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Com a ajuda da arbitragem, o  Palmeiras vence o Internacional

Gol legal de Leandro Damião foi anulado. Erro gravíssimo

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

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Palmeiras venceu, sem empolgar. Lucas Lima foi a boa notícia.
Palmeiras venceu, sem empolgar. Lucas Lima foi a boa notícia.

28 minutos do segundo tempo.

Rodrigo Dourado lança Leandro Damião. Em posição legal. Ele domina a bola, com a dificuldade conhecida, mas consegue dar o chute. A bola passa por debaixo de Jailson, em rara falha. Gol do Internacional.


O lance empataria a partida. Empataria porque o bandeira Michael Correa não deixou. Marcou impedimento inexistente. Diogo Barbosa dava condições ao atacante. Prejuízo grave para os gaúchos.

O lance teve grande influência no placar de um jogo decepcionante. Os dois clubes já fizeram duelos históricos, inesquecível. O de hoje, no Pacaembu, foi desprezível. O Palmeiras tinha maior responsabilidade, pelo milionário elenco que o dinheiro conseguiu levar para o Palestra Itália. O Internacional, voltando da Segunda Divisão, e com grandes dificuldade financeira, fez o que pôde. Não foi por acaso que, na quinta-feira, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória.


Ao final de um confronto quase sem emoção, sem jogadas plásticas, a vitória palmeirense, graças a um gol de Dudu, completando de cabeça cruzamento de Diogo Barbosa. 1 a 0, com um futebol preguiçoso, com o time instável, com direito a vários momentos de apagões. Principalmente na cobertura de seus laterais. Felipe Melo e Bruno Henrique, pesados, lentos. Sem a velocidade necessária de cuidar das descidas de Marcos Rocha e Diogo Barbosa. 

Lucas Lima foi a boa notícia. Roger Machado deu um voto de confiança. E o meia esqueceu o futebol burocrático. Jogou mais avançado, como deveria ser. Foi contratado como meia, articulador de ataques e não um terceiro volante disfarçado. Com mais confiança, ele até acertou uma bola na trave.


Roger também acertou em colocar Edu Dracena na vaga de Thiago Martins. A defesa ficou um pouco mais segura. Só que ainda houve erros. Antônio Carlo e mesmo Dracena não forma uma dupla de zaga confiável. Alexandre Mattos errou feio ao gastar muito dinheiro com inúmeros jogadores e se esquecer de um setor fundamental.

"Foi o resultado que estávamos precisando. As vitórias não estavam vindo, mas uma hora iria acontecer. Soubemos sofrer. O importante foi ganhar os três pontos", desabafava Keno. "Importante mesmo retomar o caminho das vitórias. Voltar a ter aquela confiança, não tomar gol novamente... Tudo isso foi importante. Não foi o melhor jogo, mas melhoramos do jogo passado para esse", resumia Moisés.


Lucas Lima. Descoloriu o cabelo para parecer sério. Mais à frente foi bem melhor
Lucas Lima. Descoloriu o cabelo para parecer sério. Mais à frente foi bem melhor

Mas a declaração com mais conteúdo foi de Edu Dracena. 

"Estamos tentando colocar na cabeça dos jogadores que não vamos ser um supertime, mas nem tanto céu, nem tanta terra. Saber digerir críticas e, nos elogios, saber que não somos os melhores do mundo. Equipe está amadurecendo."

Sem sombra de dúvidas, o elenco pode ser milionário. Mas o Palmeiras está longe de ser um supertime. Roger Machado não está conseguindo formar a equipe competitiva, com condições de ser apontada como favorita para ganhar qualquer campeonato. A força individual a deixa como uma das postulantes. Mas a fragilidade do conjunto é desanimadora.

Já vivemos os últimos dias de abril. Roger Machado já teve tempo de sobra para mostrar o que deseja. Segue confusa, indecisa, sem rumo a ideia para o que fazer com os jogadores que os milhões da Crefisa, da Globo, da arquibancada, do plano de sócio-torcedor, da Adidas colocaram no Palestra Itália.

Outra vez se esperava muito do Palmeiras. A temporada passada foi extremamente decepcionante. Mattos e Alexandre Galiotte fizeram um pacto de não trocar treinador. Não havia mais a sombra do intempestivo Cuca para atormentar o inseguro e sem rumo Eduardo Baptista. Muito menos os jogadores implorando para que o então auxiliar Alberto Valentim assumisse de vez a equipe.

A ideia era entregar o elenco para Mano Menezes. Ele exigiu o controle total do futebol. Que suas determinações fossem como mandamentos. Tanto na compra como na venda de jogadores. Mattos e Galiotte disseram não. Ele ficou no Cruzeiro. A vez então foi de outra jovem aposta.

Roger Machado.

Roger Machado segue sem conseguir montar um time convincente
Roger Machado segue sem conseguir montar um time convincente

Em quatro anos de trabalho, só um título. O inexpressivo título de Minas Gerais, um campeonato disputado para valer, por duas equipes. Passou pelo Grêmio e Atlético Mineiro sem deixar saudades. Com problemas sérios na estratégia das duas equipes. Tinha jogadores importantes, mas não conseguiu dar um conjunto competitivo. Foi demitido sem dó.

Que Roger é sério, trabalhador, honesto, estudioso, não há a menor dúvida. Mas outra vez segue decepcionando. A reação raivosa da diretoria em relação à interferência ou não na final do Paulista serviu como nuvem de fumaça. O Palmeiras perdeu o título em casa, para o seu maior rival, o Corinthians. Jogando muito mal. 

A cobrança é forte. Principalmente da imprensa, porque outra vez, a realidade levou a todos os jornalistas acreditarem em um grande time. A chegada de Lucas Limas, Marcos Rocha, Diogo Barbosa e Gustavo Scarpa fez o apreciador de futebol esfregar as mãos. A justiça travou o meia no imbróglio com o Fluminense.

Mas o clube, na teoria, buscou os atletas que precisava. Um meia diferenciado, talentoso, canhoto, como Lucas Lima é raríssimo neste país. E dois laterais com grande potencial ofensivo. "Contratações para calar a boca dos críticos", garantiam conselheiros amigos de Alexandre Mattos.

Cada bola cruzada na área palmeirense era desesperadora para Jailson
Cada bola cruzada na área palmeirense era desesperadora para Jailson

Mas o executivo não conseguiu segurar Mina. Como o blog avisou ainda no ano passado, o zagueiro colombiano faria pressão para antecipar sua ida para o Barcelona. Foi o quem aconteceu. Mattos não contratou um atleta à altura. Os beques palmeirenses que ficaram são esforçados, mas fracos. Edu Dracena é o melhor deles, mas ele completará 37 anos no próximo mês. Os arranques, a explosão muscular que o consagraram, já não são os mesmos.

Mas mesmo com zagueiros fracos, Roger teria todas as condições de montar uma equipe forte, competitiva. Só que o Palmeiras segue cometendo os mesmos erros desde o início do ano. Na imensa maioria dos jogos, as linhas atuam longe. A cobertura dos laterais é péssima. Felipe Mello e Bruno Henrique não conseguem fechar os espaços deixados às costas de Marcos Rocha e Diogo Barbosa. 

Dudu segue prejudicando o time. Pode ter marcado o gol da vitória hoje. Mas ele é um competente atacante pelos lados do campo. Não o meia que sonha ser. É um delírio que treinadores não têm coragem de enfrentar. Trazê-lo para a realidade. Há dois anos, segue atrapalhando o desenvolvimento tático do time. Individualmente, principalmente para o baixo nível do futebol da América do Sul, ele se destaca. Pelos dribles curtos, pela correria, pela esperteza. Pensa mais em si do que no time. Em vez de abrir o jogo, ele centraliza, facilitando o trabalho do sistema defensivo adversário. Por puro egoísmo.

Lucas Lima está sendo desperdiçado desde que chegou. Roger o estava escalando como Tite fazia com Romarinho, no Corinthians, em 2012. Marcando laterais. E o obrigando a recolher a bola dos pés de Felipe Melo e Bruno Henrique, na intermediária. Do Palmeiras! Longe demais do gol adversário.

O meia estava para perder a posição para Guerra. Teve hoje uma derradeira chance. Mas atuando como gosta, como sabe jogar, como pode ser útil ao Palmeiras. E seu futebol melhorou muito. Foi o maior acerto.

O restante do time foi decepcionante.

Além das linhas distantes, Dudu centralizado, forçando Marcos Rocha ser a ponta direita e ficar sem cobertura, a saída de bola estava lenta demais, facilitando a recomposição gaúcha. O Palmeiras não tinha tranquilidade para tocar a bola, apelou várias vezes para chutões e chuveirinhos da intermediária. Se igualou na mediocridade do fraco time do Internacional, montado no 4-5-1, sonhando com um empate. Se tivesse um pingo mais de coragem, teria conseguido muito mais.

O Palmeiras conseguiu seu gol graças à desatenção da zaga colorada. Diogo Barbosa desceu pela esquerda e cruzou com curva, para a esperta cabeçada de Dudu. 1 a 0, aos 39 minutos do primeiro tempo. Ele fez questão de não comemorar com os torcedores. Porque estava sendo muito criticado nas redes sociais. Este é o comportamento do capitão de Roger Machado.

"Eu sou um cara muito emotivo, procuro sempre dar o meu melhor, mas, às vezes, as pessoas não reconhecem. Às vezes, quando você empata dois jogos, você não presta, não vale nada. Não quis comemorar por causa disso. Se tivermos um mau resultado nos próximos jogos, vamos voltar a não valer nada", explicou, deixando claro que deseja aplausos constantes, mesmo quando o time vai mal, o que é algo insano.

O Internacional estava recuado demais na primeira etapa. No segundo tempo, Helmann adiantou um pouco a marcação e foi o que bastou. Sua equipe roubou várias bolas e só não empatou porque seus jogadores são fracos tecnicamente. Foi gritante o nervosismo de Jailson. Cada bola cruzada para sua área era desesperadora. Antônio Carlos e Edu Dracena, além de lentos, estavam muito mal colocados.

O time gaúcho merecia o empate.

E conseguiu.

Se não fosse um erro grave, tosco da arbitragem.

Não foi lance difícil para o bandeira Michael Correa.

Ele sabotou a já insegura arbitragem de Marcelo de Lima Henrique. 

O Palmeiras comemora a primeira vitória no Brasileiro.

Mas a vitória é ilusória.

Abril está acabando e ainda não há um time competitivo.

Digno de despertar confiança.

O elenco segue impressionando só no papel.

Roger Machado segue decepcionante...

Arbitragem não permitiu que Leandro Damião empatasse o jogo
Arbitragem não permitiu que Leandro Damião empatasse o jogo
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