Cazares ou R$ 17 milhões. Palmeiras não libera multa de Roger Guedes
Pressionado pelo Conselho Deliberativo, Galiotte não pode abrir mão de multa para que o atacante atue no Atlético. Não quer reforçar um rival
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Alexandre Mattos bloqueia Alexandre Mattos.
Um dos maiores medos do executivo, quando trabalhou no Palmeiras, era ver jogador importante que o clube negociou para o exterior, atuando em outra equipe brasileira.
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Por empréstimo.
Ele não queria de jeito algum rivais se reforçando sem gastar muito dinheiro, fortalecendo equipes com atletas que pertenceram ao Palmeiras.
Por isso todos os clubes que levaram atletas importantes, negociados sob sua gestão, tiveram de concordar em assinar uma cláusula tóxica para os rivais.
Haveria sempre uma pesada multa, caso os contratantes quisessem emprestar os atletas a outro clube brasileiro.
Mattos acreditava que ficaria décadas no Palmeiras.
Não ficou.
Depois de cinco anos, foi demitido.
Fracassou na prometida conquista da Libertadores.
E ainda deu tempo de provar o próprio veneno.
A situação de Roger Guedes é emblemática.
O jogador pertence ao Shandong Luneng.
O clube chinês o comprou por 9,5 milhões de euros, cerca de R$ 53,6 milhões.
Por conta da pandemia, ele teve de vir treinar no Brasil.
A China está dificultando o retorno de estrangeiros ao país.
Seria uma maneira para conter o coronavírus.
O empresário do jogador, Paulo Pitombeira, foi procurado pelo Atlético.
Para saber se atacante gostaria de voltar para o clube mineiro, pelo menos até o final do ano.
A resposta foi afirmativa.
Pitombeira e Guedes tentam a liberação de Shandong para atuar até o final de 2020, ou o término do Brasileiro, no Atlético.
O clube chinês quer ter a certeza de que o governo seguirá impedindo a volta dos jogadores. Se seguir essa política, quer Roger Guedes se mantenha jogando.
E o empréstimo ao Atlético, desde que o clube pague pelo menos uma parte dos salários, é real.
Acontece que há a 'cláusula Mattos'.
O Palmeiras tem direito a uma multa de 3 milhões de euros, cerca de R$ 17 milhões, se o atacante for ao Atlético.
Mattos já entrou em contato com a diretoria palmeirense.
Acontece que o presidente Mauricio Galiotte não pode abrir mão do dinheiro que pertence ao clube.
Ele compraria uma briga com o Conselho de Orientação e com o Conselho Deliberativo.
É uma quantia muito alta.
Vanderlei Luxemburgo também não quer ajudar um rival na briga pelo Brasileiro.
Galiotte também não se esqueceu do fracasso das negociações com Jorge Sampaoli, agora técnico do Atlético.
Ou seja, o Palmeiras não abre mão da multa, criada pelo próprio Alexandre Mattos.
A saída pode ser a liberação antecipada de Cazares, atleta que tem vínculo até dezembro com o Atlético.
Algo que a direção do clube mineiro não desejava.
Ou o comprometimento do pagamento, dividido em várias vezes.
Galiotte quer a compensação que tem direito.
Mattos conseguiu.
Está travado pela multa que criou...
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