CBF conseguiu o tempo que queria para ter Ancelotti como técnico da seleção. Eliminatórias para a Copa, só em setembro
A CBF pressionou a Conmebol para que as eliminatórias não começassem antes do fim da temporada europeia. Porque quer Ancelotti como treinador. Jorge Jesus corre por fora. E haverá amistosos contra times do Velho Mundo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Vitória política, e importante, da CBF.
O presidente Ednaldo Rodrigues fez o máximo, na Conmebol, para que as eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 só começassem no segundo semestre.
E conseguiu.
Embora a longa, e enfadonha, disputa dos países que vão para Estados Unidos, México e Canadá, daqui a três anos e três meses, vá travar o calendário, o adiamento era fundamental para os planos do Brasil.
A Conmebol já havia se preparado para começar a disputa neste mês. Depois passou para maio. Até que, finalmente, com a pressão, principalmente do Brasil, os jogos começarão em setembro.
O motivo?
A CBF quer esperar o fim da temporada europeia.
É de lá, do Velho Continente, que deseja seu treinador.
Carlo Ancelotti é a prioridade, não é segredo para ninguém.
Já houve contato com seu procurador.
Aliás, Frank Timboli veio ao Brasil para conhecer mais a fundo o futebol brasileiro. E analisar como seria a rotina do italiano, caso ele aceitasse treinar a seleção pentacampeã do mundo.
Há a possibilidade verdadeira de Ancelotti decidir sair do Real Madrid no fim da temporada europeia, em junho. E assumir a seleção.
Se Ancelotti não quiser, existe o interesse em Jorge Jesus. O sucesso do português no Flamengo ainda ecoa nos corredores da CBF. Jesus não renovará com o Fenerbhaçe.
Esses são os dois alvos principais de Ednaldo.
Um dos dois, o presidente tem a certeza que aceitará.
Outra vitória da CBF e da AFA foi a pressão exercida para que a Conmebol forçasse confrontos com seleções europeias na Uefa e na Fifa.
As datas reservadas são para quatro partidas.
Duas em março de 2024 e duas em junho de 2024.
Com a Uefa mantendo a Liga das Nações, competição preparatória europeia, para o Mundial, que impossibilitava amistosos contra seleções sul-americanas.
As Eliminatórias Sul-Americanas terão 18 confrontos para cada seleção.
E, com o aumento de países no Mundial de 2026, de 32 para 48 países, o continente passará a ter 6,5 vagas. Ou seja, das 10 seleções da América do Sul, 6 conseguirão classificação direta. E 1 jogará a repescagem.
São vagas demais, tirará a competitividade das eliminatórias para países com fortes seleções, como a Argentina e o Brasil.
A Conmebol resolveu nem fazer sorteio dos jogos.
Serão repetidas as eliminatórias de 2022.
O Brasil fará sua estreia em casa, contra a Bolívia.
O baiano Ednaldo quer mais jogos do Brasil no Nordeste.
Deseja maior participação, ligação da população, com a seleção.
Para isso, o treinador que aceitar comandar o time terá de prestar muito mais atenção aos jogadores que atuam por aqui.
Fazer uma mescla maior com jogadores que atuam no exterior.
A CBF não tem do que reclamar em relação às eliminatórias para a Copa.
E celebrar a certeza de amistosos contra europeus, que eliminaram o país nos últimos cinco Mundiais.
Agora, só falta o desejo maior de 2023.
Carlo Ancelotti aceitar treinar a seleção brasileira...
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