Brasil não terá Neymar na Olimpíada. Vaga veio fácil demais
A desgastada e desinteressada Argentina facilitou jogo decisivo no Pré-Olímpico. Vitória por 3 a 0. Brasil estará em Tóquio. Sem obsessão pelo ouro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi fácil demais.
André Jardine esperava um adversário muito difícil.
A Argentina era o melhor time do Pré-Olímpico.
Depois de empatar contra a Colômbia e Uruguai, o Brasil precisava vencer para ir a Tóquio.
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Havia a certeza que seria um confronto difícilimo em Bucaramanga.
Tite assistiu apenas o primeiro jogo do quadrangular final, o tropeço diante da fraca seleção colombiana.
Como aconteceu na Olimpíada de 2016, quando o Brasil corria o risco de perder a fácil medalha de ouro, o treinador da Seleção principal teve um encontro com Jardine.
A partir da conversa na concentração, a Seleção já foi melhor contra o Uruguai, mesmo empatando.
Para não ficar mal, e tirar a autoridade de Jardine, Tite foi para a Europa. Mas deixou seu discreto auxiliar Cleber Xavier. Para auxiliar no que fosse necessário.
E o treinador da Seleção sub-23 tratou de fazer uma mudança importantíssima no jogo contra a Argentina.
Ele tirou o improdutivo Antony, aberto pelos lados do campo, e colocou o meia-atacante Reinier no meio. Na frente, Paulinho e Mateus Cunha.
O Brasil ficou muito mais equilibrado.
E entrou com enorme motivação.
Para surpresa de Jardine e dos seus jogadores, a Argentina, de Fernando Batista, entrou de maneira displicente na partida.
O fato de já estar classificada para Tóquio fez com que o time perdesse a competitividade. Além disso, os atletas estavam desgastados. Deram o máximo fisicamente nas vitórias contra os uruguaios e colombianos, garantindo a primeira colocação antecipada no quadrangular.
O Brasil não teve dificuldade em impor seu ritmo desde o início da partida. E marcou seu primeiro gol logo aos 12 minutos, com Paulinho. Aos 29, Mateus Cunha marcou 2 a 0.
A partida estava decidida na primeira meia hora do jogo, para desalento dos uruguaios, que venceram os colombianos na preliminar, e dependiam de um empate para ir para a Olimpíada.
Com a vitória assegurada, o Brasil tratou controlar a ansiedade e tratou de trocar mais passes, administra a vitória.
Os argentinos não reagiam. E desanimaram de vez, aos nove minutos, quando Mateus Cunha fez 3 a 0. Foi só esperar o apito final do árbitro Alexis Herrera, da Venezuela.
O Brasil se classificou em segundo lugar no quadrangular final sul-americano.
E, agora, a CBF tentará fazer um trabalho melhor, mais competente em relação aos clubes europeus. A Seleção sub-23 passou pelo vexame de ter sete convocações recusadas. Fora Gerson, do Flamengo, que não quis disputar a competição, alegando 'precisar de férias'.
A Seleção também mostrou futebol irregular.
Só melhorou, 'por coincidência', depois da visita de Tite a Jardine.
Rogério Caboclo havia prometido que, se o Brasil se classificasse, Jardine seria mantido como treinador da Seleção na Olimpíada.
Há a possibilidade de o time levar três jogadores acima de 23 anos.
No Rio de Janeiro, Weverton, Renato Augusto e Neymar foram os jogadores acima da idade limite.
Neymar disse que gostaria de disputar a Olimpíada e a Copa América na Argentina.
Mas a CBF o quer na Copa América.
Não há obsessão pela medalha de ouro em Tóquio.
O Brasil já conseguiu a sua, que era inédita, na Olimpíada passada.
O que o presidente exigia era a conquista de uma vaga no Pré-Olimpico.
Ela veio de maneira muito mais fácil que todos esperavam.
O dirigente acreditava que era obrigação do futebol brasileiro estar em Tóquio.
Por uma questão de manter o respeito internacional.
E dar 'rodagem' a atletas que podem servir a seleção principal.
Lógico que o Brasil tentará vencer.
Mas sem a pressão, obsessão ou Neymar pelo ouro...
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