Boca tem vitória importante contra o Corinthians na Libertadores. Conmebol ameniza racismo. Torcedores liberados na Bombonera
Ingenuidade de quem acreditou que a Conmebol proibiria público, como punição por atos racistas. Apenas multa. E público liberado no jogo decisivo das oitavas contra o Corinthians. O Boca é forte demais nos bastidores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Como o blog antecipou.
O Boca Juniors é o clube mais forte da América do Sul nos bastidores.
Foi ingenuidade acreditar que, mesmo com dois vergonhosos atos de racismo de sua torcida, a Bombonera estaria vazia, sem os fanáticos torcedores argentinos, na terça-feira, dia 5 de julho, na partida decisiva das oitavas de final contra o Corinthians.
O Boca Juniors não teve a dura pena exemplar que merecia: jogar com o estádio vazio. Como está previsto na lei.
No mês passado, por conta das várias atitudes racistas contra brasileiros, com torcedores adversários imitando macacos, foram feitas duas mudanças no artigo 17 do Código de Disciplina da Conmebol.
A multa mínima por racismo passou de 30 mil dólares, R$ 157 mil, para 100 mil dólares, cerca de R$ 523 mil.
E a alteração mais justa, utilizada no mundo civilizado do futebol: clubes atuando sem torcida. Ou ao menos parte do estádio vazia.
A direção corintiana estava cética. Sabia ter pela frente um adversário fortíssimo nos bastidores. E que tudo faria para que a Justiça e o exemplo lógico não fossem seguidos pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol.
A entidade, mesmo diante da reincidência dos torcedores do Boca Juniors, não teve a dignidade de ordenar que a Bombonera tivesse pelo menos parte interditada. Para dar uma lição aos racistas. E mostrar que imitar macacos, jogar bananas, mostrar a cor da pele branca, como se fosse superior à negra, são atitudes inaceitáveis.
O Tribunal de Disciplina da Conmebol cobrou a multa de 100 mil dólares, R$ 523 mil, do Boca Juniors. E exigirá que, durante o jogo contra o Corinthians, sejam mostradas mensagens contra o racismo.
Além da obrigatoriedade de que funcionários do Boca entrem no gramado, antes da partida, com uma faixa. Nela deverá estar escrito 'Basta de Racismo'.
Atitudes pífias, vexatórias, da Conmebol.
Que só aumentam a indignação contra uma entidade marcada por décadas e décadas de corrupção. Com seus três presidentes, antes de Alejandro Domínguez, presos pelo FBI por recebimento de propina.
A entidade não fica no Paraguai por acaso. Foi um acordo entre dirigentes brasileiros e argentinos. Seria um "território neutro", para evitar o favorecimento de um dos maiores rivais da América do Sul. E também os presidentes não deveriam ser brasileiros nem argentinos, pelo mesmo motivo.
Mas só que o tráfico de influência continua.
O Boca Juniors segue sendo o clube mais forte nos bastidores.
E não teria um jogo decisivo da Libertadores sem público na Bombonera.
Por atitudes racistas de seus torcedores.
O ceticismo dos dirigentes corintianos tinha razão de ser.
Só ingênuos ficaram decepcionados com a decisão.
Foi a Conmebol sendo a Conmebol...
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