Saída de Hulk avaliada. Derrota na final da Sul-Americana terá consequências no Atlético, que deve R$ 2,4 bilhões. Sampaoli fará uma profunda reformulação. Lanús tem folha salarial cinco vezes menor que o Atlético
Apesar de favorito absoluto, o Atlético, com suas estrelas, perdeu a decisão da Sul-Americana. Depois do 0 a 0 na partida e na prorrogação, nos pênaltis, o franco atirador Lanús venceu por 5 a 4. Além de perder R$ 35 milhões, o clube mineiro ficou sem a vaga da Libertadores. O prejuízo foi enorme. No ano passado, o clube foi derrotado na final da Libertadores. Um ano depois, na Sul-Americana
A direção do Atlético estava mais que ansiosa.
Sabia o quanto o clube precisava ser campeão da Sul-Americana.
Até para esquecer de vez a perda da Libertadores em 2024, para o Botafogo.
Tanto que os jogadores teriam direito à metade da premiação reservada ao vencedor da final, R$ 35 milhões.
O clube deve R$ 2,4 bilhões e a vitória, mais do que o importante título, valeria a classificação para a Libertadores da América de 2026, já na fase de grupos.
O time brasileiro era muito favorito contra o Lanús, em Assunção, no Paraguai.
O Atlético tem uma folha salarial que chega aos R$ 21 milhões.
A do time argentino, R$ 4,5 milhões.
Mas o que se viu no estádio Defensores del Chaco foi o Atlético improdutivo, e ‘cúmplice’ de uma das piores decisões de Copa Sul-Americana.
O futebol foi péssimo. 120 minutos de uma partida travada. Com emoção só nos últimos minutos da prorrogação. Com Biel perdendo gol feito, diante do ótimo goleiro Losada.
Sampaoli deixou Scarpa no banco, apostou em Bernard, que lutou, acertou uma cobrança de falta na trave, no primeiro tempo, mas desperdiçar Scarpa foi um erro.
Colocou seu time, que sabia ser superior ao rival, pressionando a saída de bola do Lanús. Mas três fatores foram importantes para atrapalhar seus planos.
O primeiro foi o calor em Assunção, de 30 graus durante o jogo. Depois, o desgaste físico dos atleticanos. Eles disputaram 71 partidas em 2025. O Lanús, 50.
E o terceiro, o forte esquema defensivo montado por Mauricio Pellegrino. 4-5-1. A sua preocupação era preencher as intermediárias.
Sua válvula de escape, o lateral esquerdo Marcich, foi anulada pela marcação individual de Rony, que entrou em campo só para marcar o jogador do Lanús. O anulou.
O Atlético atacou muito com Dudu e Arana o lado direito argentino, já que Perez é muito fraco marcador.
Pellegrino acabou com a farra reforçando o setor, com a postura mais fixa do volante Medina.
Todo Lanús marcava muito forte sem a bola.
O Atlético lutou bastante, mas cansou.
No segundo tempo era nítido o desgaste.
Na prorrogação, os argentinos também se cansaram e deram mais espaço. Mas o Atlético desperdiçou chances importantes.
A maior delas foi com Biel, cara a cara com Losada, chutou e a perna direita do goleiro tocou na bola e evitou a derrota.
Hulk lembrou Neymar atualmente.
Exigia todas as bolas no ataque do Atlético. Reclamou o tempo todo da arbitragem. Jogou mal. Cansou. E ainda perdeu seu pênalti na decisão do título.
Além dele, Biel e, o decisivo, Vitor Hugo.
A decisão das penalidades começou bem demais para o Atlético, com Everson defendendo a cobrança de Walter Bou.
Em seguida, Hulk cobrou mal e Losada não teve trabalho para defender.
Izquierdoz marcou.
Scarpa cobrou com raiva, 1 a 1.
Marcich, sem a perseguição de Rony, cobrou e marcou 2 a 1.
Igor Gomes, o melhor do Atlético, empatou 2 a 2.
Everson quase defende, mas Aquino fez 3 a 2.
Losada defendeu com tranquilidade a cobrança de Biel.
Bastaria Acosta marcar e tudo estava acabado.
Nervoso, chutou por cima do gol.
O pênalti parecia mais um tiro de meta.
Everson bateu o melhor pênalti da noite.
Losada nem se mexeu.
3 a 3.
Vieram os alternados.
Cardozo cobrou sério, 4 a 3, Lanús.
Alexsander empatou, 4 a 4.
Watson não bateu bem, Everson quase defendeu.
Mas o placar ficou 5 a 4, Lanús.
Foi a vez de Vitor Hugo.
O vivido zagueiro bateu fraco na bola.
E Losada defendeu.
O título ficou com os argentinos.
A derrota atleticana terá consequências.
A primeira é a não classificação para a Libertadores.
A segunda está na certeza que o time será outro em 2026.
Sampaoli quer uma reformulação no elenco.
E Hulk é um dos nomes mais visados.
Aos 39 anos, ele não está conseguindo reeditar ótimas campanhas.
É caríssimo, custa R$ 1,8 milhão por mês.
Chegou a ficar na reserva com Sampaoli.
Scarpa é outro jogador também visado.
Bernard, Rony, Dudu e Arana são muito caros.
E também podem ter outro destino no próximo ano.
A frustração do principal investidor, Rubem Menin, é enorme.
No ano passado, o clube fracassou na decisão da Libertadores.
Agora, na final da Copa Sul-Americana, outra frustração.
Ele decidiu apoiar Sampaoli.
Vai bancar as decisões do treinador argentino.
O risco de Hulk sair do Atlético é real...