São Paulo, Brasil
Foi uma noite mágica.
Inesquecível em Curitiba.
A vitória do Athletico Paranaense por 3 a 0 contra o Boca Juniors garantiu não só a liderança do grupo G da Libertadores da América. Mas chamou a atenção do continente.
O time de Tiago Nunes mostrou luta, vibração e disciplina tática exemplares. Os contragolpes em velocidade impressionante desmoronaram o mais popular time argentino.
A Arena da Baixada tremeu de felicidade.
Se rendeu aos três gols do iluminado Marco Ruben, argentino, e ex-jogador do River Plate.
"Tenho certeza que esta noite será lembrada por muitos anos e muitos anos como uma noite mágica para o futebol paranaense e para o futebol brasileiro. Comentava com os atletas que todo mundo, quando inicia no futebol, tenta buscar esses momentos mágicos. Hoje, conseguimos fazer algo extraordinário", admitiu, empolgado, Tiago Nunes.
Ele viu a sua equipe que começou a partida nervosa com a responsabilidade, afinal a pressão por uma vitória na Arena da Baixada era imensa. Gustavo Alfaro apostava em fechar as intermediárias e apostar na vitória em bolas longas, às costas dos laterais Jonathan e Renan Lodi.
O Boca Juniors até que criou oportunidades. O jogo estava completamente equilibrado.
Até que aos 35 minutos do primeiro tempo tudo mudou.
Em um contragolpe fulminante, Roni desceu pela esquerda e cruzou, Lucho González tentou, mas seu desvio foi uma assistência involuntária sensacional. A bola procurou Marco Ruben que estufou as redes de Andrada.
"Esse primeiro gol nos derrubou. Até aí, o jogo estava pau a pau. Ficamos distantes, espaçados. Queríamos pressionar, mas faltou coordenação", admite Carlitos Tevez.
Perdendo, o Boca Junior se abriu, tentou empatar o jogo.
Mas tudo que conseguiu foi dar importantíssimos espaços para o rival brasileiro.
Em um contragolpe muito bem coordenado, Breno Rodrigues fez a jogada que foi completada por Marco Ruben, 2 a 0, aos 23 minutos.
O Boca Junior sabia que o jogo estava decidido. Seus jogadores tinham a consciência de que não iriam conseguir reverter o jogo.
A postura confiante e a força física do time brasileiro se impuseram.
O terceiro veio no rebote de um escanteio que Roni mandou na trave. A bola, fiel, foi parar na cabeça de Marco Ruben, 3 a 0, aos 35 minutos.
Noite inesquecível para o argentino que foi contratado por empréstico por apenas 200 mil dólares, R$ 770 mil, junto ao Rosario Central, como substituto de Pablo, vendido por R$ 26 milhões ao São Paulo.
Se Marco Ruben seguir agradando, poderá ser comprado por mais 1,9 milhões de dólares, R$ 7,3 milhões.
Foram 18 finalizações athleticanas contra 8 argentinas. Nove no gol do Boca Juniors. E apenas três nas traves do time brasileiro.
"Não poderíamos esperar nada diferente do que um jogo muito complicado, um adversário muito qualificado, e fomos cirúrgicos. Competimos de uma maneira muito eficaz e conseguimos fazer o primeiro gol, o que mudou o panorama do jogo. A partir daí, conseguimos dominar de maneira geral.
Nota máxima para a equipe, nota máxima para o Marco. Com uma vitória marcante dessa, muita coisa que a gente fala toma proporções positivas", comemorava, entusiasmado, Tiago Nunes.
Um fato que tem relevância nesta noite épica está em algo muito simples.
O Athletico tem utilizado o time de aspirantes no irrelevante Campeonato Paranaense. Com isso, a equipe principal está com foco total na Libertadores da América.
Demonstração clara de quanto os ultrapassados Estaduais atrapalham.
A noite de 2 de abril de 2019 não será lembrada por torneios irrelevantes.
Mas pela vitória que empolgou o Brasil.
Ela aconteceu na Arena da Baixada.
Com o pulsante Athletico Paranaense.
Diante do temido, respeitado Boca Juniors...