Carille disfarça. Manoel, Henrique e Ralf não funcionam juntos
Sufoco contra o limitado Avenida não foi por acaso. Time já sofreu 13 gols em 12 partidas. Técnico já entendeu que trio não funciona
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Foi um susto mesmo. Procurei colocar o mesmo time que jogou contra o São Paulo. Acredito que essa vai ser a forma de jogar, como foi contra Palmeiras, Racing...
Com 9 minutos já estava 2 a 0, aí tive que mudar para ser mais agressivo.
A gente precisa parar de tomar gols o quanto antes. Estou trabalhando a bola parada, mas preciso trabalhar mais, porque a bola parada decide."
Foram 13 gols sofridos em onze partidas do Corinthians em 2019.
Fábio Carille ainda estava realmente preocupado, tenso, após a vitória por 4 a 2, diante do Avenida.
Bastaram nove minutos para o time gaúcho abrir 2 a 0, em pleno Itaquerão.
A classificação para a terceira fase da Copa do Brasil esteve ameaçada.
Quando o Corinthians diminuiu a diferença para 2 a 1, ainda tomou uma bola na trave.
Depois, o recuo excessivo e precoce do pequeno clube gaúcho facilitou as coisas.
E a maior técnica, preparo físico e a pressão se impuseram.
O Corinthians virou, goleou por 4 a 2.
Mas as falhas defensivas assustaram.
E obrigarão Carille a repensar um trio que não está dando certo.
Manoel, Henrique e Ralf.
A combinação não depende da cobertura de laterais.
Nem da participação de outros volantes.
Muito menos das saídas de Cássio.
Os três são pesados demais.
Se Manoel tem fará 29 anos daqui a cinco dias, Henrique já tem 32 anos e Ralf, 34 anos.
Está faltando mobilidade, agilidade, explosão muscular, reflexo e velocidade.
Um dos grandes trunfos do Corinthians campeão brasileiro de 2017 e bi paulista com Carille foi a dificuldade dos adversários em marcarem gols na sua equipe.
Dos 13 gols que o time já sofreu neste início de temporada, nove foram pelo alto.
Carille trabalhou sete anos como auxiliar antes de ser treinador.
Viu acertos e erros em Mano Menezes e Tite.
E uma das falhas que ele não repete do atual treinador da Seleção Brasileira é a teimosia.
Ele dará ainda novas chances para o lento trio.
Mas deixa claro que não está comprometido com os três.
Não sacrificará o Corinthians e nem arriscará perda de partidas decisivas.
"Tenho que dar confiança também. Se começar a mudar toda hora, não passa confiança.
Se daqui a algumas rodadas continuar mostrando problemas de posicionamento, a gente pensa em outras situações."
E apesar da grande dificuldade financeira que o clube ainda vive, por conta do Itaquerão, o clube gastou R$ 13 milhões para solucionar esse problema defensivo.
Com o aval de Carille, o Corinthians contratou uma das grandes esperanças uruguaias.
O zagueiro Bruno Méndez.
Capitão da Seleção Uruguaio sub-20, o jogador de 19 anos, tem muita agilidade, explosão muscular, impulsão e senso de cobertura.
Foi contratado para ser titular da equipe.
As observações de Carille indicam: ele tem mais qualidade que Léo Santos, Pedro Henrique e Marllon. Só está em desvantagem na experiência, na comparação com Henrique e Manoel.
E Ralf também corre sério risco de perder a posição.
Richard segue ganhando muito espaço.
Está na briga séria pela posição de primeiro volante.
Carille está cansado de ver o Corinthians tomando gols infantis.
O atual trio titular tem seus dias contados...
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