Athletico Paranaense ouviu 'não' de Cuca. Botafogo segue interessado. Condenação por estupro de menina não assusta clubes
Treinador, condenado por estupro de uma menina de 13 anos, na Suíça, segue com mercado de trabalho. Ele não está comandando um clube porque não quer. Advogados tentam provar 'sua inocência' e reverter a condenação
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O futebol brasileiro não se esqueceu de Cuca.
Diante do fracasso de treinadores da 'nova geração', clubes tradicionais levam em consideração enfrentar a rejeição de patrocinadores, imprensa e alas femininas da própria torcida.
E o nome do técnico que foi expurgado do Corinthians está sendo lembrado com frequência para a temporada.
Athetico Paranaense e Botafogo seguem tendo Cuca como um nome mais do que viável, desejado.
O clube carioca, de John Textor, cogitou o treinador para assumir antes de Tiago Nunes. Só que houve uma grande preocupação em relação à rejeição da opinião pública, pela condenação pelo estupro coletivo de uma menina de 13 anos, em 1987, na Suíça.
O Botafogo, que liderou o Brasileiro na maior parte do campeonato, já vinha em queda livre. Contratar Cuca poderia implodir de vez o ambiente, por conta da pressão da mídia.
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Textor disse 'não', mas se interessou pelo currículo vencedor do técnico, campeão da Libertadores e bicampeão brasileiro.
Conselheiros botafoguenses consideram que a condenação já prescreveu. E ele pode seguir trabalhando normalmente.
Fez um trabalho muito bom entre 2006 e 2008 no clube carioca.
Na esfera legal, nada impediria que voltasse a trabalhar.
Tanto que sua carreira seguiu normalmente, apesar da condenação em 1989, de 15 meses de prisão.
O convite não se efetivou, mas o nome de Cuca segue sendo levado em consideração.
Tiago Nunes não conseguiu evitar a perda do título brasileiro. E terá de mostrar resultados efetivos neste início de 2024. Porque a maneira de o time atuar não agradou. A desculpa de ter assumido um trabalho em andamento não servirá mais como escudo.
Cuca é uma sombra.
Em compensação, a situação no Athletico Paranaense foi além.
Um dos últimos atos do executivo Alexandre Mattos, antes de ir para o Vasco, foi indicar Cuca para 2024.
O homem quem controla o clube, Mario Celso Petraglia, garantiu que não se dobraria às críticas, à pressão de 'ninguém', se o treinador aceitasse trabalhar no clube.
Mas Cuca disse 'não'.
Alegou que não pode voltar ao futebol brasileiro para trabalhar 'em paz' se não conseguir reverter sua condenação na Suíça.
Ele tem dois advogados tentando provar que ele não participou do estupro.
A alegação é que ele mal 'teria visto' o ataque de seus quatro ex-companheiros de Grêmio.
Cuca os contratou depois que mal suportou ficar uma semana trabalhando no Corinthians.
Teve de abandonar o cargo em 2023, diante da imensa pressão da opinião pública.
O Corinthians foi o primeiro clube grande a defender os direitos da mulher.
Ter um treinador condenado por estupro era algo absurdo.
Cuca tem apenas 60 anos e ótima condição física para trabalhar.
Felipão, por exemplo, tem 75 anos e segue comandando o Atlético.
Empresários lamentam sua situação.
Ele teria condições de seguir trabalhando em clubes importantes.
Mas enquanto não conseguir reverter sua situação na Suíça, será quase impossível.
O 'clube ideal' seria o Athletico, pelo domínio de Petraglia.
Mas Cuca quis preservar sua família, tão exposta com o caos que viveu no Corinthians.
A amigos ele garante que conseguirá 'em breve' provar sua inocência.
Enquanto isso não quer se expor.
Seu nome não está eliminado do futebol brasileiro.
Muito pelo contrário.
Não está trabalhando porque não quer...
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