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Bruno, condenado por assassinato, quer voltar. Mãe de Eliza, arrasada

Em regime semiaberto, tem de trabalhar. Entra hoje na Justiça para voltar a jogar. O interesse do Poços de Caldas pelo goleiro atrai outras equipes

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Bruno entra hoje com o pedido para voltar a ser jogador de futebol
Bruno entra hoje com o pedido para voltar a ser jogador de futebol

São Paulo, Brasil

Ele havia avisado.

"Independente do tempo que eu fiquei também, eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, se tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil… não ia trazer a vítima de volta.

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"Eu quero deixar bem claro que eu vou recomeçar. Não importa se seja no futebol, não importa se seja em outra área profissional, mas como eu vou estar na área do futebol, é o que eu almejo pra mim."

Bruno antecipou em fevereiro o que aconteceria em agosto.


A estratégia deu certo.

Mesmo sendo o desconhecido Poços de Caldas, humilde time da Terceira Divisão do Campeonato Mineiro, o anúncio do interesse em contratar Bruno ganhou o Brasil.


O mentor do assassinato de Elza Samúdio, cometido em 2010, cumpre pena de 20 anos e nove meses.

Ele já passsou mais sete anos e sete meses em regime fechado. 

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Em 2017, conseguiu um habeas corpus e treinou por dois meses no Boa Esporte Clube, de Varginha. Mas a liberdade provisória foi cassada e voltou à cadeia.

Em 2018, desfrutrava do regime semiaberto por bom comportamento. Mas foi flagrado pela TV Alterosa bebendo cerveja com mulheres. Voltou ao regime fechado.

Conseguiu agora, a volta ao semiaberto, onde precisa trabalhar.

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Seus advogados protocolam nesta quarta-feira o pedido para que volte a exercer a profissão de jogador de futebol. Se comprometendo a comparecer até o dia 10 de todos os meses, para dar satisfação de suas atividades.

Ele tem a obrigação de ficar em casa das 22 horas às seis horas da manhã.

E em Minas Gerais, onde foi condenado.

Seus advogados querem querem um acordo, para que possa jogar e ficar concentrado com o clube que o contratar. Avisando os dias que precisará ficar fora de casa antecipadamente. Ter uma carreira de jogador próxima do normal.

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Dirigentes do Vulcão, como é conhecido o Poços de Caldas, anteciparam ao jornal A Mantiqueira que o acordo com Bruno estava fechado.

E a notícia foi divulgada ontem no Brasil todo.

Mas houve uma antecipação, garante o escritório Mariana Miglioni Advogados e Associados, que representa Bruno.

Mãe de Eliza está revoltada com Bruno fora da cadeia. E podendo jogar
Mãe de Eliza está revoltada com Bruno fora da cadeia. E podendo jogar

O jogador não assinou contrato com o Poços de Caldas.

E, depois de ontem, outros clubes mostraram interesse no atleta.

A direção do Boa Esporte passou a ser imediatamente pressionada por internautas e por sócios clube, asssim que o jogador teve o benefício do regime semiaberto, no mês passado.

Em 2017, graças ao habeas corpus, ele pôde jogar 5 partidas, ficar dois meses no clube. Patrocinadores abandonaram o clube, os dirigentes enfrentaram protestos por apoiarem o 'feminicídio'. Hackers invadiram o site oficial do clube e publicaram matérias sobre a morte de Eliza Samúdio.

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Jornalistas de Varginha publicaram que os dirigentes e seus familiares eram xingados na rua.

E em todas as partidas de Bruno jogou, o coro de "assassino" esteve presente nas arquibancadas. Assim como faixas de protesto em frente aos estádios, nos hotéis nos quais o clube se concentrou.

Foi um inferno.

Os dirigentes do Boa Esporte estão sendo novamente pressionados. Para que desprezem a prioridade que conseguiram em relação goleiro.

Havia um acordo informal que ele voltaria ao Boa Esporte, se conseguisse autorização para voltar a jogar.

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O clube faz péssima campanha na Série C, com pouca perspectiva de subir para a Segunda Divisão do Brasileiro.

Se Bruno precisa trabalhar para justificar o regime semiaberto. 

Se não conseguir voltar a jogar futebol poderá ter de assumir funções como pedreiro, operário, soldador, lixeiro. Qualquer atividade ligada à entidade pública.

Ele não quer essas profissões.

Nem voltar à cadeia.

Diretoria do Boa Esporte pressionada a não contratar Bruno de volta
Diretoria do Boa Esporte pressionada a não contratar Bruno de volta

Por isso, a liberação para que possa voltar a ser goleiro é fundamental.

Antes mesmo de definição de onde voltará a jogar.

Aos 34 anos, ele tem evitado a imprensa.

Sabe que boa parte da opinião pública segue contra ele.

Grupos feministas protestaram quando o Boa contratou Bruno em 2017
Grupos feministas protestaram quando o Boa contratou Bruno em 2017

"Ele vai responder em liberdade e enquanto isso meu neto me pergunta onde está o corpo da mãe.

"Até quando vai durar essa angústia?

"Como podemos chamar isso de Justiça?"

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Pergunta Sonia Moura, mãe de Eliza.

Ele está arrasada com a liberdade de Bruno.

E ainda mais com sua provável volta ao futebol...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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