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Cosme Rímoli - Blogs

As armas do Corinthians. Para tomar Zeca do Santos

Andrés Sanchez acredita que, rival com dificuldades financeiras, acabará aceitando Marquinhos Gabriel e Lucca pelo lateral. Jogador está empolgado

Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

Zeca jura que nunca mais vestirá a camisa do Santos. Quer jogar pelo maior rival
Zeca jura que nunca mais vestirá a camisa do Santos. Quer jogar pelo maior rival

O presidente José Carlos Peres considera, como muitos santistas, o Corinthians o maior rival de seu clube. Ele já havia orientado seu departamento jurídico para enfrentar Zeca, não perder o lateral esquerdo campeão olímpico. A não ser que o clube fosse ressarcido. Os valores variam, de acordo com entrevistas de Peres. Mas são altíssimos. Girariam entre R$ 200 milhões e R$ 150 milhões para clubes do Exterior. E R$ 50 milhões ou até R$ 150 milhões para equipes brasileiras.

Peres estava muito animado na semana passada. Ele tem verdadeira obsessão por Lucas Zelarayán, meia argentino de 25 anos, que joga no Tigres, do México. Com a aprovação do técnico Jair Ventura, o clube tenta a sua contratação desde o início do ano. E os mexicanos demonstravam estar cedendo. E aceitariam uma troca de Zelarayán por Zeca.

Só que o lateral, que abandonou o Santos em outubro do ano passado, alegando falta de pagamentos e insegurança, com ameaças de morte de torcedores a ele e até à sua mãe, soube da negociação. E tratou de garantir aos seus empresários que não iria para o México. Foi além, estava disposto a correr o risco. E ir para o 'maior rival' santista. O Corinthians.

No início do ano, Zeca estava com tudo acertado para jogar no Flamengo. O presidente Eduardo Bandeira de Mello consultou Peres e teve como resposta que o Santos faria uma 'guerra na Justiça' para receber R$ 150 milhões pelo atleta. Bandeira de Mello desistiu. Leco, presidente do São Paulo, também consultou Peres. Mesma resposta. Inseguro, o dirigente são paulo recuou.


Zeca então soube que o Girona da Espanha queria levá-lo. Desde que fosse de graça e não corresse risco jurídico. A diretoria santista entrou em contato com os espanhóis e demonstrou que iria à Fifa, exigindo 50 milhões de euros, cerca de R$ 200 milhões pelo jogador. Esta é a sua multa para o Exterior, fixada no contrato que vai até 2020.

Em fevereiro, a diretoria corintiana entrou em contato com ele. E ofereceu Marquinhos Gabriel e Lucca pelo lateral. A proposta poderia até agradar Jair Ventura. Só que o presidente santista não deixou chegar até o treinador. Vetou. Não queria ver o jogador atuando pelo rival.


A mensagem da discórdia
A mensagem da discórdia

Depois de inúmeras consultas jurídicas, os empresários Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb, que administram a carreira do lateral, resolveram comprar a briga. Procuraram a direção do Corinthians e assumiram o risco. Garantiam que Zeca vencerá a batalha jurídica e poderá se incorporar ao clube, sem a necessidade de pagar um tostão ao Santos. 

Caso o jogador perca definitivamente a disputa legal, os empresários assumiriam o risco. Pagariam todas as despesas. O Corinthians só se preocupassem com os salários e as luvas do jogador. Zeca estaria tão empolgado que assinaria um contrato de cinco anos, até 2023. O departamento jurídico corintiano foi consultado. E desde que Paiva e Goldfarb assumissem os riscos financeiros, não haveria problema.


Por isso, Zeca fez todos os exames médicos ontem no Corinthians. E foi aprovado.

A notícia 'vazou' e provocou enorme repercussão.

Foi pura estratégia da diretoria de Andrés Sanchez.

O lateral poderia ter sido examinado em qualquer cidade do Brasil e ninguém ficaria sabendo. Mas foi no Corinthians para pressionar Peres. Fazer com que Jair Ventura pense em Marquinhos Gabriel e Lucca, dois jogadores que seriam muito úteis. Convença Peres que a batalha jurídica pode levar anos e que o jogador jurou publicamente que não veste mais a camisa do Santos.

Depois que postou nas redes sociais um desenho de vários dedos médios para críticos, depois que foi vaiado contra o Vitória, em outubro do ano passado, pela própria torcida, as principais organizadas santistas assumiram a ofensa como sendo para elas. E não aceitam o lateral no clube.

Andrés Sanchez quer marcar um encontro com José Carlos Peres. E dar um ponto final nesta questão. Reforçar a oferta dos dois jogadores corintianos. E saber se o presidente santista tem interesse em outros atletas que seu clube pode ceder.

Há muita pressão na Vila Belmiro.

O Santos vive uma situação financeira difícil. Teve de aceitar a redução de 20% dos direitos de transmissão dos Brasileiros de 2019 a 2014 por parte da Globo. Recebeu na semana passada R$ 20 milhões de antecipação e pagou R$ 16 milhões que devia para a Receita Federal, para seguir fazendo parte do Profut, poder dividir suas dívidas com o governo em 20 anos. Ao assumir, Peres teve de pedir R4 30 milhões em empréstimos bancários para pagar salários e 13º de 2017.

Sanchez sabe muito bem dessa dificuldade.

Marquinhos Gabriel foi muito bem quando jogou pelo Santos em 2015
Marquinhos Gabriel foi muito bem quando jogou pelo Santos em 2015

Mas o Corinthians vai esperar.

Os dirigentes têm noção que os próximos jogos podem pressionar Peres.

O clube estreia pela Libertadores contra o Nacional do Uruguai.

E seus jogos pelas quartas do Paulista, diante do Botafogo de Ribeirão Preto.

Resultados ruins são trunfos aos corintianos.

Enquanto isso, haverá mais um julgamento trabalhista, envolvendo Zeca.

O lateral quer seguir treinando no CT Joaquim Grava.

Tem certeza que o Corinthians será seu clube nos próximos anos...

Zeca sonha em defender o Corinthians na Libertadores
Zeca sonha em defender o Corinthians na Libertadores

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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