Assessores de Ednaldo garantiam à imprensa, nesta madrugada. Ancelotti assumirá a Seleção, mesmo com afastamento do presidente
A postura, garantida por assessores de Ednaldo, é que o italiano fechou contrato com a CBF. E não com dirigente baiano. Carlo Ancelotti, no entanto, não falou uma palavra oficialmente sobre a situação. Jornais europeus questionam se ele assumirá mesmo a Seleção

“Aprendi que nenhum esquema de jogo é mais importante do que o presidente do clube.”
Estas são palavras de Carlo Ancelotti.
E publicadas onde ele esteve sem censura, à vontade.
No livro ‘Liderança Tranquila’, autobiografia que resume a maior parte de sua carreira.
Ancelotti mostra que só foi trabalhar com os donos do poder com quem tinha plena confiança.
Foi assim com a família Tanzi, dona da Parmalat, no Parma.
Com os Agnelli, donos da Fiat, na Juventus.
Com Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália por três mandatos, e dono do Milan.
Com o russo Roman Abramovich, bilionário dono do Chelsea.
Com a família real do Catar, dona do Paris Saint-Germain.
E, finalmente, com o centralizador Florentino Pérez, que age como se fosse dono do Real Madrid.
A lembrança desta relação íntima de Ancelotti com o poder foi do colega André Kfouri, quando o nome do italiano foi anunciado.
O elo entre o então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o treinador foi o empresário Diego Fernandes.
Mas o italiano fez questão de manter contato com Ednaldo.
Só aí foi selado o acordo até o final da Copa do Mundo dos Estados Unidos.
Sim, com a CBF.
Mas Ancelotti se comprometeu com Ednaldo.
E ele foi afastado ontem à tarde do comando da CBF.
Três dias depois de o brasileiro anunciar ao mundo que havia contratado o ‘melhor treinador do mundo’.
O dirigente baiano foi afastado do cargo, ontem à tarde.
A decisão foi do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Diante da ‘incapacidade mental e, possível falsificação de assinatura do ex-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes’, escreveu Zéfiro no despacho.
Ele se referia ao Termo de Ajuste de Conduta entre o Ministério Público e a CBF, para Ednaldo voltar ao cargo que havia sido afastado, pela primeira vez, em dezembro de 2023, por acusações de irregularidades na sua eleição.
No acordo pela sua volta, o TAC, a assinatura do coronel Nunes é questionada.
Porque ele já estaria com uma doença cerebral degenerativa.
Desde o Paraguai, onde estava ontem, em um congresso da Fifa, Ednaldo mandou avisar Ancelotti.
Que ele voltaria ao poder.
Assessores do dirigente garantiam, nesta madrugada, a jornalistas.
O italiano teria garantido que assume o Brasil com ou sem Ednaldo.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro nomeou o vice-presidente da CBF Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, como interventor.
E ele deverá promover nova eleição à presidência da CBF.
Mas Ednaldo não ficou de braços cruzados.
Exigiu que seus advogados entrassem com um pedido para o Superior Tribunal de Justiça.
A ação aconteceu no final da noite de ontem.
A batalha jurídica foi vencida, na primeira vez, por Ednaldo.
E ele voltou ao cargo.
Assessores do dirigente baiano aproveitavam a madrugada desta sexta-feira.
E espalhavam para jornalistas que Ancelotti assumirá o cargo na Seleção.
Mesmo com Ednaldo sem cargo.
A postura do treinador seria que ele fechou contrato com a CBF e não com uma pessoa.
Jornais europeus tratam espanto o afastamento de Ednaldo.
Muitos duvidam, que pela postura de Ancelotti, ele assumirá como técnico do Brasil.
O treinador italiano será ‘obrigado’ a falar no sábado, véspera da partida entre Sevilla e Real Madrid.
A palavra do treinador, em coletiva, é exigência da Liga Espanhola, um dia antes dos jogos.
O treinador vive uma fase muito conturbada.
O bilionário time do Real Madrid foi eliminado da Champions, nas quartas, pelo Arsenal.
Perdeu a Copa do Rei, para o rival Barcelona.
Viu os catalães conquistarem o Campeonato Espanhol com três rodadas de antecedência.
Florentino Pérez já tem tudo acertado com Xabi Alonso para o seu lugar.
Fechou com a Seleção Brasileira, com Ednaldo.
E agora o vê ser afastado do cargo.
Por mais que Sarney garantisse que vai manter o acordo, na CBF ninguém sabe, de verdade, qual será a postura de Ancelotti.
Se desistirá.
Ou o aceite será mantido, ao convite de Ednaldo será mantido, mesmo que o baiano não consiga voltar ao comando da CBF.
Pessoas ligadas a Ednaldo, no começo desta madrugada espalhavam aos jornalistas.
Ancelotti seguirá seu contrato com ou sem o dirigente baiano.
Opositores garantem que querem o italiano no cargo.
Mas, oficialmente, nenhuma palavra de Ancelotti...
(No final da noite de ontem, 19 presidentes de Federações divulgaram um manifesto.
Pediam ‘renovação e descentralização’ na CBF.
Deixavam claro que queriam nova eleição para a presidência.
As Federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso não assinaram o manifesto...)