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Cosme Rímoli - Blogs

Certeza no Bahia: fazer um Campeonato Brasileiro histórico. Rogério Ceni encontrou o time ideal na Libertadores. Repetir 1988 não é impossível

Há muitos anos os torcedores baianos não tinham tanta confiança. Depois de 2024 conturbado, o grupo City resolveu continuar a apostar em Ceni. E o retorno veio. O técnico reedita seu melhor trabalho, no Fortaleza, e consegue formar uma equipe competitiva, vibrante

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Rogério Ceni conseguiu uma sintonia impressionante com o elenco Bahia

Rogério Ceni saiu muito magoado do São Paulo.

O maior ídolo da história do clube foi demitido pela segunda vez como técnico.

Foi no 18 de abril de 2023.

No dia 8 de setembro, também de 2023, assumiu o Bahia.


O grande motivador, além da importância do clube nacionalmente, foi o grupo City.

Ele sabia da parceria com o bilionário grupo que controla uma holding de clubes espalhados pelo mundo.


81% do conglomerado pertence à família real dos Emirados Árabes.

Entre adaptação do treinador a um elenco que o português Renato Paiva não fez render, Ceni sofreu.


Teve de enfrentar grande parte da furiosa mídia baiana e a torcida apaixonada.

A direção do Santos acreditava que ele não seguiria este ano.

E articulava a sua contratação no lugar de Fábio Carille.

Só que a equipe conseguiu uma arrancada que garantiu a classificação para a Pré-Libertadores, em oitavo lugar no Brasileiro.

Ele ganhou o aval da direção do City para continuar.

Contra tudo e contra todos.

Mas pediu uma revolução no elenco.

Chegaram Kayky (atacante), Ramos Mingo (zagueiro), Willian José (atacante), Rodrigo Nestor (meia), Michel Araújo (meia), Erick (volante), Erick Pulga (atacante), Acevedo (volante).

Todos escolhidos por ele.

E saíram do clube Marcos Victor (zagueiro), Everton Moraes (atacante), Biel (atacante), Matheus Teixeira (goleiro), Rafael Ratão (atacante), Thaciano (meia), Cicinho (lateral), Miqueias (meia), De Pena (meia), Cuesta (zagueiro), Everaldo (atacante), Diego Rosa (volante), Gustavo Henrique (zagueiro) e Douglas Borel (lateral).

Erick Pulga marcou o gol da vitória histórica do Bahia, contra o Nacional. O foco da diretoria é o Brasileiro Leticia Martins/Bahia

Jornalistas soteropolitanos não acreditavam que haveria tempo para a montagem da equipe.

Mas Rogério Ceni não só usou o Estadual para entrosar o novo time.

Ganhou o Baiano.

E ainda conseguiu fazer campanha invejável na Pré-Libertadores.

Começou empatando com o The Strongest, na altitude abusiva de 3.650 metros de La Paz. Em Salvador, fez os bolivianos dançarem axé. Com futebol veloz e dominador, vitória por 3 a 0.

O uruguaio Boston River pressionou, lutou. Mas não conseguiu superar a forte marcação imposta por Ceni. 0 a 0, em Montevidéu. Em Salvador, vitória do time brasileiro. 1 a 0.

Veio a sonhada classificação para a fase de grupos.

E logo de frente o confronto com o poderoso Internacional. Empate vibrante em Salvador, 1 a 1.

No Brasileiro, os empates com gostos bem diferentes.

O dolorido, contra o Corinthians, sofrendo gol nos últimos minutos, em casa, 1 a 1.

E contra o Santos, na Vila Belmiro, marcando no fim do confronto, 2 a 2.

Veio o jogo de ontem, contra o tradicional Nacional, em Montevidéu.

O time foi muito firme, mesmo contra a fanática torcida uruguaia.

1 a 0, gol de Erick Pulgar.

Já é o time com maior sequência na Libertadores.

E a certeza do presidente Emerson Ferretti que há chance real de brigar também pelo título do Brasileiro.

O sonho é de reviver 1988, quando o clube foi campeão do país.

Rogério Ceni está perdendo de vez a postura hierárquica, que tanto atrapalhou o seu início como treinador.

“Sou apaixonado pelo meu trabalho, me cerco de pessoas boas, que podem acrescentar e confrontar ideias. O Bahia… as pessoas às vezes não entendem, eu trabalho para caramba e tenho um carinho especial porque sei que o Bahia pode fazer coisas grandes com um tempo.

“Mesmo que não seja no tempo que as pessoas querem. Olha o PSG, até mesmo o próprio City. Precisamos crescer e vai levar tempo, mas vamos tentar nos manter entre os dois primeiros, temos mais quatro rodadas, e os jogos em casa são muito importantes.”

Ele falou ontem no Uruguai em tempo, fugindo do imediatismo do torcedor.

Para evitar pressão maior sobre seu time.

Mas a ambição aos poucos toda conta do elenco, do treinador e da direção.

Por conta do entrosamento do time com a Comissão Técnica.

Ambos estão conseguindo conquistar a torcida, uma das mais inflamadas da América do Sul.

Transformando a Fonte Nova em um caldeirão, tormento para os adversários.

O sonho de reconquistar o Brasileiro está mais do que presente.

Rogério Ceni deixou para trás a 'hierarquia militar' e está mais próximo dos jogadores. O clima no Bahia é ótimo Letícia Martins/Bahia

Os ingressos contra o Mirassol, no domingo, estão sumindo como por encanto.

A torcida quer alimentar a chance da conquista do Campeonato Nacional.

A campanha na Libertadores está dando esse alicerce.

A vitória diante do Nacional, ontem, a primeira da história fora de casa, teve um impacto enorme.

“Importante para a história do clube, o primeiro triunfo fora do país na Libertadores. Não ganhamos de uma equipe qualquer, ganhamos de uma equipe de muita tradição. Não é fácil para ninguém vencer aqui (no Uruguai). Um triunfo importante para o Bahia, para quem torce para o Bahia e nos apoia.”

Erick Pulga, com cinco gols e cinco assistências, está se transformando no principal jogador de 2025.

Foi contratado do Ceará por R$ 18 milhões.

Abaixo de outros atletas, Luciano Rodríguez (R$ 67,8 milhões), Santiago Mingo (R$ 27 milhões), Caio Alexandre (R$ 24,7 milhões) e Jean Lucas (R$ 24,2 milhões).

Só que o cearense de 24 anos é o que tem melhor refletido o espírito competitivo e vibrante que Rogério Ceni está impondo ao Bahia.

Seu desempenho, com direito a um belíssimo gol, ontem, foi excelente.

Há estrutura, pagamento em dia, e apoio logístico, como os grandes das regiões Sudeste e Sul.

O time está aos poucos permitindo que seu torcedor sonhe.

O amadurecimento e o aprendizado, de como conviver com seus comandados, estão fazendo com que Ceni evolua como técnico.

Esse Bahia dá, sim, para acreditar.

Reeditar 1988 não é impossível, não...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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