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Cosme Rímoli - Blogs

Cássio foi o jogador mais humilhado. Andrés se nega a lavrar B.O.

Membros de organizadas xingaram os jogadores e escolheram Cássio como principal vítima, em Guarulhos. Andrés acelera a busca por um técnico

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Cássio. Campeão mundial, da Libertadores. Bi brasileiro. Humilhado no aeroporto
Cássio. Campeão mundial, da Libertadores. Bi brasileiro. Humilhado no aeroporto

São Paulo, Brasil

Andrés Sanchez é um dos fundadores da torcida organizada Pavilhão Nove.

O nome é uma homenagem a uma ala do extinto presídio Carandiru, onde a maioria dos presos era corintiano.

Andrés sabe, melhor do que ninguém, o quanto a força das organizadas pesou no pedido de demissão do ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib.


Ele sofreu até intimidação física.

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Por ser um assumido representante da torcida no comando do Corinthians, Andrés decidiu, em relação às lastimáveis cenas de ontem, no desembarque do time em Guarulhos.


Os jogadores foram ameaçados, xingados, cobrados.

Vários tiveram de correr do grupo de 50 membros das organizadas. Correram para o ônibus do clube, escapando de eventuais agressões.


Há vários vídeos e fotos.

Andrés poderia ir à delegacia que fica no aeroporto e lavrar um Boletim de Ocorrência, acusando os torcedores de intimidação, ameaça.

Mas o presidente corintiano sabe que comprar essa briga traria ainda mais problemas no Parque São Jorge.

Sua decisão, diante da péssima fase do time no Brasileiro, é acelerar a busca de um novo treinador.

A decisão de deixar o interino Coelho é vista como um risco.

O clube já flerta com a zona do rebaixamento.

Ocupa o 15º lugar.

O elenco é fraco.

E mesmo Coelho avisou ontem que os jogadores não têm confiança.

Vale muito sair desta fase ruim.

Há eleição no dia 28 de novembro.

Cássio não foi respeitado. Pelo contrário. Foi o mais xingado entre os jogadores
Cássio não foi respeitado. Pelo contrário. Foi o mais xingado entre os jogadores

Duílio Monteiro Alves, o candidato de Andrés, perderia muitos votos com o time em crise, como está.

Daí a necessidade de tomar providências.

O presidente e Duílio já romperam a promessa de manter Tiago Nunes até dezembro.

O demitiram sumariamente.

Agora, buscam um treinador que tenha aceitação generalizada.

E tenha potencial para fazer a equipe reagir de maneira imediata.

Uma das ideias era manter Coelho até as eleições.

Mas seria brincar com fogo.

Daí a busca de um nome que sirva de escudo aos jogadores.

Sylvinho, Felipão, Miguel Angel Ramírez e até Rogério Ceni.

Eles estão entre os treinadores analisados.

A pressão por Felipão é grande.

Mas Andrés tem certo receio.

Pelo alto salário que cobra.

Entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão.

E por sua ligação umbilical com o Palmeiras.

Ele é mais vivido, experimentado que Sylvinho e Ceni.

O espanhol Ramírez teria de se adaptar ao futebol brasileiro.

Há a possibilidade de Andrés se reunir com os chefes das organizadas mais poderosas do Corinthians.

Andrés tem excelente relação com chefes de organizadas
Andrés tem excelente relação com chefes de organizadas

Para pedir apoio e evitar novos protestos.

Entre os atletas xingados ontem no aeroporto de Guarulhos, um deles ficou muito abalado, triste, de acordo com conselheiros amigos de Andrés.

Cássio.

Goleiro campeão mundial e da Libertadores, bi Brasileiro e tetra paulista, depois de oito anos no clube, ele não se conforma pelas cobranças aos gritos.

As ameaças.

Mas ele se recusou a correr dos torcedores.

Cercado de seguranças, ele ouvia os palavrões.

Calado.

Jamais passou por uma cobrança tão humilhante.

Desrespeitosa.

Cena lastimável.

Abaixo, a nota oficial que o Corinthians divulgou pelo vexame no aeroporto.

Vale destacar que não cita e nem será feito nenhum Boletim de Ocorrência.

Por ordem de Andrés.

Ele chegou com os jogadores e viu todas as deprimentes cenas.

"O Sport Club Corinthians Paulista lamenta profundamente as cenas ocorridas no último domingo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e ressalta que sempre zelará pela integridade física de atletas e funcionários.

Este é um ano em que a torcida do Corinthians faz enorme falta. Não ter a Fiel nos empurrando nas arquibancadas da Neo Química Arena e do Brasil, jogo após jogo, é parte de um vazio com o qual precisamos nos acostumar urgentemente. Quem já teve essa torcida do lado sempre sentirá essa ausência. Mas não acreditamos em intimidação e ameaças como forma de obter resultados esportivos."

O momento pede tranquilidade, trabalho e responsabilidade conjunta. Temos plena confiança no grupo de jogadores que formamos. Conhecemos o caráter e o profissionalismo desses atletas, das conquistas de que muitos fizeram parte às situações mais difíceis deste ano. Confiamos que a resposta necessária será dada em campo.

Atenciosamente,

Sport Club Corinthians Paulista..."

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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