Brasil não terá seu melhor árbitro na Copa. Peru derrubou Daronco. Wilton Sampaio e Claus serão os juízes no Catar
A Federação Peruana entrou em guerra na Fifa contra Daronco por causa do jogo contra o Uruguai. Ele confiou no VAR em um lance decisivo. Virou inimigo número 1 em Lima. Resultado: perdeu o Mundial do Catar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A manhã desta quinta-feira (19) gelada em quase todo o país começou com uma triste constatação para a arbitragem nacional.
Justo na primeira vez em que o país terá dois árbitros na Copa do Mundo, desde 1950, o melhor juiz brasileiro não estará no Mundial: Anderson Daronco, da Federação Gaúcha de Futebol.
Daronco tem enorme prestígio na Comissão de Arbitragem da Fifa, nas principais federações, nos grandes clubes brasileiros. E até na Conmebol.
O grande adversário que o venceu foi a Federação Peruana de Futebol.
O presidente da FPF, Agustín Lozano, fez denúncia formal contra Daronco. Insistiu na anulação da partida contra o Uruguai, em Montevidéu, que o Peru perdeu por 1 a 0.
Anderson Daronco virou "inimigo número 1" dos peruanos por conta de um lance. Aos 46 minutos do segundo tempo, os uruguaios venciam por 1 a 0 o confronto na noite de 24 de março. Até que o lateral Trauco tenta cruzar a bola da intermediária. Erra, e ela vai em direção ao gol. O goleiro Sergio Rochet estava adiantado. E teve de correr para trás para segurar a bola. Ele fica completamente dentro do gol. E há sérias dúvidas se a bola ultrapassa a linha.
O time peruano ficou revoltado, exigindo que pelo menos Daronco conferisse no VAR se a bola tinha ou não entrado. Só que o juiz brasileiro não foi. Porque teve a confirmação no áudio de que não fora gol.
E o Uruguai ganhou o jogo por 1 a 0. O empate teria grande impacto na penúltima rodada das Eliminatórias. Pressionaria os uruguaios no jogo contra os chilenos, vencido com facilidade. Os peruanos derrotaram os paraguaios. E terão de jogar a repescagem para ir ao Mundial. Enfrentarão o vencedor de Austrália e Emirados Árabes.
A pressão dos peruanos foi enorme desde o fim do jogo contra o Uruguai. A Fifa resolveu divulgar o áudio do VAR que detalha o lance.
Daronco: "Bola na área".
Assistente: "Tudo legal".
Daronco: "Calma! Checa isso aí".
Assistente: "Gol".
VAR: "Mais, mais, está em jogo ainda. Checado. Não entrou".
Daronco: "Não entrou?".
VAR: "Não".
Assistente: "Vai para a área".
VAR: "Temos que mandar essa imagem. Para essa imagem.
A bola não entra toda. Vamos dar um zoom. Não entra toda".
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Ou seja, Daronco teve a confirmação eletrônica de que a bola não entrou. Daí não ter paralisado o jogo. Nem sequer revisto o lance pela tevê. Confiou no VAR.
Mas, mesmo com a divulgação do áudio, a Federação Peruana não desistiu da ação contra Daronco.
Se ele tivesse ao menos ido conferir a jogada na tevê, talvez não fosse tão odiado no Peru.
Nos bastidores, ele acabou derrubado.
Wilton já havia sido o juiz de vídeo do Brasil no Mundial da Rússia. E foi um dos principais responsáveis pela implantação do VAR. Claus tem a seu favor excelentes arbitragens e participação constante em jogos de Eliminatórias e Libertadores, sem criar grandes polêmicas.
Messi criticou Wilton na vitória da Argentina contra o Peru nas Eliminatórias. Mas nada que ficasse tão marcado quanto o que aconteceu em Montevidéu.
Além de Wilton e Claus, o Brasil terá cinco assistentes, bandeirinhas. Neuza Back, Bruno Boschilia, Rodrigo Figueiredo, Bruno Pires e Danilo Simon. Nenhum árbitro de vídeo.
Anderson Daronco tem 41 anos. Em 2026, terá 45. Suas chances de ir à Copa serão muito reduzidas.
Sua Copa ideal seria a do Catar.
Não vai.
Por conta da pressão da Federação Peruana.
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