Borja e Lucas Lima fora, de vez, do Palmeiras. Presente de Natal da presidente Leila Pereira
A empresária dona da Crefisa, e presidente do Palmeiras, não aceita mais desperdício de dinheiro. Jogadores recebendo para defenderem outros clubes. Borja já foi embora. E Lucas Lima também não volta
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Leila Pereira tem sido firme.
Muito mais do que se esperava.
Ela tem mostrado o sangue-frio, calculista, de uma empresária de sucesso.
Como presidente do Palmeiras, a dona da Crefisa e da Faculdade das Américas não aceita mais desperdício de dinheiro.
E, de forma objetiva, exigiu a situação de Borja e Lucas Lima resolvida.
Apesar de ter 'ótima relação' com os dois fora de campo.
Foi Leila quem deu as boas-vindas à dupla na chegada ao Palmeiras.
Mas ela não se conformou com uma postura até que comum no futebol brasileiro. A dos clubes contratarem jogadores caríssimos, não ficarem satisfeitos com seu desempenho e, amarrados a longos contratos, os emprestarem pagando parte do salário.
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Dois casos chamaram a atenção de Leila.
Jogadores em que ela foi convencida, inclusive, a investir. Seriam dois atletas que 'resolveriam' dois problemas crônicos do Palmeiras: a artilharia e a articulação dos ataques. Eram atletas cobiçados por vários outros clubes.
A força econômica da Crefisa, a maior patrocinadora do futebol brasileiro, se impôs.
Borja e Lucas Lima foram contratados a peso de ouro.
Com o plano de irem, valorizados, para a Europa.
E fecharam, para desespero de Leila, contratos de cinco anos.
A Crefisa bancou os R$ 33 milhões pela compra de 70% do atacante colombiano. E, por contrato, o Palmeiras teve de bancar mais R$ 17 milhões, pelos outros 30%, junto ao Atlético Nacional. R$ 49 milhões.
A mais cara contratação da história do clube.
O dinheiro, emprestado, segue sendo pago à patrocinadora.
O desempenho foi péssimo, fraquíssimo, diante da expectativa.
Ele fez um total de 112 partidas e 36 gols. Passou vários períodos na reserva. A sua falta de habilidade, de técnica, de visão de jogo, foi marcante. Além da personalidade fechada, explosiva. A conclusão da presidente é que a compra foi feita sem pesquisa aprofundada sobre o jogador. Levada pela euforia do desempenho do atleta nos jogos finais da Libertadores, principalmente sobre o São Paulo.
O Palmeiras o emprestou para o Junior Barranquilla e para o rebaixado Grêmio. Com o Palmeiras bancando parte dos salários.
Até que, finalmente, Leila exigiu a definição, a venda do atacante. E ele foi negociado com o Junior Barranquilla por 3 milhões de dólares, cerca de R$ 17 milhões.
Borja, só pela compra e revenda, causou um prejuízo de R$ 32 milhões. Fora os salários e luvas, que chegavam a 120 mil dólares mensais, R$ 680 mil, desde fevereiro de 2017.
Leila foi clara com o executivo de futebol, Anderson Barros, e a venda foi feita, sem piedade. Com o aval de Abel Ferreira.
Com esta mesma filosofia, imposta pela presidente, Anderson Barros está fazendo "de tudo" para acabar com o vínculo com Lucas Lima.
O meia foi contratado em novembro de 2017. Era apontado como um dos maiores meias do futebol brasileiro. Saiu do Santos, conduzido pelo pai de Neymar como empresário, e foi o Palmeiras. Com salário de R$ 1 milhão por mês. Contrato de 60 meses, cinco anos.
Mas a queixa dos treinadores que trabalharam com ele no clube eram as mesmas.
Acomodação, falta de participação nos jogos, desinteresse em assumir como o meia que todos esperavam desabrochar. Ele se contentava em ficar tocando bola para quem estivesse mais perto, não mostrou a menor intensidade, vibração, vigor físico.
A queixa é também de Abel Ferreira.
Fez 171 partidas e apenas 13 gols.
Acabou marcado pela torcida, saiu do clube de forma constrangedora, flagrado pelas organizadas em um restaurante lotado, sem máscara, em plena pandemia, no ano passado.
Foi emprestado ao Fortaleza. Com o Palmeiras pagando R$ 600 mil e o clube nordestino, os outros R$ 400 mil.
O contrato de Lucas Lima termina em dezembro de 2022.
Leila foi clara com Anderson Barros. Ela quer que ele negocie de vez o meia. Com o Fortaleza, com o Santos, com quem quer que seja. Mas não quer o Palmeiras pagando mais nada ao jogador no próximo ano.
O clube cearense tem interesse, apesar de o desempenho do atleta ter sido apenas mediano. Decepcionante para muitos. O treinador argentino Juan Pablo Vojvoda vê o potencial técnico diferenciado do jogador. E, mesmo tendo atuações instáveis, ele quer ficar com o jogador na próxima temporada, com direito à Libertadores da América.
O Fortaleza aceita renovar o empréstimo com o Palmeiras. Mas não quer pagar o salário integral de R$ 1 milhão.
Leila quer que Anderson Barros resolva a situação.
O mais rápido possível.
Envolva algum atleta do Fortaleza e o clube faz novo contrato com Lucas Lima com salário mais baixo. Não interessa. Ela não quer mais desperdiçar dinheiro com jogador do Palmeiras que defenda outro clube.
A pressão é que tudo seja definido até janeiro.
Leila Pereira segue muito clara.
Quer fazer o Palmeiras o mais rentável possível.
Já se livrou de Borja e agora exige a saída de Lucas Lima.
Simples assim...
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