Apatia assumida. Juiz. E o garoto João Victor. As desculpas de Abel e de Filipe Luís para os vexames contra Vitória e Fluminense. Líder e vice-líder frustrantes
Jogando muito mal, sem personalidade, sem vibração, como foi na derrota contra o Santos, o Palmeiras empata em 0 a 0 com o Vitória, no Allianz. Flamengo tenso, inseguro, foi pior. Perdeu para o Fluminense, no Maracanã. Luta pelo título do Brasileiro segue aberta
Cosme Rímoli|Do R7

“Quando a torcida pede aos meninos da base, eu também quero colocar... Eu vejo a diferença de nível que existe. O Danilo já tem 33, 34 (anos). Os meninos que estão começando que vão errar, é normal. Mas chegamos nesse momento da temporada onde precisamos deles e eu não tenho medo de colocar.
“Agora, claro, infelizmente(João Victor) não fez um bom jogo, eu tenho confiança, já vi ele performar, sei o nível que ele pode dar, mas realmente era um jogo muito, muito difícil.
“Pensei em várias outras opções, mas não existiam, sinceramente, com os jogadores que estão agora disponíveis para esse jogo.
“Era, na minha opinião, a melhor opção. Infelizmente, ele teve um jogo abaixo e assumi ele, eu e todos. Tivemos um primeiro tempo muito abaixo, onde custou depois recuperar, entrar no jogo.”
Filipe Luís não poupou João Victor, após a derrota de ontem, diante do Fluminense por 2 a 1. O garoto de 18 anos falhou nos dois gols do grande rival do Flamengo.
E, ontem, o líder do Brasileiro não conseguiu ganhar sequer um ponto, na sua luta particular com o Palmeiras.
O Flamengo não esperava o Fluminense com coragem de marcar por pressão a saída de bola. Sufocou a equipe de Filipe Luís e escancarou o despreparo psicológico do menino João Victor, de apenas 18 anos. O jovem zagueiro exalava insegurança.
O Fluminense se aproveitou. Abriu 2 a 0, golaço de Lucho Acosta e Serna não perdoou duas falhas imperdoáveis. Primeiro o péssimo recuo de João Victor.
Depois, de Rossi, que resolveu salvar a bola mal passada e fazer embaixadinhas, diante de Serna. O colombiano a tomou e fez um gol constrangedor para o arqueiro argentino.
O Flamengo teve enorme dificuldade para atacar e seu sistema defensivo foi pífio.
Principalmente João Victor, que foi muito vaiado, xingado pelos gols do Fluminense. Filipe Luis, diante
No segundo tempo, Zubeldía recuou o time. E deu o que o líder do Brasileiro mais gosta: de espaço. E Jorginho descontou cobrando pênalti, depois de Renê cortar com o braço, chute de Saúl.

O Flamengo tentou, mas não conseguiu sequer empatar.
Não conseguiu aumentar a distância do Palmeiras, segundo colocado na tabela.
Pior, que todos sabiam que o clube paulista havia jogado mais cedo. E apenas empatado em 0 a 0, com o Vitória, no Allianz Parque.
Fol uma reedição do comportamento apático, desinteressado, sem personalidade que o time mostrou. O primeiro tempo foi vexatório. Aceitou a fortíssima marcação montada por Jair Ventura, de travar os palmeirenses na intermediária.
Não foi nem sombra, por exemplo, daquele time que venceu a LDU por 4 a 0, pela Libertadores, se classificando para a final.
No segundo tempo, bateu o desespero.
Mas faltou criatividade e voltaram os inúmeros, e inúteis, cruzamentos. Nem a entrada de Vitor Roque mudou o panorama.
O segundo no Brasileiro apenas empatou e está a dois pontos do líder. Empatou jogo que o triunfo era obrigatório. Contra uma equipe na zona do rebaixamento, atuando em casa.
Abel não teve como negar a sonolência, o comportamento estranho do seu time. Igual ao de sábado, na Vila Belmiro, dominado pelo fraco elenco do Santos.
“No jogo, 45 minutos de apatia, sem ir para o um contra um. Um exemplo, o que o moleque de 20 anos (Allan) faz, temos que fazer. Ir para cima, arriscar, perder a bola.
“Foi o que faltou na primeira parte, só tocamos para trás e para o lado. E tivemos uma chance clara com Bruno Rodrigues, mas não demos 45 minutos de avanço, fomos passivos. Faltou a agressividade”, assumiu o português.

“Foi nossa responsabilidade ter sido passivo na primeira parte e quem quer lutar para o título muito pouco conseguida, não posso dizer outra coisa do que a nossa responsabilidade.”
Abel não tinha como justificar o fraco futebol. E passou a usar a culpa pelo frustrante 0 a 0 à arbitragem. De Lucas Torezin, da Federação Paranaense de futebol.
“Temos que falar de muitas coisas. Das narrativas que se criaram de que o Palmeiras é beneficiado pelos árbitros... O Andreas leva o primeiro amarelo com o árbitro a cinco metros, e o Andreas nem toca. São fatos.
“No jogo contra o São Paulo há um pênalti para o São Paulo que toda a gente fez um escabeche, porque o jogador abalroa e todos falam que é pênalti e meteram a cabeça de um dos melhores árbitros brasileiros à prêmio.
“O pênalti claro que há no Santos a nosso favor, a bola também furou, como disse o Claus, um excelente árbitro. Onde está o critério? Para introduzir. Uma é nossa responsabilidade e outra é responsabilidade do que estamos a assistir.”
Andreas Pereira foi expulso após a partida terminar.
Ele foi até Torezin e seus auxiliares e disse. “Vocês foram ridículos.” E acabou expulso. Não jogará contra o Fluminense, sábado, também no Allianz.
A realidade é que Flamengo, 71 pontos, e Palmeiras, 69, foram decepcionantes ontem à noite.
Líder e vice líder mostraram futebol frustrante.
Ambos estão separados por dois pontos.
E faltam quatro partidas para cada um.
Depois de duas rodadas restantes, a final da Libertadores entre os dois.
A luta pelo título do Brasileiro de 2025 segue aberta.
Com os dois times mostrando fraco futebol nesta reta final...
