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Castigo merecido do Corinthians. Menosprezou o Always Ready. Terá adversário mais difícil nas oitavas da Libertadores

Vítor Pereira errou feio ao preservar seus melhores jogadores ofensivos. Quando Renato Augusto, Willian, Jô e Róger Guedes, o clima já era tenso. Corinthians só empatou. E termina como segundo do grupo E

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Corinthians foi enorme decepção em Itaquera. Empate que trará adversário mais difícil nas oitavas
Corinthians foi enorme decepção em Itaquera. Empate que trará adversário mais difícil nas oitavas

São Paulo, Brasil

Vaias, palavrões, reclamações.

Mais de 39 mil pessoas revoltadas.

E com toda a razão.

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Graças ao planejamento falho de Vítor Pereira, que menosprezou o time misto boliviano Always Ready, o Corinthians apenas empatou em 1 a 1, em Itaquera.

Foi o preço caro de não entrar com seus titulares para garantir, ainda no primeiro tempo, uma boa vantagem que garantisse a vitória obrigatória.

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Como os reservas não conseguiram render o que o treinador português esperava, os jogadores fundamentais, como Renato Augusto, Willian, Jô e Róger Guedes entraram, o clima já era de pura tensão no Corinthians. E de confiança na bem postada equipe boliviana.

O resultado foi o empate, que desperdiçou a chance de o clube terminar o grupo E em primeiro lugar e ganhar o direito de jogar com time mais fraco nas oitavas. O privilégio foi dado ao Boca Juniors, que terminou líder, vencendo o Deportivo Cali, em Buenos Aires, por 1 a 0. Bastaria a vitória corintiana diante do fraco rival, com seis reservas, e ficaria com o lugar privilegiado.

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A segunda vaga ainda dá ao adversário, que será sorteado amanhã, o direito de fazer a partida decisiva, na sua casa.

Daí as vaias, os palavrões.

Foi um desperdício que pode custar caro para o futuro do Corinthians.

O adversário será um destes. Palmeiras, Libertad, Estudiantes, Atlético Mineiro, Boca Juniors, Ríver Plate, Cólon ou Flamengo.

Ao saber que o já eliminado Always Ready viria ao Brasil com equipe mista, já que vai disputar a semifinal do Campeonato Boliviano, o raciocínio de Vítor Pereira foi arrogante.

A divisão dos clubes para o sorteio de amanhã. Corinthians jogou fora a chance de estar entre os primeiros
A divisão dos clubes para o sorteio de amanhã. Corinthians jogou fora a chance de estar entre os primeiros

O treinador português tratou de colocar vários reservas. Robson Bambu, Roni, Adson, Giuliano, Gustavo Mosquito, Júnior Moraes. Time enfraquecido e completamente sem entrosamento. Ele acreditava que seria suficiente para vencer. Apostava na falta de interesse do time rival.

Eduardo Villegas não fez nada demais. Tratou de montar os bolivianos, com seis reservas, com duas linhas de marcação baixa e apenas um homem no ataque. 4-5-1 básico. 

O problema é que o Corinthians não tinha jogadores talentosos na construção de jogadas ofensivas. O time confundia velocidade com pura precipitação, afobação, ansiedade.

Maycon, Rony, Giuliano, Adson e Gustavo Mosquito tentavam, com toques curtos, penetrar nas duas barreiras montadas nas intermediárias. Júnior Moraes estava isolado, completamente encaixotado pela zaga. Sem Fagner, contundido, Gustavo Mantuan e Lucas Piton tinham enormes dificuldades para chegarem na linha de fundo.

Desde os primeiros minutos estava claro que o jogo não fluía, era inconstante a maneira de o Corinthians atacar. Muita correria, pouco talento ou raciocínio. E insistência em atacar pelo meio, o que facilitava o trabalho defensivo boliviano.

Para contrariar a lógica, foi pelo meio que Giuliano deu excelente passe, entre a zaga, para Adson usar velocidade e habilidade para marcar 1 a 0, aos 18 minutos.

A torcida se empolgou, sonhando com a goleada.

A expectativa não poderia estar mais errada.

O Corinthians passou a forçar jogadas, dribles, tabelas. O grande trunfo do fraco time boliviano foi manter a calma e sua formação tática.

A torcida já estava impaciente quando Robson Bambu foi tentar sair jogando e perdeu a bola para Gustavo Torres. Dele saiu o passe perfeito para Borja bater forte, sem chance para Ivan, que substituía Cássio. 1 a 1, aos 43 minutos do primeiro tempo.

Borja comemora o presente que ganhou de Robson Bambu. Gol do Always Ready em Itaquera
Borja comemora o presente que ganhou de Robson Bambu. Gol do Always Ready em Itaquera

Vítor Pereira não estava no banco, suspenso. Mas havia deixado tudo planejado com seu auxiliar Filipe Almeida, já que ele foi expulso contra o Boca Juniors. E desperdiçou mais dez minutos com o time improvisado. Quando entraram Renato Augusto, Willian e Jô, a torcida já cobrava, pressionava o próprio Corinthians. Quem foi torcer em Itaquera esperava uma goleada.

A tensão das arquibancadas passou para o time. Até mesmo os veteranos jogadores insistiam em tentar à força na defesa boliviana. Na única jogada individual que deu certo, Willian deu excelente arremate da entrada da área e balançou a trave esquerda de Galarza, que teve ótima atuação no gol boliviano. 

O lance foi isolado, com o Always Ready compactado, as chances eram raras. O que perturbava torcedores e jogadores corintianos.

Róger Guedes entrou no jogo, aos 24 minutos, como o blog havia publicado de manhã, o caminho da paz com Vítor Pereira já estava consolidado pela diretoria.

O Corinthians correu muito, mas afobado, sem consciência.

O máximo que conseguiu foi uma cabeçada de Bambu no travessão, aos 34 minutos.

No restante do tempo, muita correria, luta, mas pura ansiedade.

O Always Ready, que não tinha nada a perder, conseguiu segurar o empate.

Resultado que foi ruim para o Corinthians.

E a situação pode piorar no sorteio das oitavas, marcado para amanhã.

O clube pagará pelo erro de avaliação de Vítor Pereira.

A vitória hoje era mais do que obrigatória.

O time estar no pote dos segundos colocados, amanhã, no sorteio das oitavas da Libertadores, tem um responsável.

Ele se chama Vìtor Pereira...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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