Augusto Melo sofre impeachment. Corinthians destitui presidente. Acusações da Polícia foram fatais. Osmar Stabile é favorito para nova eleição
Sócios decidiram pela saída definitiva de Augusto Melo. Ser réu de associação criminosa, furto e lavagem de dinheiro, pela Polícia Civil, envolvendo a patrocinadora VaideBet, foi fundamental. Osmar Stabile já é candidato

9 de agosto de 2025.
Dia histórico no Parque São Jorge.
Desde a sua fundação, no dia primeiro de setembro de 1910, o Corinthians, pela segunda vez, impõe o impeachment a um presidente.
Ou seja, conselheiros e sócios decidiram que deixasse o cargo, mesmo tendo sido eleito.
No dia 14 de agosto de 1972, o Conselho Deliberativo destituiu Miguel Martinez. Por não resolver a crise financeira que o clube mergulhou. E pelos fracassos dentro do campo.
53 anos depois, Augusto Melo também perdeu a presidência.
Os sócios referendaram a perda do cargo mais importante no clube.
Seguiram a recomendação do Conselho Deliberativo de tirar o cargo de Mello, que foi eleito presidente do Corinthians, no dia 25 de novembro de 2023, com 66% dos votos.
O impeachment foi confirmado por 1.413 votos pelo sim, impeachment. 620 não. 69,37% contra 30,44%.
Só 2037 sócios votaram...
Melo deixou a votação depois de apurada a quinta, das 16 urnas, quando a porcentagem era de 70% por sua saída. Saiu por uma das portas laterais do ginásio corintiano, evitando a imprensa.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, tem, na teoria, 30 dias para convocar nova eleição no clube, para que alguém termine o mandato que era de Melo, até dezembro de 2026. A perspectiva é a eleição aconteça bem antes do que um mês.
Neste novo pleito só conselheiros votarão.
O presidente interino, e ex-vice de Augusto Melo, Osmar Stabile, já antecipou que será candidato. E tem grande apoio no clube.
Os motivos para a confirmação do impeachment foi o mesmo da recomendação do afastamento: o Corinthians fazer parte das páginas policiais.
Augusto Melo foi investigado pela Polícia Civil e se tornou réu de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, envolvendo a ex-patrocinadora VaideBet.
A promotoria do Ministério Público além de torná-lo réu, exige que ele devolva o Corinthians nada menos do que R$ 40 milhões.

Melo perdeu quase todo o apoio político que fez com que tirasse do poder o grupo ‘Renovação e Transparência’, depois de 17 anos no poder. Ele é comandado pelo ex-presidente Andrés Sanchez.
Ele chegou a ser carregado nas costas por torcedores organizados, quando foi eleito presidente. Mas hoje, no Parque São Jorge, faixas o acusavam de ‘traidor’ das organizadas.
Depois de afastado, Melo tentou voltar ao poder, no dia 31 de maio, graças a um ofício de uma conselheira. Ele invadiu a sala da presidência. O ofício não teve poder legal para restituir o dirigente ao cargo.
O clima bélico da entrada do Corinthians, por conta de torcedores, deu espaço para um episódio cômico.
Não se sabe quem pagou o veículo, mas havia um caminhão de som em frente ao Parque São Jorge. Desde a madrugada de hoje. Ele começou tocando músicas relacionadas ao Corinthians. Hino e canções de Carnaval.
Mas no final da tarde, o caminhão passou a tocar o hino do Palmeiras, Vasco e Paysandu. Membros das organizadas corintianas partiram para cima do motorista. O ameaçaram de espancamento, quebraram vidros do caminhão.
Assustado, ele saiu dirigindo, com seu enorme alto-falante tocando o hino do Paysandu. Situação que beirou o surreal.
Dentro do ginásio do Corinthians, batizado de Wlamir Marques, tudo ocorreu com tranquilidade.
O sábado de sol, em pleno inverno, e o clima pesado criado pelos torcedores organizados, desestimularam a presença dos sócios.
O Corinthians tem mais de 10 mil em condições legais de votar.
Só dois mil sócios corintianos decidiram votar.
Bocas de urna informais apontavam 70% a favor do impeachment.
Hoje foi o final de um capítulo terrível da história do Corinthians.
O clube segue devendo cerca de R$ 2,5 bilhões...