Com contrato suspenso, Jean vai se desculpar e tentar salvar a carreira
O São Paulo foi firme. Fez o que a lei permite. Suspendeu o contrato de Jean, que agrediu a esposa, até dezembro. Diretoria não quer sua volta ao Morumbi
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Não deveria nem aparecer ontem na reapresentação do elenco.
Ele que se comportasse como ex-jogador do São Paulo.
E ficasse longe do CCT da Barra Funda.
Do Morumbi.
Os dirigentes não o querem nem treinando separado do grupo.
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Ele que mantenha a forma onde quiser.
O desejo explícito que vá jogar em outro time.
Seu tempo com a camisa tricolor acabou.
A suspensão do seu contrato até dezembro de 2020, sem pagamento de salário, foi mera formalidade jurídica.
O primeiro passo antes da rescisão definitiva, que deve ser anunciada no inicío de 2021, mesmo com o goleiro tendo contrato até dezembro de 2022.
A decisão de suspensão do contrato foi a saída para evitar que o jogador entrasse na justiça trabalhista, alegando demissão sem justa causa.
Para a diretoria do São Paulo, os oito socos que o goleiro deu na esposa Milena, na frente de suas duas filhas, nos Estados Unidos, no dia 18 de dezembro, são motivos irrefutáveis para a anulação do contrato.
Além da sua prisão, com direito a ficha criminal em Orlando.
Em todas as matérias vinculadas nos portais, nas televisões, rádios e jornais no Brasil, e no mundo, ele foi identificado como Jean, goleiro do São Paulo Futebol Clube.
Os danos à imagem do clube são claros, evidentes. E no contrato com o jogador, o São Paulo está resguardado, caso o clube seja exposto pelo atleta. É uma cláusula padrão.
Mas o inseguro presidente Leco está no seu último ano do segundo mandato. Com ele, o clube não conseguiu vencer título algum. Aliás, são oito anos de jejum.
Começar 2020 com uma briga jurídica com Jean seria improdutivo. Traria confusão, pressão no elenco.
De maneira discreta, mas firme, os dirigentes avisaram o goleiro da suspensão do contrato. E que facilitarão sua ida para qualquer clube. Inclusive sem pagamento de empréstimo. O São Paulo só não aceita mais pagar seus salários.
Ele recebia cerca de R$ 200 mil mensais.
Foi contratado por R$ 6 milhões, do Bahia. O São Paulo pagaria mais R$ 4 milhões, caso ele se firmasse como titular, o que não aconteceu.
Alguns dirigentes do Ceará deixaram vazar o interesse pelo jogador. Para analisar a reação da mídia, dos torcedores. E Jean foi rejeitado de forma assustadora.
Um caminho poderia ser o retorno para o clube onde chegou ainda menino, o Bahia. E seu pai trabalha como preparador de goleiros do time sub-20.
Mas a rejeição segue forte nas redes sociais contra o jogador.
Como o blog publicou, a esposa Milena Bemfica não prestou queixa no Brasil pelas agressões. Seria uma maneira de tentar salvar a carreira do goleiro, para que ele pudesse pagar a pensão das filhas, em uma eventual separação, que ainda não foi confirmada.
O processo de agressão segue na justiça norte-americana.
O ex-jogador e executivo Raí segue sendo o dirigente mais revoltado no Morumbi com o atleta. E partiu dele a iniciativa para que Jean não atuasse mais pelo São Paulo.
Jean vai tentar se retratar.
Dar entrevista ou fazer um depoimento nas redes sociais se dizendo arrependido e pedindo chance para seguir na carreira.
Produtoras de vários canais de tevê tentam a entrevista exclusiva.
Ele quer continuar atuando como goleiro.
Um clube do Exterior pode ser a salvação.
Até porque sabe.
No São Paulo não jogará mais.
O clube não pretende pagar mais um centavo do contrato que vale até 2022.
O técnico Fernando Diniz e os companheiros de Jean foram avisados para não opinarem sobre a delicada situação.
E também não houve qualquer movimento nos bastidores de solidariedade a Jean. A agressão a Milena foi chocante demais.
Seu contrato não foi rescindido por conta da legislação.
Mas isso é mera formalidade.
Ele não joga mais no clube.
O São Paulo não quer um agressor de mulheres no seu elenco.
Jean tem plena consciência da decisão...
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Jean é mais um na lista de jogadores acusados de agredir mulheres
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