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Brasil apresenta suas armas para a Copa. Pedro mostrou que pode ser titular, 5 a 1 contra a fraca Tunísia. Time de Tite tem falhas

Tite colocou equipe que irá começar a Copa no Catar. Ortodoxo, com dois volantes. Paquetá mais recuado. Neymar só preocupado em atacar. No segundo tempo, Pedro roubou a cena. Falta de confrontos com europeus preocupa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Neymar comemora mais um gol de pênalti. Jogou bem. Mas caiu nas provocações, como juvenil
Neymar comemora mais um gol de pênalti. Jogou bem. Mas caiu nas provocações, como juvenil Neymar comemora mais um gol de pênalti. Jogou bem. Mas caiu nas provocações, como juvenil

São Paulo, Brasil.

A fragilidade da Tunísia foi cúmplice.

Além de o time africano ter jogado durante todo o segundo tempo com um jogador a menos, Bronn foi expulso por falta dura em Neymar, aos 41 minutos de partida.

O entusiasmo pela goleada no último amistoso da seleção brasileira, antes da Copa do Mundo, precisa ser refreado.

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O placar de 5 a 1, com dois gols de Raphinha, Neymar de pênalti, Richarlison e Pedro, no Parque dos Príncipes, em Paris, é o que menos importa.

Alisson, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Telles; Casemiro, Fred, Paquetá e Neymar; Raphinha e Richarlison se impuseram, com toda a facilidade. A única alteração nessa formação e na que fará a estreia no Catar será a entrada de Alex Sandro na lateral esquerda.

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Com ótimas atuações de Raphinha e Thiago Silva. Além de Richarlison se firmar cada vez mais como o camisa nove do time, com gol e excelente movimentação.

E Neymar sendo Neymar. Muito talentoso, dono de dribles incríveis, excepcional visão de jogo. Mas nenhum amadurecimento, mesmo aos 30 anos. Se deixou levar por provocações. Tomou amarelo, trocou empurrões com defensores tunisianos. E ainda discutiu com o árbitro francês Ruddy Buquet, que já o havia expulsado em 2017. 

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Diante de enorme pressão da imprensa, Tite cedeu. E Pedro teve 45 minutos para atuar. E bastaram 28 minutos para marcar o seu. A convocação do atacante do Flamengo para o Mundial é mais do que obrigatória.

Mas preocupante nesta preparação à Copa é o fato de o Brasil só ter feito um amistoso contra times europeus em quatro anos! E contra a fraca República Tcheca. Os adversários foram fracos demais. 

No festival de goleadas contra sul-americanos, africanos e asiáticos, Tite moldou seu time que disputará a Copa. Chegou à sua estratégia.

Tunísia empatou. E ainda expôs a lentidão de saída de bola com Fred. E falhas nas bolas aéreas defensivas
Tunísia empatou. E ainda expôs a lentidão de saída de bola com Fred. E falhas nas bolas aéreas defensivas Tunísia empatou. E ainda expôs a lentidão de saída de bola com Fred. E falhas nas bolas aéreas defensivas

E foi o que colocou em prática hoje, em Paris. Nada de quinteto ofensivo, como havia acontecido contra Gana. Dois volantes de marcação no meio-campo. Casemiro e Fred. Paquetá mais recuado, pela esquerda. Neymar livre como articulador, sem a obrigação de marcar ninguém. Ao mesmo tempo, Raphinha aberto na direita e mesmo Richarlison, homem mais adiantado, ajudavam sem bola, a preencher a intermediária, atrapalhar a saída de bola tunisiana. 

Outra vez, o adversário prejudicou uma análise mais fria da seleção.

A empolgação ufanista dos narradores deve ser vista como marketing. 

Assim como os números de Tite, divulgados com euforia pela CBF. São 76 jogos, 57 vitórias, 14 empates e cinco derrotas. 81,4% de aproveitamento.

Mas a pergunta certa é: jogou contra quem?

Os times do técnico gaúcho fracassaram na Copa do Mundo da Rússia, na Copa América de 2021, disputada no Brasil, com direito à derrota no Maracanã para a Argentina.

Porque o Brasil, apesar da torcida tunisiana no Parque dos Príncipes, não teve dificuldades. Logo impôs o ritmo que queria na partida. O sistema defensivo, que garantiu sete partidas sem derrotas, ficou claro que só havia funcionado pelos adversários.

Contra o repertório do Brasil, não. 

O 4-4-2 se mostrava espaçado. Um simples drible e ele desmoronava.

O único recurso africano era dar pontapés.

Empolgada, a Tunísia até tentou, no início da partida, jogar com suas linhas adiantadas. E já tomou o primeiro gol aos dez minutos. Casemiro deu excelente lançamento e Raphinha, por trás da zaga, cabeceou de costas e encobriu o fraco goleiro Dahmen. 1 a 0.

A única maneira de os tunianos empatarem seria na bola parada. E foi exatamente o que aconteceu, aos 17 minutos, quando Slimane cobrou falta e o zagueiro Talbi cabeceou com convicção para empatar. A falha foi coletiva da defesa brasileira.

Algo que merece ser analisado com calma. A bola aérea sendo um perigo para o time de Tite. 

É uma das falhas na equipe.

Assim como a lentidão na saída de bola com Casemiro e Fred.

E as bolas nas costas de Danilo na lateral direita.

Mas a diferença técnica era brutal.

Enquanto Neymar era perseguido, Raphinha tinha todo o espaço para mostrar seu talento. Logo um minuto depois do empate, ele deu um lançamento sensacional para Richarlison entrar por trás da zaga e chutar no meio das pernas de Dahmen. 

2 a 1, Brasil.

O lastimável é que, depois desse segundo gol, uma banana foi atirada em direção a Richarlison. Gesto de racismo explícito. 

Enquanto isso, Neymar já se desentendia com marcadores tunisianos. Seguia agindo como um juvenil. Aos 30 anos, o principal jogador do Brasil trocou empurrões, e o VAR analisou se ele seria expulso ou não. Acabou tomando um cartão amarelo, assim como foi em Gana. Tite mostra que não tem força para exigir comportamento profissional do seu mais importante atleta.

O terceiro gol não tardaria.

De forma ridícula, aos 26 minutos, Laidouni agarrou Casemiro, em um escanteio. Pênalti que Neymar não desperdiçou. 3 a 1, aos 28 minutos. 

O time tunisiano corria muito, empurrado pela torcida, em Paris. A França tem uma grande população oriunda do país africano. O que dava mais espaços para o Brasil. Richarlison descobriu Raphinha livre e devolveu o presente que recebeu. O jogador do Barcelona bateu forte. A bola beijou a trave antes de entrar. 4 a 1, Brasil, aos 39 minutos.

Aos 41 minutos, Bronn, irritado, deu uma entrada desleal em Neymar. O brasileiro soube valorizar, e o lateral esquerdo foi expulso. 

No segundo tempo, o treinador Jalel Kadri tratou de montar duas linhas de marcação. Uma de quatro e outra de cinco atletas. Ele não queria que a Tunísia fosse humilhada, com goleada gigantesca. E tratou apenas de segurar seus jogadores atrás.

O Brasil voltou no segundo tempo com Vinícius Júnior no lugar de Paquetá e o aguardado Pedro, no de Richarlison.

Mais bem marcada, a seleção teve mais dificuldades para criar. 

Mas coube a Pedro se aproveitar de uma sobra na grande área para fulminar Dahmen, aos 28 minutos. E sacramentar a goleada por 5 a 1.

Este foi o último teste do Brasil antes da Copa.

Valeu para dar confiança, fixar a movimentação, a dinâmica de jogo.

Mostrar que a bola aérea defensiva segue um tormento.

Que Neymar precisa perceber que sua infantilidade pode custar caro.

E que o elenco é melhor do que o Mundial de 2018.

O que preocupa, vale a pena repetir, é a falta de intercâmbio com os europeus.

A preparação, sem estes confrontos, acabou sendo péssima.

Que ninguém se esqueça. 

Ninguém sabe a reação deste time contra França, Alemanha, Espanha.

Ou a temida, por Tite, Inglaterra...

De uniforme azul, Brasil goleia Tunísia em último amistoso antes da convocação

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