Até quando o Palmeiras sofrerá com as infantis expulsões de Deyverson?
Mais uma expulsão infantil de Deyverson. E, com um a menos, time de Felipão sofreu demais. Mas seguiu líder, venceu o Ceará. 2 a 1
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Palmeiras vencia, dominava, fazia o que desejava com o Ceará, o placar mostrava fácil 2 a 0, dois gols de Bruno Henrique.
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Mas aos 45 minutos do primeiro tempo, Deyverson correu para uma dividida com Richardyson.
O transloucado atacante acertou com os cravos de sua chuteira na barriga do jogador do time cearense.
Lance inexplicável, sem razão de ser.
Agressão pura.
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Expulsão mais do que justa.
O jogador saiu pedindo desculpas para a torcida.
Foi até aplaudido.
Mas o resultado de seu ato absurdo quase custa dois pontos fundamentais ao Palmeiras. O time cearense bem treinado por Lisca Doido, aproveitou o fato de ter um jogador a mais. Tocou muito bem a bola. Marcou um gol com Arthur, jogador que o Palmeiras já contratou, e obrigou Weverton a grandes defesas.
O que deveria ser uma festa para o Palmeiras, com o líder garantindo três pontos fáceis, foi um sufoco.
Assim como Felipe Melo quase sabotou o time na Libertadores com uma expulsão boba, a vez foi de Deyverson. Até quando Felipão admitirá atitudes impensadas, toscas, infantis?
Vários jogadores palmeirenses se atiraram ao gramado após o jogo. Estavam esgotados, extenuados. Correram 45 minutos atrás do Ceará, que tocou muito bem a bola com um a mais.
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Inclusive atletas que enfrentarão o Boca Juniors, quarta-feira, na Bombonera.
Na primeira partida da semifinal da Libertadores.
Ou seja, a irresponsabilidade de Deyverson teve um peso enorme.
O Palmeiras venceu a partida, cuja vitória era obrigatória, na luta pela conquista do Brasileiro.
O clube segue isolado na liderança, com 62 pontos.
Mas precisa agradecer a Weverton
E multar Deyverson.
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Felipão precisa mostrar autoridade.
Por mais que o atacante seja simpático, humilde, chorão.
Ele está prejudicando o Palmeiras com suas expulsões.
"A cada jogo, a dificuldade vai aumentando. Vi, durante a semana, algumas pessoas falando que seria fácil, mas aqui não deixamos entrar que seria fácil. O Ceará está em sétimo no segundo turno. Seria muito importante vencer hoje. Fomos um time de guerreiros", destacava Felipe Melo, espertamente, não tocando na expulsão de Deyverson. Já que o volante já complicou a equipe também, com cartões vermelhos evitáveis.
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"Não jogamos mal. Começamos bem. Fomos castigados com dois gols. Perdemos gols, eles foram lá, fizeram os gols deles. Ainda conseguimos diminuir, mas não conseguimos virar. Criamos muitas chances no segundo tempo", lamentava Arthur, deixando claro, que a e expulsão de Deyverson mudou todo o panorama do jogo.
Foi tudo muito amador.
Pior do que Deyverson, só a postura do executivo de futebol, Alexandre Mattos.
"Tenho convicção de que está estranho. Parece direcionado. É o tempo todo contra o Palmeiras. Os dois ergueram o pé. Erro dele talvez tenha sido não ficar rolando." Sua declaração vai contra a inteligência de qualquer pessoa que tenha neurônios. Não há como desviar o foco. Deyverson acertou a barriga de Richardyson. Em qualquer parte do mundo civilizado ele seria expulso. Não existe maneira de disfarçar a bobagem que o atacante cometeu.
Além dele, estão suspensos Mayke, Lucas Lima e Bruno Henrique, diante do Flamengo.
O Palmeiras entrou em campo como líder do Brasileiro. Mas nos nove jogos que faltavam para acabar o torneio nacional, a partida era fundamental. A mais fácil. Diante do Ceará, no Pacaembu, diante de seus torcedores.
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Depois dela, o Flamengo, no Rio; Santos, na arena palmeirense; Atlético Mineiro, em Belo Horizonte; Fluminense, em São Paulo; Paraná, em Curitiba; América Mineiro, em São Paulo, Vasco, no Rio; e Vitória, em São Paulo.
Felipão, para variar, quando há um problema sério no time ou seleção que treina, responde superficialmente. Ele não quis falar de maneira direta sobre a absurda expulsão de Deyverson. De nada tem adiantado as conversas particulares do treinador com o atacante.
"A arbitragem já foi falada pelo Alexandre Mattos. Tenho que parabenizar meu grupo. Pela forma como se comprotaram por 50 e poucos minutos, foi uma forma de valorização de quem se dedicou pelo resultado para continuarmos brigando pelo título.
"Deram grande passo com resultado de hoje porque era um jogo extremamente difícil por uma série de detalhes. Passar pelo adversário como foi hoje é importante para manter entre nós o espírito de briga pelo título."
Sim, Felipão não falou nada sobre o fracasso do seu trabalho 'psicológico' com Deyverson.
Além disso, ele deixou claro que sente o Palmeiras perseguido pela arbitragem. Pelos cartões dados a Deyverson, Maike, Bruno Henrique e Lucas Lima, que suspenderam o quarteto contra o Flamengo, no próximo sábado.
"Parece até que (o juiz) tinha lista pronta. Mas tenho um grupo de trabalho muito bom. Vai prejudicar, sim. Todos sabem que vai prejudicar. Todos sabem. Volto a reafirmar: todos sabem. Mas temos outros jogadores com excelente qualidade, confio no meu grupo e quem for a campo dará conta do recado", disse o treinador, claramente tentando desviar o foco em Deyverson.
A partida foi simples de resumir. No primeiro tempo, o Palmeiras teve o domínio do jogo. Por conta do talento superior de seus jogadores, mesmo atuando com equipe mista, por conta da Libertadores.
O Ceará tem jogadores limitados e que, não por acaso, está na zona do rebaixamento.
Aos 13 minutos, o veterano Edinho saltou com o braço esticado e cortou a bola com a mão. O volante disse que escorregou. Mas o pênalti foi corretamente marcado.
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Bruno Henrique cobrou no meio do gol e fez 1 a 0.
O Ceará jogava bravamente, sobrava vontade, faltava talento.
Em um chute fortíssimo e preciso da entrada da área, Bruno Henrique, que fazia aniversário, marcou seu segundo gol. 2 a 0, Palmeiras, aos 34 minutos. O time de Felipão era mais preciso, objetivo com a bola nos pés.
Tudo indicava uma goleada.
Até que Deyverson resolveu dar um pontapé na barriga de Richardison, em uma dividida. Atitude tão inesperada quanto desnecessária. Tomou o vermelho.
Em vez de agradecer e trabalhar no presente dado pelo descontrolado jogador palmeirense, Lisca Doido resolveu discutir e querer briga com o reserva do Palmeiras, Luan. O técnico do Ceará acabou expulso.
Depois, piorou a sua situação. Encarando a torcida e fazendo sinal de 'roubo' da arbitragem na partida.
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Mesmo expulso, Lisca conseseguiu mudar o jogo. Adiantou a marcação do Ceará. E fizeram seus jogadores tocarem a bola, explorarem a vantagem de um homem a mais em campo. Arthur, com oportunismo, marcou aos 5 cinco muitos, completando ótima descida à linha de fundo de Leandro Carvalho, que driblou Bruno Henrique. 2 a 1.
O Ceará pressionou muito.
Weverton fez ótimas defesas.
O Palmeiras não conseguiu encaixar sequer um contragolpe.
No final, depois de um sufoco, o Palmeiras venceu.
Está isolado na liderança do Brasileiro.
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Mas precisa corrigir erros primários.
O maior deles, a expulsão infantil de Deyverson.
Felipão tem de se impor como comandante do grupo.
Chega de protecionismo...
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