssimo posicionamento dos defensores. Era assustadora a dificuldade da defesa de Jair Ventura. Por justiça, vale lembrar que este ano Carille e Loss sofreram pelo mesmo motivo.

O medo pelo alto fez com que o sistema defensivo corintiano recuasse, abrindo espaço para que Thiago Neves ditasse o ritmo cruzeirense, com passes inesperados e arrancadas. Além de arremates, como quando acertou a trave de Cássio, aos 34 minutos, chutando de direita.

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O Corinthians se assustou e o Cruzeiro, empurrado por sua torcida, tratou de vez de pressionar. E Mano ensinou o caminho: pelo alto.

E na bola aérea, os mineiros saíram na frente.

Aos 45 minutos, Egídio driblou pela esquerda e fez ótimo cruzamento para a cabeçada de Thiago Neves. A bola ainda desviou em Hernrique e enganou Cássio. Cruzeiro 1 a 0.

Quem esperava que o Corinthians mudaria sua estratégia, se enganou.

O time seguiu atrás, montado para se defender.

O Cruzeiro perdeu duas chances fabulosas.

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Com Barcos e Dedé, cabeceando sozinhos, diante de Cássio.

Ambos mandaram a bola para fora.

Foi assustadora a falta de potencial ofensivo corintiano.

Cássio fez ótimas defensas. A zaga corintiana é fraca demais pelo alto
Cássio fez ótimas defensas. A zaga corintiana é fraca demais pelo alto

A vitória cruzeirense não correu risco.

Fábio não foi obrigado a fazer sequer uma defesa difícil.

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Mesmo assim, Jair Ventura partida diferente em Itaquera.

Vai depender da postura do time de Mano Menezes.

Se for tão acovardado quanto o Flamengo, na semifinal da Copa do Brasil, o Corinthians terá plena chance de reverter.

Mas se o Cruzeiro atacar, principalmente levantando bolas na área de Cássio, tudo ficará muito difícil para os paulistas.

A situação mineira é privilegiada...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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