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Cosme Rímoli - Blogs

Com quatros volantes, à la Felipão. Palmeiras é semifinalista

O time de Scolari lutou muito para eliminar o Bahia. Mesmo jogando no Pacaembu lotado, o time não se abriu. Venceu com um gol suado de Dudu

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O Palmeiras precisou lutar muito para vencer o Bahia. Dudu marcou de cabeça
O Palmeiras precisou lutar muito para vencer o Bahia. Dudu marcou de cabeça

São Paulo, Brasil

Sem espetáculo.

Sem se expor.

Com muitos chutões.


Mas com muita firmeza.

Sem correr risco.


Copeiro.

Foi assim que o Palmeiras venceu o Bahia, por 1 a 0, gol de Dudu.


E é o quarto classificado para as semifinais da Copa do Brasil. Vai enfrentar o Cruzeiro, de Mano Menezes. 

Impossível não admitir que o resultado teve a assinatura de Felipão. Seu time terminou a partida, no Pacaembu, recheado de palmeirenses, 28 mil torcedores, com nada menos do que quatro volantes. 

Não por acaso, foi a quarta partida com Felipão.

Sem sofrer sequer um gol.

Somados aos comandados por Wesley Carvalho e outro com Paulo Turra já são seis partidas que o Palmeiras não tem sua defesa vazada. Isso não acontecia desde 2008, há dez anos.

O que importava, no final das contas, era a classificação.

E os R$ 8 milhões de prêmio para ser um dos quatro primeiros da Copa do Brasil.

"Trago a vontade de trabalho, uma palavra de estímulo a eles, que se dedicam todos os dias. Somos um grupo, e vamos vencer como um grupo", revelava Felipão o seu 'segredo', pouco antes de a partida começar.

Ele sabia que não poderia expor o Palmeiras. O Bahia de Enderson Moreira é uma equipe muito bem articulada. Quando joga fora alterna duas linhas no seu campo, com pressão na saída de bola adversária. E muita velocidade no contragolpe, com bom toque de bola na intermediária.

Felipão sabia que o Palmeiras precisava ter a iniciativa do jogo, pressionado pela sua própria torcida. Só que ele sabe muito bem o caminho para vencer Copa do Brasil. Venceu quatro na sua longa carreira. Uma com o Criciuma, uma com o Grêmio. E duas com o Palmeiras.

Ele tratou de deixar Lucas Lima no banco e montou seu seu time com três volantes no meio de campo: Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés. E deixou de prontidão Thiago Santos, o quarto volante. 

Scolari não voltou ao futebol brasileiro para dar espetáculo. Aliás, seus times nunca souberam ou fizeram questão. Ele segue mais pragmático do que nunca. A derrota por 7 a 1 para a Alemanha, quando escancarou o Brasil em uma semifinal de Copa, para agradar torcida e imprensa, está tatuado na testa. Nunca mais cairá nesta armadilha.

Mesmo assim, o primeiro tempo foi empolgante, com chances de lado a lado. O gramado liso, molhado pela chuva que castigou a capital paulista, deixava a partida muito rápida.

E aos 13 minutos, o Bahia deixou sem respirar os 28 mil palmeirenses no Pacaembu. Em uma descida veloz do bom Zé Rafael, de quem o Palmeiras tem a preferência na compra, encontrou Leo. Ele cruzou a bola rasteira, Edgar Junio desviou na trave. Na sobra, Gilberto bateu forte. E a bola tocou nas costas de Edgar Junior, com Weverton batido no lance.

Depois do susto, o Palmeiras voltou a tomar a iniciativa do jogo. Atacando em bloco, buscava vencer na força. Na marra. Os toques eram rápídos. Felipão exigia que seus laterais Mayke e Diogo Barbosa atacassem como pontas, quando o Palmeiras tinha a posse de bola. Até porque volante para a cobertura não faltava.

O Palmeiras só tinha um jogador de velocidade do meio de campo para a frente: Dudu. Faltava mobilidade. Mas o time paulista levava vantagem na força física. E mesmo sem imaginação ou maior técnica, a equipe buscava o gol. A marcação do Bahia funcionava muito bem. 

E no primeiro tempo, a única chance real do Palmeiras foi aos 39 minutos. Mayke serviu Borja que bateu forte, a bola desviou em Lucas Fonseca e acertou a trave do ótimo goleiro Anderson.

Na segunda etapa, as duas equipes voltaram mais tensas, concentradas na defesa. Sabiam que se tomassem um gol, poderia ser fatal. E logo aos 30 segundos, Edu Dracena dá um chutão para a frente. Borja ganhou de Tiago, que perdeu o tempo da bola. O colombiano ficou cara a cara com Anderson. Tentou encobri-lo, mas o goleiro deviou a bola, que entraria. Mas conseguiu amortecer, tirar a força do toque do atacante. Deu tempo para o próprio Tiago salvar.

Dudu fez o gol como centroavante dos anos 80. Cabeçada certeira
Dudu fez o gol como centroavante dos anos 80. Cabeçada certeira

A partida estava feia, truncada. Com poucas chances de gol. Até que Mayke e Moisés triangularam. O cruzamento da direita veio perfeito, rasante. Voando, como um centroavante dos anos 80, Dudu saltou e cabeceou sem chances de defesa para Anderson. 1 a 0, Palmeiras, aos 28 minutos do segundo tempo.

Enderson Moreira colocou seu time na frente, tentando empatar.

Felipão tratou de tirar Borja e colocar seu quarto volante: Thiago Santos. Conseguiu fechar a intermediária, não deu chance para o Bahia. A torcida, encantada com a dedicação do time, aplaudia cada chutão.

Até mesmo gandulas passaram a fazer cera.

No final, vitória do Palmeiras.

Com a marca carimbada de Felipão.

Suada, feia, mas vibrante, com alma, com o coração.

De agora em diante será assim.

Felipão não parava de gritar, cobrar. Vibrou em cada lance na vitória palmeirense
Felipão não parava de gritar, cobrar. Vibrou em cada lance na vitória palmeirense Cesar Greco

Ainda mais na Copa do Brasil e Libertadores.

Cada jogo do Palmeiras será uma batalha.

O Cruzeiro de Mano Menezes que se prepare...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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