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Caboclo garante Tite até 2022. E abre caminho para Sylvinho depois

Dirigente retribuiu o apoio que recebeu de Tite depois da Rússia. E o garante mesmo se a Seleção fracassar na Copa América. E aposta em Sylvinho

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Tite. Garantia de Caboclo até 2022. Sylvinho vira aposta para depois do Qatar
Tite. Garantia de Caboclo até 2022. Sylvinho vira aposta para depois do Qatar

São Paulo, Brasil

O clima em Kazan era de consternação.

Naquele 6 de julho de 2018, Tite estava mais desorientado do que triste. 

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Seu time caía na Copa da Rússia, nas quartas-de-final.


No vestiário abraçou os jogadores, repassou seu inconformismo para seus auxiliares Sylvinho e Cleber Xavier. Disse aos dois que o treinador belga Roberto Martínez disse que teve 'sorte' na vitória por 2 a 1.

Todos os brasileiros que estavam no vasto território ocidental da Rússia sabiam. O coronel Antônio Nunes era uma figura simbólica na delegação. Era presidente da CBF para manter o grupo de Marco Polo del Nero, banido do futebol, no poder.


Quem já mandava era Rogério Caboclo, afilhado e escolhido por Del Nero para sucedê-lo.

No tradicional jantar após os jogos na Copa, Caboclo deu um abraço em Tite. Na frente de todos os atletas. Era o apoio explícito.


Em seguida, o convite para a renovação até a disputa da Copa de 2022.

Além de ter gostado do trabalho de Tite, o afilhado de Marco Polo del Nero sabia que o cenário de treinadores no país era escasso. E ele também é, por coincidência, nacionalista como o banido ex-presidente da CBF.

Não admite um estrangeiro comandando a Seleção.

Abalado, desorientado e inconformado com a eliminação, Tite quis pensar. 

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Caboclo precisava que Tite seguisse na Seleção. Para que seu processo sucessório não fosse conturbado com a aposta em um treinador sem tanta afinidade com a CBF.

Tite ainda tinha grande apoio popular.

E o técnico decidiu ficar.

Só que o desgaste veio. 

Ao contrário do que sinalizava após o Mundial, Tite voltou a mostrar uma velha tendência de sua personalidade como treinador. Exagerado reconhecimento com jogadores que o ajudaram na carreira.

Foi assim com o Grêmio de 2001, que lhe deu a Copa do Brasil, e o lançou no cenário nacional. Depois, com o Corinthians de 2012, campeão da Libertadores e do Mundial.

Fracassou em 2002. E em 2013, por manter a base dos times que conquistaram o que ele sonhava na temporada anterior.

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Tite segue grato demais aos jogadores das Eliminatórias para a Copa de 2018. Os atletas que o levaram ao topo de credibilidade ao humilhar adversários sul-americanos e garantir a presença do Brasil no Mundial. Ao contrário do que parecia que aconteceria com Dunga.

Depois da Copa, o desgaste chegou muito mais forte do que Tite imaginava. Principalmente depois que ficou claro que ele manteria mais do que a base do time fracassado na Rússia.

Mesmo contra adversários fraquíssimos, empurrados pelas empresas árabe e inglesa, que detêm os direitos dos amistosos até 2022, a Seleção tem decepcionado.

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E Tite questionado.

Até pela forma com que se comunica, com expressões ininteligíveis para a maioria da população deste país. O que é uma falha enorme, mas o treinador sempre falou dessa maneira.

O momento do técnico da Seleção é péssimo.

Acabou a aura de vencedor incontestável.

Impossível não acreditar que uma eventual derrota na Copa América, disputada no Brasil, não poderia acarretar na sua demissão.

Só que como Tite ajudou Caboclo, chegou a hora do reconhecimento.

E ele veio.

Na posse de ontem do novo presidente de fato da CBF, o treinador da Seleção, convidado especial, não estava confiante à toda.

Mesmo sem poder prometer a conquista do sul-americano.

Falando de forma mais simples do que o habitual, o que é uma mudança significativa, ele exalava tranquilidade, que havia perdido nos amistosos.

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Caboclo garantiu que cumprirá sua palavra.

Tite irá para a Copa do Qatar em 2022.

Aconteça o que acontecer na Copa América.

E nas Eliminatórias.

O presidente da CBF deu sua palavra.

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E garante que vai cumprir.

Tite já falou que após o Qatar, voltará a trabalhar em clubes.

Se for bem no Mundial, o sonho é Europa.

Se não, atuará no Brasil.

Sente falta do dia-a-dia nos clubes.

Outro detalhe fundamental.

Sylvinho não assumiu por acaso a Seleção Olímpica.

Caboclo vê no exemplo da Alemanha o que fazer.

E tem muita simpatia por uma ideia de Tite.

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