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Cosme Rímoli - Blogs

Conmebol começa a transmitir a Libertadores. Globo contesta

A Conmebol TV mostra, já hoje, as partidas do Athletico e do Santos. O questionamento está no envolvimento da Sky e da Claro no canal da Confederação

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


O pacote que a Globo não quis pagar acabou ficando para a própria Conmebol
O pacote que a Globo não quis pagar acabou ficando para a própria Conmebol

São Paulo, Brasil

A situação é simples.

E questionável.

A Lei da TV paga no Brasil, desde 2011, proíbe que uma empresa que presta serviços de telecomunicação adquira conteúdos nacionais de programação.


Por configurar abuso econômico.

Leia também

Nove anos depois, o Brasil viveu uma revolução.


Muita coisa mudou.

Principalmente na transmissão do esporte.


A Globo vive uma gravissíma crise financeira.

A partir de 2021 não transmitirá mais Fórmula 1.

Corre sério risco de perder a Copa do Mundo de 2022, está em conflito judicial com a Fifa.

Viu seu monopólio no Campeonato Brasileiro ser rompido com o Esporte Interativo, que rachou a transmissão dos jogos na tevê a cabo, dede 2019.

No início deste ano, o Flamengo conseguiu convencer o presidente Bolsonaro do abuso do monopólio da Globo. A diretoria mostrou como os clubes mandantes têm o direito de mostrar seus jogos na Europa.

E Bolsonaro criou a Medida Provisória 984.

Graças a ela, o Flamengo pôde ser dono da transmissão dos seus jogos decisivos no Carioca. 

Repassou a final ao SBT.

A Globo tentou uma artimanha, avisar a Conmebol que não transmitiria mais a Libertadores, por estar muita cara. Queria desconto nos 60 milhões de dólares, R$ 318 milhões anuais, até 2022. Por esse dinheiro, teria os direitos de partidas na tevê aberta, no cabo, no pay-per-view e streaming.

A emissora carioca queria um desconto.

Acreditou que não surgiria canal interessado na Libertadores.

Errou feio.

O SBT comprou os direitos da aberta.

Vai pagar cerca de 20 milhões de dólares, R$ 106 milhões por ano.

Isso porque ficará apenas com os jogos na tevê aberta.

Os planos da Conmebol foram ousados no Brasil.

Ela vendeu para o SBT os jogos na aberta, porque articulava a criação de um canal próprio com as operadoras Claro e Sky. E com produção do Band Sports.

O Conmebol TV ocupará o pacote de jogos que era do Sportv. 

O canal poderá assistido ao preço de R$ 39,90.

Além de jogos da Libertadores, haverá as partidas da Copa Sul-Americana, que o streaming DAZN devolveu, por não ter condições financeiras de manter.

TV Conmebol já entra hoje no ar. Globo não concorda com o canal
TV Conmebol já entra hoje no ar. Globo não concorda com o canal

Só que esta revolução é questionável, de acordo com executivos globais.

Eles já lutam judicialmente contra a Turner, não aceitam também o canal Conmebol.

Enxergam irregularidade básica.

De acordo com eles, a ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações, deveria impedir o canal Conmebol. 

Porque as chamadas teles, operadoras de telecomunicação, Claro e Sky, não poderiam vender e produzir seu conteúdo, o que seria abuso econômico.

Até porque seria notório, de acordo com esses executivos globais, que o grupo Band, em dificuldade financeira, não investiria os 70 milhões de dólares, cerca de R$ 371 milhões, pelos jogos a cabo, no ppv e no streaming, preço exigido pela Conmebol do pacote da Globo até 2022.

Eliminando dessa conta os jogos da aberta, lógico.

O que não poderia acontecer é a Claro e a Sky que assegurarem esse valor.

E garantir financeiramente a produção dos jogos para a Band Sports.

A Globo que já questiona a Turner, questiona também o canal Conmebol.

Levou a questão a políticos em Brasília.

Só que a situção caminha.

A Conmebol TV promete começar hoje as suas transmissões dos jogos da Libertadores.

Às 19h15, Jorge Wilstermann e Athletico.

Às 21h30, Santos e Olimpia.

O questionamento é sério.

A Globo não se dá por vencida.

Acredita na possibilidade de uma reviravolta.

E travar o canal da confederação sul-americana de futebol.

Tem como arma a legislação brasileira.

Mais precisamente, as normas do SeAC, Serviço de Acesso Condicionado, a Lei 2485, de 2011.

Ela estabelece não ser possível que operadoras de telecom ou emissoras de radiodifusão (rádio e TV) sejam donas umas das outras.

Parece simples.

Mas não é.

Há inúmeros interesses...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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