Com alegria para Instagram, Gabigol marca o gol da virada do Cruzeiro contra o Bahia. Reserva quer ir embora. ‘Em dezembro, a gente volta a conversar.’ Ele quer sair. Santos tem interesse
A ida para Belo Horizonte não se mostrou a melhor das opções. Para quem sonhava em voltar para a Seleção. Se tornou mero reserva. Mesmo marcando o gol importante hoje, a alegria era mais cinematográfica. Para ser registrada pelas câmeras. Ele sabe que não tem espaço com Jardim
Cosme Rímoli|Do R7

A vitória foi importantíssima.
Imponente.
O Cruzeiro venceu o Bahia em plena Salvador, de virada, 2 a 1.
Chegou à segunda colocação do Brasileiro.
Deixou para trás o Palmeiras.
O foco deveria ser a superação, a intensidade, a credibilidade do time que joga em casa ou fora, da mesma maneira competente.
Mas não foi assim.
Gabigol roubou a fórceps os holofotes.
Primeiro, com um gol espetacular, aos 40 minutos do segundo tempo, chute violento, preciso, que surpreendeu a todos que estavam no estádio e no gramado. E garantiu três preciosos pontos ao Cruzeiro.
Depois, na sua cinematográfica comemoração.
Tirou a camisa do clube, a jogou ao chão, correu para perto dos reservas do Cruzeiro.
Até terminar nos braços do homem que o deixa no banco.
Leonardo Jardim.
Para os ingênuos que acreditam que esteja selada a aproximação, com o abraço, vale lembrar que Gabigol já abraçou Tite, sabendo que ele o prejudicava no Flamengo.
E foi embora no final da temporada.
O blog já revelou a insatisfação de Gabigol.

Ele aceitou jogar em Minas Gerais porque tinha a promessa do ex-executivo cruzeirense, Alexandre Mattos, que o clube formaria uma verdadeira seleção. Com condições de vencer todos os torneios que disputaria em 2025.
E o levaria de volta à Seleção.
Alexandre Mattos é um especialista em fazer quem o escuta sonhar.
O bilionário Pedro Lourenço também sonhou com as palavras de Mattos e aceitou pagar um salário de R$ 2,4 milhões. Somando luvas e bônus. Até o final de 2028.
Gabigol acreditou piamente que seria a incontestável estrela cruzeirense.
Ele conversou com o então treinador do clube, Fernando Diniz, e acreditou que viveria no paraíso.
Só que a realidade bateu à porta.
Diniz fez um péssimo trabalho e foi mandado embora. A equipe montada por Alexandre Mattos se mostrou fraca. E o executivo também foi embora.
Restou Gabigol em um time sofrendo a reformulação coordenada por Leonardo Jardim, português que não se intimidou com o poder midiático de Gabigol.
O viu sem a velocidade e o poder de decisão dentro da área que queria. E o trocou, sem o menor constrangimento, por Kaio Jorge.
“Não tenho competência para escalar Gabigol e Kaio Jorge juntos”, resumiu, espertamente, Jardim.
Foi uma maneira inteligente de dizer que Gabigol é reserva.
O atacante ex-Flamengo não quis o embate público.
Percebeu que não iria adiantar, diante do gênio forte do treinador europeu. Aceitou a reserva.
Mas hoje, em Salvador, ciente da importância do gol que marcou, o atacante de 29 anos foi direto sobre seu futuro.
“A gente conversa bastante, eu busco minutos. Ele (Jardim) sabe disso. A gente tem uma relação incrível. O Cruzeiro tem vivido um ano maravilhoso. Em dezembro, a gente vai voltar a conversar.”
Gabigol vai conversar com a direção do Cruzeiro.
Quer outro clube para que possa ser titular absoluto.
Marcelo Teixeira é obcecado em ver o artilheiro com a camisa santista novamente.
Ele seria uma solução excelente, se Neymar decidir sair em 2026. A passagem pelo Santos não está sendo nada do que sonhava.
Os números frios não mentem.
Gabigol está extremamente desvalorizado.
O site especializado em transferências no mundo, o transfermarkt, mostra que, em 2021, o atacante valia 21 milhões de euros, cerca de R$ 131 milhões. Atualmente, não passa dos 5 milhões de euros, cerca de R$ 31 milhões.
Antes de hoje, o último gol de Gabigol foi feito no dia 20 de julho, contra o Juventude.
Nesta frustrante passagem pelo Cruzeiro, ele só marcou 12 vezes. Cinco no fraquíssimo Campeonato Mineiro. Dois na Copa Sul-Americana. E apenas cinco no Brasileiro.
Kaio Jorge tem 15 gols no Brasileiro, artilheiro absoluto.
Cada vez está mais claro que o futuro de Gabigol não será no Cruzeiro, em 2026.
E sua saída não provocará comoção.
Pelo contrário.
Ele nunca foi o ídolo que a direção e, principalmente, o bilionário Pedro Lourenço sonhava.
Em dezembro, Gabigol terá muito a falar com Lourenço.
E procurar outro lugar para jogar...
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