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Cosme Rímoli - Blogs

Brasil bate recorde na sua história. Seis meses sem técnico. Contra Gana e Senegal, o treinador da Sub-20, Ramon, outra vez. Vexame

Enquanto Ednaldo espera por Ancelotti, tem de improvisar Ramon, outra vez no comando da seleção. Jamais a seleção em atividade ficou tanto tempo sem técnico. Vexame

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Brasil espera um treinador efetivo desde 9 de novembro de 2022, um recorde negativo
Brasil espera um treinador efetivo desde 9 de novembro de 2022, um recorde negativo

São Paulo, Brasil

Luiz Felipe Scolari conseguiu levar o Brasil à final da Copa do Japão e da Coreia do Sul. Nós estávamos tentando descobrir se ele renovaria contrato ou não.

Assim como o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

O encontro entre os dois foi intermediado pelo coordenador, Antônio Lopes.


Felipão mostrou toda a sua mágoa por ter sido exposto por Teixeira, na convocação final para a Copa do Japão, sem Romário, como o dirigente tanto queria. E o treinador teve de sair da sede da CBF, que ficava na rua da Alfândega, no centro do Rio de Janeiro, sozinho.

Teixeira não designou seguranças para Felipão. Eu estava ao seu lado e o ajudei, diante de torcedores cariocas revoltados, que gritavam, o xingavam.


Situação bizarra.

Eu o ajudei com os que queriam cercá-lo, empurrá-lo.


Felipão nunca esqueceu o vexame que passou.

Sabia que o responsável havia sido Teixeira.

E não quis renovar.

Despediu-se em uma partida contra o Paraguai, em agosto de 2002.

O dirigente, se sentindo vitorioso, acomodado, não buscou substituto, com pressa, para a seleção. Chamou Zagallo para comandar o time em novembro de 2002, em um amistoso contra a Coreia do Sul.

Só em janeiro de 2003, Parreira assumiu definitivamente, até o vexame da Copa de 2006.

Ou seja, o período máximo que a seleção, na sua história, ficou sem técnico efetivo foi de cinco meses. Entre julho e novembro de 2002.

Ramon pode assumir de novo a principal, com uma eliminação do Brasil
Ramon pode assumir de novo a principal, com uma eliminação do Brasil

21 anos depois, com os mesmos cinco títulos mundiais que o Brasil conseguiu, a CBF, de Ednaldo Rodrigues, bateu esse recorde.

A seleção de Tite foi eliminada pelo Catar, no ano passado. No dia 9 de novembro de 2022. Ou seja, há seis meses e 17 dias.

Ou seja, já desperdiçou 197 dias de trabalho, de planejamento para o próximo Mundial, nos Estados Unidos. 

Tudo fica mais grave porque o Mundial do Catar aconteceu em dezembro. Na prática, faltam pouco mais de três anos e um mês para a próxima Copa.

Entre as grandes seleções do planeta, só o país está paralisado.

Esperando assumidamente por Carlo Ancelotti. Se o Real Madrid não dispensá-lo, Ednaldo apelará para o plano B. Provavelmente Jorge Jesus. Com menos chances, Abel Ferreira e Fernando Diniz correm por fora.

Enquanto isso, Ramon Menezes, que tem a menor possibilidade de ser efetivado, assumiu como interino. Convocou, treinou e comandou o Brasil no amistoso contra o Marrocos, que a seleção perdeu por 2 a 1, em março. 

Agora, mesmo comandando a seleção sub-20, na Copa do Mundo, na Argentina, Ramon terá a responsabilidade de convocar, treinar e comandar a seleção contra Guiné, no sábado, dia 17 de junho, em Barcelona, e o Senegal, em Lisboa, no dia 20.

A seleção precisa entrar em campo por acordos comerciais.

Jogos combinados para mostrar seus patrocinadores para o mundo.

O planejamento do presidente Ednaldo Rodrigues é anunciar o substituto de Tite, na pior das hipóteses, logo após o dia 20 do próximo mês.

Ednaldo, assim que o Brasil foi eliminado da Copa, garantiu que o nome seria conhecido em janeiro deste ano. Depois, passou para março. E agora, junho.

Na verdade, ele não esperava a resistência de Ancelotti, que pretende continuar no Real Madrid. Só pensará a sério no Brasil se for dispensado. Possibilidade cada vez mais remota.

A lista dos convocados para os amistosos contra Guiné e Senegal será divulgada neste domingo.

Sem o principal jogador, Neymar, que ainda se recupera da operação de reconstituição dos ligamentos do tornozelo direito.

Amanhã, o Brasil enfrentará o líder do Grupo D, do Mundial Sub-20, a Nigéria. Se perder e a favorita Itália vencer a República Dominicana, a seleção será eliminada.

E Ramon assumirá o time principal com muito menos moral.

A situação é bizarra.

O Brasil está perdendo um tempo precioso.

Por um novo treinador efetivo, terá suas ideias táticas, seus jogadores preferidos, seu planejamengo, enfim, tudo diferente de Ramon Menezes.

Tudo já começa errado para a Copa de 2026, quando a seleção completará 24 anos sem conquistas.

A última foi com Felipão...

Quase seis meses depois, relembre como estava o mundo do futebol quando o Brasil tinha treinador

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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