Cosme Rímoli Ceni não queria. Dorival teve de aceitar. Alexandre Pato é jogador 'do presidente'. A preocupação no Morumbi é contratar Marinho

Ceni não queria. Dorival teve de aceitar. Alexandre Pato é jogador 'do presidente'. A preocupação no Morumbi é contratar Marinho

O midiático jogador, de 33 anos, está de volta para sua terceira passagem pelo São Paulo. É uma jogada do presidente Julio Casares, que fez uma 'aposta barata' para a reeleição. Prioridade para Dorival é chegada de Marinho

  • Cosme Rímoli | Do R7

Alexandre Pato é uma aposta do presidente Julio Casares. Ceni não queria. Dorival teve de aceitar

Alexandre Pato é uma aposta do presidente Julio Casares. Ceni não queria. Dorival teve de aceitar

Reprodução/Twitter

São Paulo, Brasil

Ele fez questão de quebrar o protocolo.

Nada de só mostrar a camisa para as fotos.

Pediu ao presidente Julio Casares para "quebrar o protocolo" e vesti-la.

Assim que a colocou, fez questão de dar um beijo cinematográfico.

Com calma, intensidade, timing.

Para que todas as câmeras, máquinas fotográficas e celulares registrassem o gesto.

Aos 33 anos, Alexandre Pato fez da sua terceira apresentação como jogador do São Paulo um evento.

Para alegria de Julio Casares, que faz questão de deixar claro para conselheiros que considera a contratação de Pato um dos grandes trunfos para sua reeleição.

E que está contratando um artilheiro, um jogador midiático, por uma "pechincha": R$ 200 mil mensais até o fim de 2023.

A chegada de Pato foi um dos motivos para a saída de Rogério Ceni. Ele não queria a contratação do jogador, de 33 anos, por considerá-lo problemático, se não fosse titular.

Dorival Júnior não teve nem direito a veto. Ao ser contratado, o treinador soube que Casares queria Pato no elenco. 

Era uma "contratação do presidente".

Tanto que Casares fez questão de apresentá-lo hoje.

Pato tinha proposta do Internacional, clube no qual nasceu para o futebol. Mas preferiu voltar ao São Paulo, tamanho foi o apoio que recebeu de Casares. 

O próprio jogador não acreditava que teria essa terceira oportunidade no Morumbi.

Ela veio porque pediu para fazer fisioterapia, se recuperar de uma contusão que sofreu nos Estados Unidos.

Rogério Ceni aceitou seu retorno para se tratar.

Não para jogar.

"Sempre existiu o amor, saí de uma situação muito difícil na vida, e ele [São Paulo] me abraça.

"Lá atrás, em 2014. Deus foi muito bom comigo, colocou no coração deles [dirigentes] que eu poderia dar algo a mais para o São Paulo.

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"Cheguei para fazer uma recuperação, tive discussões com o Rogério muito tempo atrás, e eu ficava perguntando se o Rogério ia me deixar fazer físio. O Rogério me escreve, o Rui também, e converso com o presidente. Eu fui entregando, não queria pressionar. Cheguei e falei com os dirigentes: 'O São Paulo está diferente, a gestão, a parte de fora do futebol, a fisioterapia'", elogiou Pato.

A incerteza que o atacante tinha se Ceni deixaria que fizesse fisioterapia no Morumbi nasceu da maneira com que ele deixou o clube. O técnico era Fernando Diniz, mas a atitude indolente de Pato, ao virar reserva, não se aplicando nos treinos e tratando de não conversar com os companheiros, pesou para Ceni. 

Mesmo na primeira passagem do jogador, em 2014, os dois entraram em choque. Com forte cobrança do então capitão e ídolo mais importante da história do clube ao atacante, em jogos decisivos. E com resposta à altura do midiático atacante.

Sem Ceni e com o amigável Dorival Júnior no comando do time, Pato está preparado para atuar como gosta. Como segundo atacante. O sonho de Casares é que forme dupla com Calleri.

"Eu sempre joguei de centroavante, meia-atacante, mas, se o professor precisar de volante, zagueiro, eu vou estar lá. A posição vou deixar para o professor decidir", disse, humilde, na coletiva de sua apresentação.

O jogador ainda levará, de acordo com Dorival Júnior, cerca de "20 a 30 dias" para entrar no time, no ritmo que o treinador espera.

Pato receberá R$ 200 mil por mês. Um contrato "simbólico" até o fim do ano. Se render o que ele e Casares esperam, o São Paulo terá prioridade para novo contrato de um ano, até o fim de 2024.

A participação da torcida organizada do clube foi fundamental para a contratação.

Os chefes das organizadas souberam antes que o jogador seria contratado. E deram seu aval. Como acontece na maioria dos clubes, a ligação das organizadas com a diretoria são-paulina é muito forte. Até por uma questão de estabilidade de Casares, nos momentos ruins, como na eliminação do clube do Campeonato Paulista, ainda nas quartas de final, para o Água Santa.

Pato responsabilizou sua falta de maturidade na segunda vez que deixou o São Paulo, em 2019. Para jogar e "se divertir" no Orlando City, dos Estados Unidos.

"Quando eu escolhi sair do São Paulo naquela época, queria um lugar pra morar em paz, jogar, receber salário e me divertir. Mas, infelizmente, no primeiro jogo eu vou e me machuco. Voltei, fazendo gol, assistências, mas logo em seguida eu me machuco outra vez. Eu estou com a mesma motivação de quando comecei a jogar.

"Está diferente o meu amadurecimento. A minha entrega, meu amor pelo São Paulo, não vai mudar. O São Paulo é mais que especial, não vejo a hora de jogar. Precisava vestir a camisa, é diferente de todos os clubes por que passei."

Dorival prometeu a Casares que dará todo o apoio a Pato.

Mas sua maior preocupação hoje é com outro atacante, que está negociando com o Morumbi.

E que poderá ser muito mais importante que o midiático atacante: é Marinho.

O treinador teve ótimo relacionamento com ele. Foi com Dorival que o jogador viveu sua melhor fase na Gávea.

No dia da apresentação de Alexandre Pato, o grande interesse dos conselheiros, torcedores e mesmo de Dorival está em Marinho.

Aos 33 anos, ele sabe.

É uma aposta de Julio Casares.

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