Bale sai do banco. E o Real Madrid conquista sua 13ª Champions
Depois da saída forçada de Salah, o Real Madrid se impôs. E venceu o Liverpool por 3 a 1. Bale marcou um golaço. Karius sabotou o time de Klopp
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Uma dividida maldosa de Sérgio Ramos em Salah.
E que deve tirar da Copa do Mundio, o excelente egípcio.
Uma bobeada infantil do goleiro Karius.
Um gol de bicleta, maravilhoso de Bale.
Uma falha bizarra de Karius em outro chute de Bale.
3 a 1.
E o Real Madrid conseguiu seu 13º título da Champions League, em Kiev. Tricampeão em seguida.
Foi o quarto título em cinco anos.
O clube espanhol se impõe como o grande clube da década. Foi travada a recuperação
Zidane será endeusado pelo terceiro título seguido. Cristiano Ronaldo festejado pela sua quinta conquista do campeonato mais importante de clubes no mundo. O gol espetacular de Bale valerá infinitas discussões sobre a injusta frequência no galês no banco de reservas.
Mas quem teve a sorte de acompanhar a empolgante final sabe. O goleiro alemão Karius falhou bizarramente. As bobagens que cometeu foi impressionante. Inacreditável para um goleiro de altíssimo nível. E ainda mais em uma partida que só não é mais importante que a decisão da Copa do Mundo da Rússia, neste 2018.
Karius foi até a torcida do Liverpool pedir desculpas após o jogo, chorando. Recebeu palmas de perdão. Ele fez excelentes atuações em toda a temporada. Mas o sábado foi cruel com o germânico.
Foi o jogo em que o indivíduo prevaleceu sobre o coletivo.
Na disputa de xadrez entre Kloop e Zidane, o corajoso 4-3-3 do alemão estava se impondo diante do tradicional 4-4-2 do francês. Empolgado com o renascimento, com o respeito internacional há muito esquecido, o Liverpool, empurrado por sua inflamável torcida, tratou de comprar a briga. Atacar o Real Madrid.
Usando como armas a velocidade impressionante de seu trio de ataque: Roberto Firmino, Mané e o seu grande jogador, Salah; as descidas dos laterais Arnold e Robertson, em inversões às costas de Carvajal e Marcelo. E as bolas aéreas em escanteios e faltas laterais.
Não havia medo do Real Madrid.
Salah estava entusiasmado. Sabia que se o Liverpool vencesse, se imporia entre os três melhores jogadores do mundo. Ele atraia a defesa espanhola, abria espaços para Firmino e, principalmente, Mané.
O atrevimento parecia que daria resultado. Navas fez grande defesa em chute de Arnold. O sistema defensivo espanhol estava tendo sérios problemas. A movimentação do Liverpool o desnorteava.
Até que Sérgio Ramos foi dividir uma bola com Salah, até então o grande nome do jogo. O zagueiro espanhol usou toda a sua artimanha, digna de um judoca. Ele caiu na dividida, mas trouxe com toda a força o corpo do pequeno egipcio para o gramado. O choque foi enorme.
O ombro de Salah foi seriamente afetado. Na hora, ele começou a chorar. Sabia que havia sofrido algo grave. Não continuaria mais na partida. E as primeiras informações colocam em dúvida sua participação na Copa do Mundo.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, a maldade de Sergio Ramos mudou drasticamente a partida. O Liverpool se abateu sem seu maior jogador. A entrada de Lallana nada acrescentou. O time inglês perdeu algo fundamental em qualquer atividade esportiva e na vida: a confiança.
Instintivamente, a equipe inglesa se retraiu. E permitiu que os espanhóis passassem a tocar a bola, fazer seu cruel jogo, esperando o melhor momento para abater o adversário.
Cristiano Ronaldo, assim como aconteceu na partida decisiva contra a Juventus, na semifinal, estava outra vez mal. Desconcentrado. Sem a explosão de quem desejava ser protagonista. Há muitos rumores que ele está insatisfeito no Real Madrid. E pode até trocar de clube. Não mostrava iniciativa para buscar a bola na intermediária, encarar os zagueiros, tabelar, se deslocar pelos lados do campo, como tanto gosta. Foi uma decepção.
Mas o Real Madrid não precisou de seu principal jogador para sair na frente no placar. Aos dois minutos do segundo tempo, já havia acertado o travessão em uma conclusão livre de Isco, aos dois minutos.
Mas bastou a falta total de concentração de Karius para o Liverpool começar a ruir. O goleiro foi fazer uma simples reposição de bola. E estava claro que Benzema assistiu a várias partidas do goleiro. E notou que ele gosta de repor a bola para seus zagueiros perto dos pés dos atacantes adversarios.
E o francês se atirou com toda a convicção quando o goleiro a tinha nas mãos e a estava lançando para sua zaga. O corte com com o pé direito do atacante do Real Madrid foi surpreendente, claro. Mas impossível defender o arqueiro por lançar a bola perigosamente, a ponto de ser interceptada por Benzema. No futebol moderno, cada detalha conta.
1 a 0, Real Madrid, aos cinco minutos.
O gol deu uma falsa tranquilidade para os espanhóis. Quando eles comecaram a tocar a bola, Klopp mandou seu time ao ataque. E aos nove minutos veio a maior alegria no jogo para os ingleses.
Na jogada ensaiada veio o gol de empate. Milner cobrou escanteio, Lovren ganhou no alto com raiva de Sergio Ramos e desviou a bola de cabeça. Mané se aproveitou do espaço oferecido por Marcelo e o senagalês se jogou na bola, tocando para as redes de Navas. 1 a 1.
Foi um justo castigo para os espanhóis.
Zidane reagiu no ato.
Viu que Isco estava cansado e improdutivo. E resolveu apostar na imprevisibilidade de Bale. O velocista galês só não é titular porque segue instável. Não consegue ser regular, ter uma grande sequências de boas atuações. Mas potencial nunca ninguém negou que tivesse.
No novo desenho tático, o Real Madrid assumia o 4-3-3. Enquanto o Liverpool buscava a estabilidade no 4-1-4-1, sem Salah. A intenção de Klopp era cansar os espanhóis, ter mais intensidade nas intermediárias, depois do empate.
Mas não houve tempo.
Marcelo fez um cruzamento que passou um pouco do ponto para o galês. Só que ele, dono de explosão muscular fantástica, girou o corpo no ar e marcou um golaço, misturando bicicleta e puxada. A bola foi no ângulo, sem defesa, para o depressivo Karius. 2 a 1, Real Madrid, aos 18 minutos.
Klopp outra vez mandou seu time para a frente, na tentativa de buscar o empate. Mané tinha espaço, porque Firmino segurava na raça Sérgio Ramos e Varane. O senegalês teve a chance do 2 a 2, em um chute forte da entrada da área. Em vez das redes, a bola preferiu beijar a trave direita de Navas.
O jogo seguia emocionante, com os ingleses lutando muito.
Até que, aos 37 minutos, a bola caiu nos pés de Bale.
O galês estava na intermediária e com espaço. Não pensou duas vezes. Chutou forte, com curva. A bola foi no meio do gol. Karius deferia esmurrá-la. Mas tentou segurá-la. Tudo o que conseguiu foi passar por um vexame que marcará sua carreira. Ele amorteceu a bola que foi morrer no fundo do gol, passando entre suas mãos. 3 a 1, Real Madrid.
A decisão estava acabada.
Os ingleses viam seu sonho morrer.
E começava a festa pela 13ª Champions do Real Madrid...
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