Chá de camomila e troco político. Rio rejeita Campeonato Paulista
A guerra política entre os governadores Claudio Castro e João Doria respinga no futebol. Paulista não poderá ser disputado no Rio. Para expor Doria
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Lamento que o Rio de Janeiro, onde vivi parte da minha vida e conheci a minha esposa e tenho tantos e tantos amigos, ao invés de ter medidas que restrinjam – e com isso protejam a sua população – façam exatamente o caminho oposto."
Governador de São Paulo, João Doria, ontem, dia 11 de março.
"Respeito o governador de São Paulo. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da covid.
"Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu."
Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, ontem, dia 11 de março.
O clima já estava bélico entre Doria e Castro.
O político paulista criticava o carioca por ele não haver assinado um documento de ação conjunta, entre os governadores, para lutar contra a pandemia da Covid-19.
Foi depois dessa troca de provocações que Castro recebeu o pedido do presidente da CBF, Rogério Caboclo, e da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes, que aceitasse que jogos do Campeonato Paulista fossem disputados no seu estado. Já que Doria havia suspendido o torneio.
Primeiro, ele aceitou.
Depois, refletiu e disse 'não'.
Castro percebeu que seria pior politicamente para Doria, se os jogos do Paulista não acontecessem.
E ele decidiu não aceitar as partidas no território carioca.
Foi um troco político.
Porque os jogos do Carioca estão liberados, como as partidas da Libertadores, da Copa do Brasil.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, desde ontem articula o plano B. Procurar o presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro, para que ele estude a possibilidade de o governador mineiro, Romeu Zema, aceitar as duas semanas de jogos do Campeonato Paulista, que estão suspensos por Doria. Entre 15 e 30 de março.
A CBF faz questão de deixar claro.
O futebol brasileiro, apesar do auge da pandemia pela Covid-19, não irá parar nestas datas. Inclusive com jogos de clubes paulistas na Copa do Brasil, na Libertadores.
Os dirigentes dos clubes paulistas se dizem 'massacrados economicamente', não aceitam ficar mais duas semanas parados.
Mas querem que a FPF pague as viagens e as hospedagens.
Doria foi avisado que sua proibição de jogos pode ser inócua.
Ou seja, não valer nada.
Com as partidas acontecendo fora de São Paulo.
E com os clubes treinando normalmente nos seus Centros de Treinamento.
Correria o risco de ser um grande desgaste político apenas.
Já que os protocolos internacionais mostram que os jogos não são responsáveis por transmissão do vírus da Covid-19.

Basta que os atletass sejam testados 72 horas antes das partidas. E que o clube envie os resultados negativados 24 horas antes dos confrontos. Além disso, no dia das partidas, a temperatura dos atletas é medida. Os que estiverem com febre são impedidos de entrar em campo.
Os treinamentos, em tese, são muito mais perigosos.
Diante da resistência dos dirigentes dos grandes clubes e da Federação Paulista, Doria recuou.
Ele acreditava que todos aceitariam a suspensão do torneio sem questionamento.
Mas como o futebol brasileiro vai seguir, os clubes paulistas vão jogar a Libertadores e a Copa do Brasil, e as partidas do Paulista podem seguir acontecendo, por exemplo, em Minas Gerais, o governador pode voltar atrás.
Ele ter aceito participar de reunião, com o presidente da Federação Paulista, na manhã da próxima segunda-feira já é sinal.
Se houver um pacto de 'máxima proteção' dos atletas, protocolo ainda mais rígido, a suspensão poderá ser revertida.
Se não for, os clubes prometem.
Irão para o confronto.
Vão jogar o Paulista fora de São Paulo...
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"Fez-se justiça. Isso tudo teve seu lado positivo: o quanto o meu avô é reconhecido como o grande homem que foi", celebrou o jornalista
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