Assassino chama Daniel de "canalha". E jura que defendeu a família
Edison Brittes dá sua versão da morte de Daniel. E garante que salvou sua mulher de um estupro. Família do jogador repudia a acusação
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
“Fui até a porta e a mesma estava trancada, pois ele tinha entrado no quarto, tirado a roupa e estava sobre a minha esposa na cama. O que fiz foi qualquer homem faria".
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"Aquela mulher ali não era minha esposa, eram todas a mulheres do Brasil. Quem está me assistindo pense que que podia ser a sua filha, a sua esposa, a sua mãe… e naquele momento era a minha esposa, a mulher com quem sou casado há 20 anos, que sempre me amou e me respeitou".
"A mídia fala muita coisa, mas minha esposa nunca teve nada com o Daniel muito menos minha filha. Se eu fiz o que fiz pense e repense o que você faria pra manter a integridade de sua família, e ajudar uma mulher pequena e frágil. Foi quando tirei de cima da minha esposa, joguei no chão e evitei que ela fosse estuprada por este monstro canalha.”
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Estas são as palavras que Edison Brittes gravou em um vídeo tentando justificar o cruel assassinato do jogador do São Paulo, o volante Daniel, na madrugada de sábado passado, em Curitiba.
Daniel foi espancado, torturado, teve o pênis decepado e depois morto, a golpes de faca. Pelo menos três pessoas, além de Edison, participaram do assassinato.
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Como a Polícia Civil do Paraná esclareceu, o volante estava de folga. Foi para o aniversário de um amigo em uma danceteria. Saiu de lá para uma festa particular na casa de Edison. Era a comemoração de 18 anos de sua filha Alana.
Todos beberam muito, faziam um churrasco na madrugada. A partir daí, por enquanto, prevalece a versão de Edison. O jogador teria pedido para ir ao banheiro, que fica na parte superior da casa. Lá também é o quarto de Edison e de sua esposa.
Ela estaria dormindo, quando Daniel teria invadido o quarto. E trancado a porta. Tirado fotos na cama com a mulher, mandado mensagens no grupo de amigos que mantém no WhatsApp. E decidido manter relações sexuais com ela. Uma das mensagens teria chegado a um amigo comum do jogador e do dono da casa. Edison foi avisado do que estava acontecendo.
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Arrombou a porta do quarto e, sempre segundo ele, encontrou Daniel sem calça e em cima de sua mulher, que tentava se livrar do assédio. A partir daí, Edison tirou sua esposa do quarto e chamou três amigos. Eles passaram a espancar Daniel. Uma testemunha disse à Polícia Civil que o jogador implorou pela sua vida. "Não quero morrer, não quero morrer", repetiu.
Mas as pancadas continuaram. Depois a tortura, o pênis do jogador foi cortado, e finalmente, foi assassinado. O corpo foi levado para uma plantação de pinheiros.
O advogado da família de Daniel, Nilton Ribeiro, não aceita a versão de Edison Brittes. E muito menos as palavras contra o jogador.
“Vejo que tudo está sendo tratado de forma muito precipitada e ressalto que a dignidade da vítima precisa ser resgatada. O Daniel não pode falar. Repudio estas declarações de estupro e esta investigação está ainda em andamento. Há muito ainda a fazer", disse à imprensa paranaense.
A filha de Edison também deu sua versão.
"Estávamos na área de festas, mas eu resolvi subir para dormir com a minha amiga. Aí passou um tempo, a gente começou a ouvir uma gritaria. A gente desceu e na hora que a gente abriu a porta, ele estava em cima da minha mãe, tentando estuprar ela.
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"Daí todo mundo começou a querer fazer alguma coisa contra ele, porque a minha mãe gritava. E ele não falava nada.
"Nunca tive relacionamento algum com ele. O conhecia há menos de um ano. Ele não foi convidado para a festa na minha casa, ninguém chamou. Ele tinha alguns amigos que estavam vindo de Uber e todos falaram a mesma coisa. Ele chegou na janela e perguntou para onde eles estavam indo. Eles falaram que estavam indo para a casa. E falou que iria junto. Eles chegaram a falar que não tinha lugar no carro, para disfarçar. E mesmo assim falou que iria junto.
"Ele estava bem alterado, não estava sóbrio.
"Foi o pior dia da minha vida", declarou a filha de Edison à Massa News.
A casa de Edison já foi periciada.
A Polícia Civil quer chegar aos outros três cúmplices do assassinato.
Mãe e filha foram também detidas, como Edison.
O motivo: nada fizeram para evitar o crime bárbaro...
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